CAPÍTULO I

180 28 30
                                    

Confiar em alguém para mim, é uma tarefa nada fácil. Principalmente quando as pessoas que me cercam mantêm suas faces no obscuro. A excessiva confiança pode nos levar a caminhos traiçoeiros e perigosos, a falta dela também.

No entanto, mesmo com muitas dúvidas e falhas na delicada linha da confiança que tenho com essas pessoas, em muitos momentos tive que – de maneira obrigada –, pôr não só minha confiança, mas minha vida nas mãos de meus antigos amigos desconhecidos.

Por uma questão de sobrevivência e as vezes de mera ganância tracei meu caminho em meio às turbulências e as confianças quebradas, e elas me trouxeram até aqui.

Não me arrependo do que o meu eu atual fez, na realidade, com a pouca informação que tive até agora e com todas essas pedras que me cercam, posso te dizer que estou indo muito bem. Não tão bem quanto meu antigo eu; ele deveria ser um especialista na arte de desconfiar da confiança.

Meu antigo eu, sabia lidar com nossos inimigos de tal maneira, que quando entendi a real situação que eu estava metido, percebi que dançava em um ballet de cobras orquestrado por ele.

Não vou poder te dar detalhes sobre meu antigo eu, já que eu não estava presente nas tramas da sua vida. Mas quando eu contar tudo o que meu eu atual viu e viveu, você poderá talvez, entender um pouco da tal dança das cobras que ele me deixou como herança.

Vou tentar ser o mais o fiel possível aos acontecimentos, peço a você atenção nos pequenos detalhes, pois não vou repetir nada do que estou te contado. Espero que grave ou anote tudo isso, pois meu tempo é curto e tenho ainda muito a resolver.

Inimigos Em Primeiro GrauOnde histórias criam vida. Descubra agora