É que eu te vejo em tudo

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Você, você, faz falta, falta aqui aqui aqui
Que o som, som, bate, bate
Volta, volta, volta
Não tem mais nada entre o chão e o teto, teto, teto
Só o eco, eco, eco, eco
Tem certeza que você levou tudo?
Tem certeza que você não esqueceu nada?
Eu só sei que até o criado mudo
Do seu livro preferido sente falta


Emma marcava cada dia que passava longe de sua morena no calendário, de acordo com suas marcações já tinham se passado quase cinco meses. Cinco meses sem o perfume doce de maçã que lhe era tão característico, sem sentir sua pele macia, sem ouvir sua voz rouca, sem ser chamada de idiota e sem as reviradas de olhos e o sarcasmo. Nunca pensou que fosse ser tão difícil ficar longe de alguém, se ela amou Neal? Sim, amou. Porém o que sentia por Regina ia muito além de qualquer explicação, era transcendental, encontro de almas. E ela tinha acabado com tudo de uma maneira praticamente irreversível, por mais que tenha tentado encontrar sua amada nenhuma das suas tentativas a levaram a lugar algum. Tentou até o globo de Gold e nada, o artefato não mostrou onde ela se encontrava. O fato de não ter aparecido nada fez a dúvida logo surgir novamente já que o globo mostrava pessoas através de laço de sangue e a rainha esperava seu bebê, o que trouxe alívio e um certo pesar ao seu coração foi o que disse sua mãe.

— Filha, o globo não pode mostrar o filho de vocês porque ele ainda está sendo gerado por Regina. Ele depende dela, é sua proteção. O globo pode mostrar tudo menos quando a pessoa ainda está de fato sendo gerada.

Aquilo foi um soco no estômago da salvadora, se não fosse sua mãe, teria voltado a desconfiar da morena. Que tipo de amor verdadeiro era esse que fazia desconfiar, que deixava morrendo de ciúmes? O relacionamento de seus pais não era assim, o que tinha de errado com ela? Por que tinha que estragar tudo quando as coisas estavam bem?

É que eu te vejo em tudo
Em cada canto dessa casa
Nos cabides, nas gavetas e na cama bagunçada
E no box do banheiro sempre
Que o vidro embaça
Tem seu nome, um coração
E uma flecha atravessada

A loira tinha se decidido a morar na casa da rainha e Henry adorou a ideia, disse que iria se sentir mais perto da mãe. No começo foi estranho estar ali sem a presença marcante de Regina, sem o barulho dos seus saltos pelo assoalho. Sabia que se a rainha voltasse e a encontrasse ali a briga seria feia ainda mais depois de tudo, mas ela preferia brigar com a outra do que sentir tanto a falta dela, sua esperança ainda estava ali. Mesmo que fraca devido ao tempo.

— É que eu te vejo em tudo, em cada canto dessa casa. Nos cabides, nas gavetas e na cama bagunçada e o seu cheiro está grudado em cada roupa que eu usava. Você foi e esqueceu, de levar a saudade na mala. — acompanhou a música que entrava pela janela do quarto.

A música que tocava combinava perfeitamente com o espirito da loira naquele momento, já fazia um tempo que aquela era sua trilha sonora e mais uma vez o coração da xerife se apertou de saudade.

xXx

— Como você está se sentindo? - perguntou Lúcia a uma Regina com uma barriga de quase 8 meses.

— Cansada. — respondeu se acomodando melhor na cama. Nos últimos dias ela vinha sentindo umas dores nas costas e sentia sua barriga mais pesada, entretanto não contou a ninguém. Pensava ser apenas aquelas dores que antecedem a fase final da gestação como diziam os tantos livros que ela ja tinha lido.

— Você não está me escondendo nada né?!

Regina apenas deu uma olhadela de canto para a mais nova, dos quatro, Lúcia era a que mais era sensitiva a ela, era uma conexão como de uma mãe para uma filha. Conexão essa que nem mesmo com Henry ela tinha. Então às vezes era difícil mentir para ela, ainda mais quando a morena menor a olhava da forma que estava fazendo naquele momento.

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