Justin Bieber P.O.V.Minha primeira impressão em relação à polícia de L.A não foi uma das melhores. Resumidamente, uma merda. Assim que cheguei, escoltado por três policiais em minha volta, o que fez com que eu me sentisse importante pra caralho, eles fizeram meu registro de entrada com toda aquela burocracia do sistema. Precisei abaixar minha guarda e fazer tudo o que aqueles pau no cu mandavam. Depois de levantarem toda a minha ficha, chegou a hora das fotos. Fui obrigado a mostrar todas as minhas tatuagens enquanto um fotógrafo as registravam e logo em seguida tive que trocar de roupa e colocar aquele macacão vermelho ridículo. Posicionei-me na frente do painel e segurei minha ficha, sentindo o flash em minha cara antes de virar para os dois lados a fim de ficar de perfil. Contive minha língua quando quis perguntar se era necessário tirar foto do meu cu também, pois esses malucos do caralho iam achar mais um motivo de me manter enjaulado naquelas grades.
Fui colocado em uma cela pequena em um corredor pouco iluminado e foi nesse momento em que me vi livre daquelas algemas. Ignorei a piadinha do carcereiro, mas não deixei de mostrar meu dedo do meio, o que fez com que o idiota se sentisse ofendido e saísse reclamando. Possivelmente iria fazer queixa para o delegado e o cara ia mandar ele ir se foder por conta própria, pois não tinham provas de nenhum desacato.
Sentei naquele colchão fodido e apoiei minha cabeça contra a parede, fechando meus olhos. Finalmente um minuto de paz e silêncio. Tive sorte de encarar uma cela vazia, pois assim nenhum palhaço ia ficar enchendo meu saco. Minha cabeça começou a doer e meu corpo a pesar, como se tivesse acabado de sofrer um acidente.
Eu tava fodido. Tinha tomado no cu.
Tudo por causa dos caprichos da Victoria.
Não.
Não vou pensar nessa vagabunda agora, se não vou começar a ficar louco e me sentir sufocado dentro dessa jaula sem poder fazer nada pra ferrar com aquela vidinha perfeita que ela leva.
Eu precisava pensar em outra coisa. Precisava encontrar um jeito de sair desse lugar. Eu precisava de um advogado e de dinheiro.
Precisava de alguém com lábia o bastante pra contornar essa situação. Minha mãe não ia pagar um advogado e muito menos uma fiança pra mim, meu pai muito menos. Além disso, minha conta bancária foi bloqueada assim como todos os meus outros bens.
Que merda vou fazer agora?
Victoria Wolfgang P.O.V.
Depois da explosão do Bieber em minha sala de estar e depois de ficar observando os olhares chocados da minha mãe, do Josh e do meu advogado, subi em direção ao meu quarto e decidi me trancar lá pelo resto do dia. Eu já tinha lidado com merda demais e precisava de um tempo para mim. Livrei-me dos meus sapatos, jogando-os por qualquer lugar no cômodo, da minha bolsa, e depois foi a vez de tirar meu vestido juntamente com minha roupa íntima. Caminhei até minha suíte e tirei minha maquiagem cuidadosamente antes de ir direto para o chuveiro. Eu poderia simplesmente deitar na banheira e deixar que os sais fizessem milagre com meu corpo tenso e cansado, mas precisava de uma boa ducha para levar embora todos os resquícios daquele dia que eu queria esquecer. Eu me sentia tão estúpida, tão burra de ter me deixado levar e agido de forma inconsequente. Aquela não era eu. Por que fui fazer isso? Por que deixei que meu controle evaporasse, como sempre acontece perto daquele garoto?
Argh, que ódio. Eu odiava essa parte de mim, odiava a pessoa que eu me tornava quando o nome Justin Bieber era mencionado. Ele me causava os tipos de emoções mais intensas, eu tinha que admitir até para minha própria consciência, mas aquilo não era uma coisa boa. Era uma mistura de ódio, nojo, desprezo, mas que se transformavam numa aflição agoniante devido ao tesão que ele me causava quando chegava perto de mim e me inebriava com seu perfume e a sua voz grossa, masculina.