Reencontro nas Alturas

*Prólogo da Lena*

*Ano de 1996*
 
Papai Rick e Mamãe Lucy estão sorridentes, hoje tudo está dando certo pra eles. Ganharam um aumento no emprego, além de hoje comemorarem 13 anos de casados. Eu sou um pouco pequena, porém muito esperta. Vivo muito feliz com meus pais. Hoje a noite eles vão sair, vão comemorar o aniversário de casamento e o sucesso que andam tendo. Infelizmente eles não me deixaram ir junto. Papai chega para se despedir!

- Princesa, quero que você se comporte hoje com a babá. Em breve eu e sua mãe estaremos de volta. Se cuida querida. - Ele sorri - E não se esqueça, você é meu tesouro e eu te amo muito filhinha. Sempre vou te amar. - Ele beija minha testa.

- Se cuide, papai. Eu te amo muito também. - Eu sorrio e nesse instante mamãe chega!

- Acho que essa é maior felicidade que eu poderia ter em minha vida. Tenho um bom emprego, uma boa vida e principalmente uma linda família. - Lágrimas inundam seus olhos. - Eu amo vocês mais que qualquer coisa nesse mundo. Se eu tivesse que morrer hoje, eu morreria feliz por ter tido uma vida com vocês - Ela dá um meio sorriso.

- Mamãe, não fale essas bobagens! Ainda ficaremos muito juntas. Eu amo vocês dois. Espero vocês dois pro café amanhã. - Sorrio e abraço os dois.

- Boa noite querida. Fique com Deus. - Papai diz e nesse instante ele e mamãe saem do quarto.

A babá Rose é como uma mãezinha pra mim, ela cuida de mim desde quando tinha 1 ano e sempre brinca e faz os melhores doces pra mim. Essa noite a gente brinca, ri e assisti muita TV juntas. Quando terminamos eu deito para dormir mas não consigo descansar, é como se algo estivesse me fazendo ficar acordada. Sinto um aperto no coração e do nada eu começo a chorar. A Rose entra e vê, ela me acalma. E nesse instante o telefone de casa toca. Eu não sei porque, a Rose volta chorando muito e me olha como se tivesse pena. Eu logo me desespero.

- Por que você está chorando babá Rose? - Digo triste.

- Lena, você promete pra mim que você vai tentar ser forte e aguentar essa notícia? - Ela me olha com os olhos cheios de lágrimas.

- Eu, eu, eu.. vou  tentar - Digo meio gaguejando.

- Sua Madrinha Margareth vai vir te buscar amanhã de manhã pra você ir morar com ela minha flor. - Ela da um sorriso triste.

- Como vou morar com a mama Margareth se eu tenho um papai e uma mamãe? - Sorrio.

- Minha flor, você não tem mais um papai e uma mamãe - Ela desaba e nesse instante acho que eu perco o chão, é como se eu não tivesse mais ar.

- Como assim eu não tenho mais um papai e uma mamãe? - Eu grito.

- Eles estavam indo pro jantar de comemoração, a rua estava meio escorregadia. Eles escolheram um restaurante deserto, que tinha que pegar a estrada. Começou a chover muito, eles estavam correndo um pouco, o carro deslizou na pista, Atingiu um caminhão, capotou e caiu no lago. - Ela chora - Seus pais infelizmente não foram encontrados com vida. Eu Sinto muito minha flor. Eles estão mortos. - Ela me olha com pena.

- Não babá Rose, era o carro errado. Por favor diz que não era eles. Eu não vou conseguir viver sem eles. Eu preciso deles - Choro e grito. - Eles são meus exemplos, pessoas que eu sempre posso contar. Quando eu estou triste ou algo assim, eles sempre estão la pra mim. Como eu vou viver sem mamãe e papai?. Eu não consigo, eu quero eles, eu quero morrer também.

- Não diga isso Lena. Talvez eles se foram porque Deus estava precisando de lindos anjos ao lado dele. E de la de cima eles vão sempre continuar te protegendo e te cuidando. Você tem que ser forte e seguir em frente. Logo sua madrinha chegará para que você viva com ela minha flor. - Ela termina de dizer e nesse instante alguém bate na porta da frente.

Eu corro para porta achando que eles podiam ter se enganado e que podia ser papai e mamãe. Eu corro sentindo um pouco de esperança em meu peito. Eu abro e vejo minha madrinha lá, com os olhos inchados e cheios de lágrimas. Realmente cai a minha ficha e vejo que eu estou perdida. Acho que minha vida acabou nesse instante.

- Oi querida. - Ela diz chorando - Nós temos que arrumar suas coisas.

- Madrinha é verdade mesmo?, Diz que não por favor, eu não consigo e não quero ficar sem eles. Eu não posso viver sem meus pais. - Eu caio no chão chorando

- Eu queria querida poder te dizer que é um engano, queria poder falar que logo eles estaram aqui. Mas eu não posso, porque eles não vão estar nunca mais. Eles se foram. Dói dizer isso. - Ela sorri tristemente- Mas acho que eles estao em um lugar melhor agora e eu sei que eles sempre vão cuidar de você e te proteger, eles sempre vão ser seus anjos da Guarda da onde estiverem.

- O que vai ser de mim sem eles madri? - Eu olho pra ela chorando.

- Eu cuidarei de você minha pequena. A partir de agora será eu e você. Nós cuidaremos uma da outra. Eu prometo! - Ela me abraça e juntas choramos e compartilhamos essa dor.

Eu tento ser forte, sei que papai e mamãe gostariam que eu tentasse viver minha vida normalmente, sei que madrinha cuidará de mim. Mas se existe uma dor maior que essa na vida, eu desconheço. É terrível você perder sua âncora, seu chão, sua vida. Acho que eu não tenho mais uma vida, eu perdi minhas razões de viver e minha felicidade. Agora eu sou uma menina perdida e acho que vou ser assim pra sempre...