Anseios de uma mente perdida

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Uma sensação estranha me incomodava, minha cabeça ainda estava pesada, meu braço adormecido, acho que dormira por cima dele. Meu corpo e alma resistiam em acordar, meus olhos ainda não conseguiram se abrir e nesse momento já tinha perdido a noção das horas, não tinha ideia se era dia ou noite, aquela sensação ainda me incomodava e acabei abrindo os olhos.

 Meu corpo e alma resistiam em acordar, meus olhos ainda não conseguiram se abrir e nesse momento já tinha perdido a noção das horas, não tinha ideia se era dia ou noite,  aquela sensação ainda me incomodava e acabei abrindo os olhos

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Estava um pouco escuro, mas apenas naquele quarto, já era dia, o sol estava alto, percebi pelos fortes raios do sol que penetravam avidamente, pelas frestas de uma velha janela de madeira, que insistia em lutar contra o tempo.

Olhei um pouco mais e percebi que naquele quarto velho, pouco iluminado e empoeirado, havia uma cadeira onde sustentava um paletó amarrotado e uma caixa de sapatos, vi também várias sacolas vazias pelo chão e uma mesa de madeira, coberta por uma pequena toalha amarelada, sobre ela várias garrafas de água. Além disso naquele quarto só havia a desconfortável cama com cheiro de mofo, onde eu insistia em permanecer, até que a sede que rasgava minha garganta me obrigou levantar.

Sentia horríveis dores em minha cabeça. Sentei-me à beira da cama por uns longos dois minutos de dor e desorientação, até que como se fosse por um milagre, ou um estalar de dedos, a dor me abandonou.

Me levantei e em poucos passos fui em direção a mesa, apoiei-me na cadeira e avancei em uma garrafa de água, que por sinal já estava pela metade. Ferozmente me saciei como se não tivesse bebido nada por um longo tempo. Logo após, recobrei um pouco da minha orientação, porém não consegui identificar aquele local, mas ao mesmo tempo ele me pareceu muito familiar.

Naquele cubículo que eu me encontrava, havia um banheiro logo ao lado, que exalava um odor forte e não possuía porta, apenas uma cortina curta com grandes flores azuis e desbotadas.

Me dirigi ao banheiro para lavar o rosto e tentar lembrar de como eu havia parado naquele lugar. Cheguei até a pia do banheiro, que estava um tanto quebrada em sua lateral, Abri a torneira e por azar nem uma gota d'água caiu. Por descuido me apoiei sobre a pia e com um pequeno corte na mão me assustei. O sangue ainda escorria, quando percebi algo assustador, não consegui reconhecer minha própria mão.

Ainda naquela penumbra procurei o interruptor. Ao acender a luz percebi que sujara toda aquela pintura descascada da parede com o vermelho vivo do meu sangue. Foi aí, nesse exato momento que percebi um espelho a minha frente, ele estava sujo, embaçado e me assombrou.

Alguém me fitava do outro lado, era um homem branco de olhos cansados, barba mal feita, cabelos negros e bagunçados. Possuía uma expressão pesada e assustada.

Fechei meus olhos e como um ato de desespero, perguntei aos berros àquele homem desconhecido:

- Quem é você! Por favor me responda...

Abri novamente os olhos, levei as mãos ao meu rosto, queria entender tudo o que eu via e vivia naquele momento; em frente aquele espelho sujo, diante daquele homem desconhecido, naquele banheiro fétido, daquele quarto escuro.

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