Continuando...
A surpresa abandonou o rosto do garoto e em seus lábios surgiu um sorriso malicioso.
- Olha só o que temos aqui.
Me virei para encará-lo. Ele era exagerado em todas as formas. O tamanho, as tatuagens, os piercings, os músculos, o sorriso.
- Me desculpe. Eu achei que esse era o banheiro feminino – dei alguns passos para o lado e ele me acompanhou, avançando em minha direção.
- Por que a presa?
- Meu namorado está me esperando lá fora.
Ele riu. Um sorriso detestável.
- E ele não te avisou que esse era o banheiro masculino?
Eu precisava sair logo dali.
- Desculpe. Estão me esperando....
- Então vão te esperar mais um pouco.
O ruivo puxou meu braço com força, me fazendo escorregar. Ele segurou meu corpo, me impedindo de cair no chão e me empurrou contra a parede. Bati a têmpora com força e senti a respiração do garoto em minha orelha enquanto ele prendia meus pulsos para trás.
- Não vai demorar muito.
- Me solta! – meu grito ecoou por todo o banheiro, mas ninguém me ouviria. Lá fora a música estava alta, e o banheiro, vazio.
Me debati enquanto sua mão percorria meu corpo. Eu queria que ele me deixasse ir. Aquilo não podia estar acontecendo comigo!
Senti seu hálito quente e húmido na minha orelha, enquanto ele mordiscava aquela região. Ele disse meia dúzia de palavras horrorosas e então me virou, fazendo com que eu o encarasse.
Não pensei duas vezes, acertei suas partes baixas, o fazendo me soltar e se dobrar de dor. Corri em direção à saída, o ouvindo ganir de ódio. Antes que eu alcançasse a maçaneta, o ruivo me puxou pelos cabelos.
- Vou te ensinar a nunca se meter com alguém como eu.
Minhas costas bateram no boxe e o garoto pressionou minha garganta. Tentei gritar e me agitei enquanto a pressão dos seus dedos aumentava. Ele me impulsionou para cima, e eu estiquei meus pés tentando encontrar o chão.
O ruivo fedia a álcool, e suas pupilas estavam fixadas em meu rosto. Cravei as unhas na pele de suas mãos, mas ele não largou meu pescoço. Seus olhos estavam cheios de ódio. O oxigênio abandonava meus pulmões e meu cérebro.
Ele iria me matar.
Tudo ao meu redor começou a escurecer. Foi quando senti meu corpo ser atirado ao chão. Bati minha testa na quina da pia e cai em cima da agua lamacenta. Respirei com força pela boca, tossindo e massageando minha garganta. Senti um filete e sangue escorrer pela minha testa e deslizei os dedos ali só pra constatar que havia me ferido.
Olhei pra cima, e meu coração deu um pulo quando vi Brud. Ele segurava o cara com uma chave de pescoço, fazendo força para mantê-lo naquela posição. O cara grunhiu, e com o rosto já vermelho, conseguiu se soltar de Brud. Ouvi o som de punho batendo em carne e vi o ruivo cambalear para trás. Brud o havia acertado.
Me encolhi, sentindo as pernas molhadas com a água do chão. Eu queria sair correndo, mas sabia que não conseguiria. Minhas costas esbarraram na parede enquanto eu tremia, chorando.
O ruivo olhou para Brud com a raiva transparecendo em cada veia pulsante. Ele investiu, acertando seu primeiro golpe. E outro. E outro. Brud conseguiu parar seu braço lhe dando um soco no estômago. O ruivo caiu no chão sem ar e Brud aproveitou a oportunidade. O levantou pelo colarinho e o lançou com força contra o espelho, que se estilhaçou com um barulho alto.
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Doce Dezembro - Os Mascarados Livro I
Mystery / ThrillerApós dez anos de uma chacina brutal, os mascarados voltaram a atacar, liquidando suas vítimas até sob a luz do dia. Ally Campbell se vê obrigada a acompanhar seu pai, um renomado policial, de volta à cidade na qual sua mãe foi morta, vítima da chaci...