Capítulo sem título 25

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Victoria Wolfgang P.O.V.

Eu  me senti ficando entorpecida de tudo em minha volta quando recebi a  notícia de que o Justin havia sido atingido por um tiro e estava indo  para o hospital em estado crítico. Eu não raciocinei direito. Tudo o que  eu conseguia pensar era no fato de que eu precisava estar lá. Eu  precisava voar direto para L.A. para vê-lo. Então, por conta disso,  ignorei todas as vozes que me disseram para ficar calma e ordenei que um  avião particular estivesse à postos para mim em cerca de minutos. Eu  tinha contatos o suficiente para conseguir isso e não iria esperar um  voo no aeroporto. Ruth e Josh se moveram rapidamente e contataram quem  quer que fosse para preparar essa viagem urgente de última hora.

Peguei  minha bolsa e deixei que a assessoria junto com minha equipe pessoal  tomasse conta de todos os meus pertences espalhados pela suíte do hotel  antes de deixá-lo. Foi um pouco difícil atravessar a multidão de  paparazzis e fotógrafos que estavam em volta da entrada do lugar  esperando só algum rosto famoso aparecer para o abordarem com flashes  incessantes. Fui escoltada por um grupo de seguranças do hotel durante  meu percurso até a Range Rover que estava à minha espera e senti a  necessidade de abaixar minha cabeça, assim como cobrir meu rosto,  porque, curiosamente, eu não estava interessada em me expor naquele  momento. Houve uma espécie de minipicturização das coisas em minha mente  cujo meu foco principal se tornou o Justin. Toda vez que eu o imaginava  em uma cama de hospital ou sendo operado algo se quebrava dentro de mim  e eu sentia minha garganta se fechar, ficando apertada de uma forma  quase inexplicável. Foi insuportável, mas consegui finalmente sentar no  banco de passageiro acompanhada por Josh e Ruth em cada lado meu. Eles  deram a coordenada da pista em que pegaríamos o avião e eu pesquei meu  celular dentro da bolsa mais uma vez quase em uma ação viciosa, ávida  por qualquer nova notícia ou informação.

Senti uma mão encostar na  minha e virei minha cabeça pra encarar o olhar preocupado da Ruth. Ver o  quanto ela parecia afetada fez meus olhos ficarem úmidos novamente.  Merda, há quantos anos eu não chorava como uma garotinha? Eu não tava  conseguindo controlar esse sentimento devastador dentro de mim. Eu não  conseguia me segurar. Não conseguia manter meu equilíbrio. Que se foda a  porra do equilíbrio, eu só preciso saber que o Justin está vivo e bem.

-  Ele vai ficar bem, Tori. - ela sussurrou, mas suas palavras não me  aqueceram. Na verdade, só fez meu peito ficar ainda mais dolorido. Eu  senti a forma como ela me chamou, mesmo que possivelmente não foi  intencional. Eu senti e inconscientemente recuei ao que significava.  Não. Não era a Tori aqui e agora. Eu, provavelmente, nunca estive tão  exposta e tão vulnerável quanto agora. Tori é um personagem, essa aqui  sou eu. Ironicamente, só o Justin conseguia me olhar cruamente e me  enxergar de verdade. Não a Tori. Ele nunca me chamou de Tori. Eu sempre  fui a Victoria ao lado dele.

Os minutos passaram se arrastando até  finalmente chegarmos na pista de decolagem. Saí do carro com a ajuda do  motorista e do Josh, já encontrando o avião particular à postos em  minha espera. Conheci o comandante, piloto e co-piloto do voo e um dos  meus assessores técnicos acompanhou um dos funcionários para uma espécie  de tour de funcionamento para uma checagem. Só quando eu já estava  liberada para entrar foi que consegui me acomodar em uma das poltronas  perto da janela. Ruth, Josh e todos os outros também subiram à bordo e  então decolamos. Precisei tomar um remédio para controlar minhas náuseas  devido à altitude da cidade e, por sorte, o medicamento começou a me  dar sono. Tudo o que eu não queria era passar as próximas horas à  caminho de L.A. pensando em tudo de ruim que poderia estar acontecendo  com o Justin.

Fechei meus olhos depois de passar alguns minutos  fitando a paisagem a pés sob mim e reclinei a poltrona, agarrando-me ao  travesseiro confortável que nos foi disponibilizado. Senti meu nariz  congestionado e minha cabeça doer por conta do choro e da insistente  resistência para guardar minhas lágrimas. Eu só esperava que nada  acontecesse durante o meu percurso até ele.

Scandalous BicthOnde histórias criam vida. Descubra agora