Suicidal

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Emily POV

   Acordei consideravelmente tarde,não vi motivos para ir a escola hoje afinal minha cabeça ainda latejava de tanto que eu chorei na noite passada. Meus pais viajaram pro Canadá e eu fiquei em casa sozinha,não que isso não seja frequente ... mas eles se quer se " despediram "dessa vez ,das vezes anteriores eles apareciam com as malas feitas na sala e quando eu descia as escadas eles apenas acenavam, diziam onde iriam e iam embora. Mas desta vez apenas deixaram um bilhete , o que de certa forma me chateou afinal, é minha família , bom ao menos era pra ser.
A cada dia que passa me sinto ainda mais sozinha do que no dia anterior, me sinto como uma bactéria .

Me sentia tão rejeitada , tão inútil ,eu realmente não sei por que eu nasci, apenas para sofrer?
  Por que estou aqui ainda? Nem meus pais gostam de mim.
   Com os olhos banhados em lágrimas  corri para o banheiro , joguei todas as coisas do armário, que tinha no pequeno banheiro, no chão até achar o pequeno objeto brilhante misturado com todas as outras coisas derrubadas no chão.
  Ainda trêmula peguei a pequena lâmina de gilete pressionando-a no meu pulso , especificamente em uma das artérias do meu pulso cujas me levariam a morte na certa.
 

Harry POV

Deixei que a banheira de hidromassagem relaxasse meus músculos , fechei meu olhos afundando minha cabeça na água, não morreria mesmo, em poucos minutos a água da banheira foi tingida pelo sangue das pessoas mortas que antes estava no meu corpo. Ainda podia ouvir os gritos desesperados de todas elas, implorando pra viver...

   Senti uma pontada no meu peito, a imagem de Emily morta segurando uma lâmina com seu pulso cortado passou pela minha cabeça. O sangue saindo de seus pulsos manchando a pele pálida de vermelho, todos meus ossos tremeram . Sai da água em um pulo, vesti minhas roupas e antes que eu pudesse pensar eu já estava na frente da mansão rústica.
Entrei na casa grande. Subi as escadas , pulando alguns degraus até parar em frente a porta branca com algumas borboletas roxas na porta.
  Girei a maçaneta várias vezes em uma tentativa frustada de abrir a porta.
  Cansado de tentar , arranquei a maçaneta adentrando no quarto. A porta do banheiro estava aberta mostrando uma Emily ajoelhada com uma lâmina pressionada no seu pulso. Antes que ela pudesse piscar eu já havia arrancado o pequeno objeto da sua mão , segurei seu pulso com força  fazendo-a levantar o olhar.
  Vi em seus a dor, a tristeza,ela não tinha aquele brilho nos olhos o qual eu tanto adorava , a expressão triste e confusa estampada no seu rosto.

-H-harold? O q-que está f-fazendo aqui?- sua voz saiu trêmula e chorosa e isso partiu meu coração.

-O que você pensa que está fazendo?- minha voz saiu com raiva , eu não queria gritar com ela , mas não pude evitar elevar meu tom de voz, eu estava com raiva por ela ter quase se matado, senti tanto medo de perde-la.

-E-eu...- antes que  pudesse terminar a frase , ela se jogou em meus braços desabando em lágrimas. Aconcheguei seu corpo no meu colo , deixei que suas lágrimas molhassem minha camisa.
   Com o tempo , Emily adormeceu nos meus braços e eu a carreguei até a cama , e me deitei ao seu lado velando seu sono. Admirei cada parte do seu rosto, guardando na memória cada pequeno detalhe, a boca vermelha e carnuda ,aparentemente macia, as bochechas fofinhas coradas pelo frio, o nariz fino e delicado, os seus olhos verdes claro, os quais eu tanto amava,fechados , seus cílios longos , seu cabelo loiro macio e sedoso, tudo nela era perfeito e só de sentir seu calor perto de mim ,despertava todos os meus sentidos,  ela fazia eu me sentir como ninguém nunca fez, ela nem ao menos tem noção do poder que ela exerce sobre mim. Eu a amo tanto,  a primeira e última gatota que eu vou amar , eu faria tudo por ela , eu mataria o presidente se ela quissese, apenas para vê-la sorrir.

   Aproximei meu nariz do seu pescoço, senti o cheiro forte e marcante do seu cabelo misturado com o cheiro doce e suave da sua pele.
Toquei seu pescoço suavemente, sentindo a pele macia e os batimentos cardíacos nos meus dedos e o sangue correndo por suas veias. Antes que pudesse perceber minhas presas já estavam de fora , afastei minhas mãos do seu pescoço e fechei os olhos  apreciando seu cheiro.
As vezes eu agradeço por ser como sou agora,  podia sentir tudo com mais intensidade. Ainda sentia seu cheiro impregnado nas minhas narinas mesmo que meu rosto não esteja mais próximo do seu pescoço, podia ouvir os batimentos ritmados do seu coração.

   E eu apenas apreciei sua presença, o calor que emana do seu corpo é tão agradável. Deixei as batidas do seu coração embalarem meu sono.

 

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