Capítulo 013
Não pode ser verdade. Eu não posso ter engravidado do José Arthur. O que direi ao Guilherme? - indaga a si mesma entrando em total desespero - Ele vai me odiar. - diz chorando - Preciso contar a Aurora. Preciso de ajuda. - diz enquanto liga o carro e segue para a casa de Aurora.
Ao chegar, em total falta de controle, ela aperta a campainha desesperadamente.
Já vai - grita Aurora irritada.
Ao abrir a porta Aurora encontra Maria Isabel aos prantos completamente fora de si.
O que foi Maria Isabel? O que houve? - indaga preocupada e a abraçando
Eu não sei o que fazer Aurora. Ajuda-me, por favor. - pede desesperada
Entra, vem comigo. - chama a levando até a sala
Isso não podia ter acontecido, nenhum de nós esperava, eu não queria, eu juro. Em nenhum momento se passou por minha cabeça que isso fosse acontecer. Não pode ser verdade. - diz Maria Isabel de uma única vez
Fica calma Isabel. - pede - Eu não estou entendendo nada, me explica devagar, se você não me disser não poderei te ajudar.
Aurora eu estou grávida. Eu estou grávida do José Arthur. - diz a olhando e chorando copiosamente
Aurora intacta olha para Maria Isabel.
Grávida? - indaga Aurora perplexa
Sim. - chora - Eu não queria, mas aconteceu.
Como você vai para cama com um homem sem usar camisinha Maria Isabel? Você é louca?
Eu sempre usei, menos nas quatro primeiras, as duas do Caribe, a do meu escritório e a do carro, mas quando passamos a ir para um motel, começamos a usar, menos nessa última vez há algumas semanas, foi tão rápido que nem lembramos. Nunca se passou por minha cabeça que poderia engravidar. Tenho cinquenta e um anos, jamais pensei que ainda tivesse chance. - diz desesperada - Sei que existem casos que mulheres na minha idade engravidam, mas eu nunca pensei que fosse acontecer comigo. Eu não sei o que fazer. - diz agitada
Eu te avisei tanto Maria Isabel, isso só poderia acabar assim, numa gravidez ou a descoberta. - repreende Aurora
Não me torture, por favor. Eu preciso tanto da sua ajuda. - pede ela chorando
Desculpe, mas eu não poderia deixar de te repreender mais uma vez. - diz Aurora - Não se existem muitas opções nesse caso, minha amiga. Para manter seu casamento você teria que tira-lo. - diz Aurora a olhando
Não, eu não vou abortar. - diz Maria Isabel
Então você terá que se divorciar.
Eu amo o Guilherme, Aurora. - diz ela com os olhos marejados
Eu sei Maria Isabel, mas você está grávida de outro. Ele ficará uma fera. Desde que vocês voltarão ele tem se comportado, o erro agora foi seu.
Eu estou entre a cruz e a espada. Eu quero ter meu filho, porém não quero perder o Guilherme.
Você terá que abrir mão de um dos, ou... Não! Isso jamais irá acontecer. - diz Aurora repreendendo seu pensamento
O que? Diga! - pede
Ah não ser que o Guilherme assumisse esse bebê. - diz Aurora a olhando
Maria Isabel solta um sorriso de deboche e responde:
Você pensou alto, o Guilherme jamais aceitaria um filho que não seja dele. Quantas vezes ele me disse que não queria adotar, isso é a mesma coisa. Ele é totalmente diferente do Otávio. - diz Maria Isabel triste
Por isso disse que pensei alto. Ele não aceitará esse bebê. - diz cabisbaixa - Eu não sei no que posso te ajudar Isabel.
Acho que não existe nada que possamos fazer, pelo menos, você. - diz Maria Isabel - Tenho que assumir as consequências dos meus erros, e tomar uma decisão.
Pensa bem no que você vai fazer.
Não se tem muito que pensar. - diz Maria Isabel mais calma - Tirar o meu filho eu não vou, e se isso custar meu casamento, eu sinto dizer que talvez, na próxima visita, eu já esteja separada. - diz ela a Aurora - Agora preciso ir. Tenho que ir a empresa olhar uns documentos.
Olha lá como vai dizer a verdade ao Guilherme.
Vou pensar com calma, e quando eu tiver coragem, conto a verdade. - diz
Vai com Deus amiga, e qualquer coisa, eu estou aqui, mesmo eu te repreendendo eu sempre irei te apoiar, por que eu te amo e por que você sabe que conta comigo incondicionalmente.
Obrigada por tudo. - a abraça - Eu também te amo.
Antes de ir, me diz, com quanto tempo você está?
Eu não sei, descobri agora através de um exame de sangue. Quando baixar mais a poeira que vou enfrentar, eu bato um ultrassom e descubro.
Está bem. Você sabe o que faz.
Obrigada por tudo. - a beija na bochecha - Até logo.
Até!
Maria Isabel mais calma sai da casa de Aurora e segue para a empresa. Ao chegar ela vai direto para a sala e trabalha todo o restante da manhã e da tarde, já que foi marcada de última hora uma reunião.
Após regressarem a casa, por volta das 17h45m, eles tomam um banho e jantam.
Você está tão distante hoje, aconteceu algo? – indaga preocupado
Oi? Não. - sorrir levemente - Não aconteceu nada.
Você foi ao médico? - indaga a olhando
Fui não, mais a dor de cabeça aliviou bastante. - sorrir
Cuide dessa sua dor de cabeça, se não o fizer, farei eu. - a olha sério
Amo quando você cuida de mim. - diz Maria Isabel sorrindo
Eu cuido de você por que te amo. - diz ele sorrindo
Eu também te amo, minha vida. - diz ela sorrindo triste
Eles voltam a jantar e após, Maria Isabel vai para o quarto. Ela vomita tudo que comeu enquanto Guilherme está no escritório. Após escovar os dentes, ela desce e vai de encontro a ele.
Ocupado? - indaga
Para você nunca. - diz ele sorrindo
Maria Isabel sorrir e se senta em seu colo. Eles namoram, e após horas, eles decidem se recolher. Eles sobem se arrumam e adormecem em seguida.
No dia seguinte, Guilherme sai primeiro que Maria Isabel, deixando-a ainda dormindo.
Após algumas horas, ela desperta, faz sua higiene e tenta tomar café da manhã, porém sua vontade de vomitar constante não lhe deixa em paz, então ela toma um suco e segue para a empresa.
Ao chegar, ela vai para sua sala, onde trabalha até a hora do almoço.
Ela sai da sua sala e segue para a de Guilherme, porém ao chegar, não encontra sua secretária e entra de uma vez.
Desculpe! Sua secretária não está. - diz sorrindo
Não se preocupe. - sorrir - Veio me convidar para almoçar?
Sim, aceita?
Com prazer. - sorrir se levantando
Eles saem e seguem para o restaurante. Eles almoçam e logo regressam a empresa.
Acho que vou para a casa da Aurora. - diz Maria Isabel
Não ficará?
Não, estou meio impaciente hoje, e acho que não fará falta minha presença essa tarde.
Tudo bem. Encontramo-nos para jantar?
Claro, chegarei ao final da tarde.
Está bem. - diz sorrindo e a beijando
Maria Isabel pega seu carro e segue para a casa de Aurora.
Boa tarde, como está? - indaga Aurora sorrindo
Na medida do possível estou bem, e você?
Preocupada com você.
Não disse nada a ele, não tenho coragem. - diz triste
Não poderá mentir por muito tempo, Isa, uma hora ou outra você terá que dizer a verdade.
E preciso dizer. Daqui a pouco a barriga começa a crescer e ele vai se dá conta. - diz
Se precisar que eu esteja presente, eu estarei. - diz sorrindo
Não se preocupe. Esse assunto eu que devo resolver, mas obrigada. - diz sorrindo - Mas não vamos falar mais disso, vim passar o dia com você e quero esquecer, nem que seja por um momento esse meu problema. - pede sorrindo
Então vamos nos distrair. - sorrir
As duas inventa algo para fazer e as horas passam sem que percebam.
Na casa de Maria Isabel, Guilherme chega mais cedo e não a encontra. Ele sobe para o quarto, toma um banho, e ao voltar, apenas de roupão, bate na mesinha e derruba a pilha de livros de Maria Isabel. Ele os pega e, nesse momento ele avista um plástico que contém um papel dentro. Guilherme o pega, e ao ver o nome, sem hesitar o abre. Ele ler tudo atentamente até que ver o nome positivo.
Não! Não pode ser. - diz Guilherme sem acreditar - A Maria Isabel está grávida. Não! Não pode ser verdade. - diz se enfurecendo - Ela não foi capaz.
Nesse momento, Maria Isabel chega a casa.
Boa noite senhora. - cumprimenta Iolanda
Boa noite. - sorrir - Onde está o senhor Guilherme?
Chegou faz poucos minutos. Está no quarto.
Obrigada! - sorrir
De que horas sirvo o jantar? Está quase pronto.
Daqui uns trinta minutos.
Está bem.
Maria Isabel sobe para o quarto, e ao entrar, encontra Guilherme sentado na cama. Ela se aproxima sorrindo, porém seu sorriso se desfaz ao vê-lo segurando seu exame de sangue.
Guilherme. - chama Maria Isabel com a voz embargada
Como você foi capaz, Maria Isabel? - indaga sem olha-la
Eu posso explicar. - diz ela chorando
Explicar o que? Como você ficou grávida? - indaga aos gritos - Você quer me contar suas aventuras sexuais com seu amante? Dizer em que posição ele foi concebido, é isso? - indaga totalmente alterado e pegando-a pelos braços - Jamais esperei isso de você. Em todos esses anos... - interrompido
Sim Guilherme, em todos esses anos eu te perdoei. Perdoei cada traição sua. Aceitei diversas vezes suas chegadas às madrugadas cheirando a perfume de mulher, suportei mais coisas do que qualquer mulher poderia suportar, não por obrigação ou por que você não me dava o divórcio, mais por amor.
Amor? - indaga debochado - Que amor, Maria Isabel?
O mesmo amor que você diz ter por mim. Eu não esperei e nem planejei essa gravidez, ela chegou de modo que eu não esperava.
Ela veio para desmascarar você. Se não fosse por ela você iria continuar me traindo, Deus sabe até quando. - diz alterado
Dói não é? Dói ser traído, ser humilhado. Sente agora tudo que eu sentia quando você chegava a casa tarde da noite? Quando não fazia questão alguma de esconder suas amantes no escritório? Dói Guilherme, dói muito. - diz chorando
Isso é uma vingança, Maria Isabel?
É sim, é uma vingança, eu só não contava com uma vingança que teria vida, que é esse bebê que carrego dentro de mim.
E que irá sair daí muito antes do que ele pensa.
O que você quer dizer com isso? - indaga desconfiada
Você irá tira-lo. Eu disse várias e várias vezes que jamais aceitaria filhos de outro homem, ou de outros pais, você vai abortar. - fala a olhando
Não, eu não vou - diz convicta.
Você acha que eu vou deixar essa criança sujar nossa reputação? Você vai abortar sim, do contrário nós nos separamos.
Sinto muito lhe dizer, mais dessa vez você terá que assinar o divórcio, eu não vou tirar meu filho.
Você vai gerar o fruto de um adultério?
Sendo ou não fruto de um adultério, ele é meu filho, não tem culpa te ter vindo ao mundo por um caso de apenas sexo que vivi com um homem. Ele nascerá, e não será você quem irá impedir.
Não brinque comigo, Maria Isabel. Não teste mais a minha paciência.
Minha decisão é essa, e você não irá me manipular. Existe um ser dentro de mim que conheço apenas há algumas horas, mais que por ele eu dou a vida, e juntamente nossos anos de casamentos.
Você não seria capaz de ter esse bebê.
Claro que seria, seria não, eu sou. Eu vou ter o meu filho.
Você é uma qualquer. - grita alterado - Você não se deu ao respeito quando foi para a cama com ele. Você sujou nosso casamento, me humilhou de forma baixa. Eu não posso te perdoar.
Sempre assim, homens erram e temos que aceitar que perdoar, pois é o instinto, porém, quando nós erramos, pagamos caro. - debocha - Pois eu pago. Por meu filho eu pago muito caro. - diz ela
Então você não irá abortar?
Já disse que não. - fala olhando-o
Então vai embora da minha casa. - pede ele - Não quero te ver até o dia do nosso divórcio.
Sinto muito que tudo tenha que acabar dessa forma.
Poderia acabar de outro jeito, porém você escolheu seu filho, e esse bastardo eu não posso aceitar. - diz ele - Mais antes de ir, me diga quem é o seu amante. O homem com quem você me trai?
Isso você jamais saberá.
Engano seu, se você não me disser, eu descubro. E aí de quem seja, por que vivo, ele não fica. - adverte Guilherme
Se acontecer algo com ele, eu te denuncio.
Você o ama?
Não! Mas não vou deixar impune a morte dele por causa de um erro meu.
Maria Isabel sai de casa apenas com a roupa que veste e vai direto para a casa de Aurora.
Ao chegar, Aurora a olha e a abraça.
Ele descobriu não foi? - indaga
Sim! - chora - Ele achou meu exame de sangue e pediu o divórcio. - conta chorando
Já era de se esperar. Vem!
Elas entram e vão para a sala.
Ele disse que um bastardo não pode aceitar. - conta aos prantos
Isso a gente já sabia. Você tinha esperança que ele mudasse não é?
Acho que sim, mas não foi assim. - diz limpando as lágrimas - Posso passar a noite aqui? Estou apenas com a roupa do corpo.
Claro que pode. Vamos subir, enquanto arrumo o quarto você toma um banho.
Vamos!
Elas sobem e Maria Isabel vai direto para o quarto, onde toma banho.
Quem está aqui, meu amor? - indaga Otávio
A Maria Isabel. Ela passará a noite aqui. - diz Aurora
O que houve? Ela e o Guilherme brigaram?
Depois conversamos. - diz Aurora em tom baixo
Não precisa esconder Aurora. - diz Maria Isabel saindo do banheiro - O Guilherme e eu vamos nos divorciar. - diz Maria Isabel
Por quê? O que aconteceu? Ele voltou a aprontar?
Não, dessa vez o erro foi meu.
Por que diz isso? - indaga confuso
Eu estou grávida, Otávio. - confessa
Não! É serio?
É sim, eu trai o Guilherme, e o fruto desse adultério está crescendo dentro de mim.
Ele deve está uma fera. E você, completamente destroçada. - diz ele a abraçando
Eu o amo, apesar de tudo. O que vivi com esse homem foi apenas sexo. Sentia uma enorme atração por ele e não conseguia controlar, me entregava mesmo com a consciência pesada, até que esse bebê chegou e virou minha cabeça para baixo.
O Guilherme sempre foi contra adotar, com certeza mandou você escolher, não foi?
Você conhece tão bem o seu irmão. - diz chorando - Ele a princípio me mandou abortar, pois não aceita filho de outro homem, porém eu me neguei e então ele pediu o divórcio.
Eu sinto muito por você. - diz Otávio - Gostaria de ajudar, porém não posso. É um assunto de vocês e muito delicado.
Não se preocupe. A nossa decisão está tomada e nada nem ninguém conseguirão mudar.
Ele te perguntou quem é o pai? - indaga Aurora
Sim! Porém eu não disse. Ele disse que mesmo eu não dizendo, ele vai descobrir e que não vai deixa-lo vivo.
Ele não fará nada. - diz Otávio - Sobre esse assunto irei conversar com ele.
Por favor, Otávio, faz isso. O Guilherme é capaz de fazer uma loucura.
Amanhã irei vê-lo e converso com calma sobre essa ideia dele mandar matar seu amante, caso descubra. Eu sei que você errou, mas agora isso já não importa.
Você fala como se não te afetasse. - diz Aurora
Afeta meu amor, porém o Guilherme está sentindo na pele o que ele tanto fez a Maria Isabel sentir. Não posso culpa-la por se vingar.
Outra pessoa em seu lugar me chamaria de vagabunda. - diz Maria Isabel
Eu sei que você não é isso, isso que importa. Vou deixa-las.
Otávio beija a cabeça de Maria Isabel e sai para seu quarto.
Pensei que ele ia me odiar. - comenta Maria Isabel
O Otávio sabe separar as coisas. - sorrir levemente - Agora descansa. Vocês precisam. - diz ela sorrindo e alisando a barriga de Maria Isabel
Você me acompanha na minha primeira ultra? - indaga sem graça
Claro que sim. Com todo o prazer do mundo.
Obrigada Aurora, por tudo. Por me receber em sua casa nesse momento tão delicado. Prometo sair o mais breve possível. Vou comprar um apartamento e me mudar em seguida.
Passe o tempo que precisar. Lembra-se do posso pacto? Amigas em todos os momentos; seja ele fácil ou difícil. - diz Aurora sorrindo
Como esquecer. - diz Maria Isabel sorrindo
Quer comer algo? Vou preparar o jantar.
Não! Estou sem fome.
Come uma fruta, pelo menos antes de deitar.
Está bem, apenas uma fruta.
As duas descem, Maria Isabel come uma fruta e logo elas regressam ao quarto. Aurora se despede de Maria Isabel e vai para seu quarto.
Obrigada por ser esse homem tão maravilhoso. - agradece Aurora o abraçando
Eu sei quando devo dá razão a alguém e quando não. - diz sorrindo
Por isso te amo. - diz ela o beijando - Vou tomar banho, já regresso.
Aurora toma banho e volta em seguida.
Vou preparar o jantar. - avisa Aurora
Estou sem fome.
Mais o João quando chegar vai querer comer.
Ele saiu com a Ana, então já virá sem fome. - sorrir - Vamos ficar aqui, não precisa fazer nada.
Aurora volta a deitar e Otávio pergunta:
Como a Maria Isabel está?
Está péssima, porém ela tem que seguir em frente, por ela, pelo bebê.
Os piores momentos ainda estão por vir. - comenta - Isso é só o começo. Será um escândalo só essa separação e essa gravidez.
Posso imaginar. Mas acho que o Guilherme fará de tudo para evitar que isso saia como nota em jornal ou revista.
E pode apostar, ele vai. - diz Otávio convicto – Mas não vamos falar disso. O que tinha que acontecer aconteceu, e o que virá agora terá que vir, nós não podemos evitar.
Verdade. - o abraça
As horas passam. Por volta das onze horas João chega a casa. Ele encontra tudo escuro e, estranha ver o carro da tia, porém nada pergunta já que ninguém está desperto. Ele vai para o quarto, toma banho e logo se deita.
No dia seguinte todos despertam no mesmo horário e se encontram na cozinha.
Bom dia! - cumprimenta Maria Isabel chegando
Bom dia! - responde todos
Passou a noite aqui, tia?
Passei sim meu amor. - sorrir levemente
Aconteceu alguma coisa?
Cedo ou tarde você saberá, então vou lhe dizer. Seu tio e eu vamos nos divorciar.
O que? Mais por quê? - indaga
Não faça esses tipos de perguntas, João. - pede Aurora
Uma hora ele vai descobrir Aurora, deixe-o. - pede – Então, meu amor, eu sei que você talvez o defenda, porém terá que saber. Eu estou grávida e não é do seu tio, pois, assim como seu pai, ele também é estéril. - diz sem graça
Você o traiu? - indaga perplexo
Sim! Porém antes que me julgue seu tio não foi nenhum santo. Não é querendo colocar culpa nele, mas ele fez por onde merecer, não agora, mais no passado, porém nunca existiu alguém que despertasse em mim um desejo como o pai do meu filho despertou, e sem controle me entreguei a ele. E antes que pergunte, não, não o amo, foi apenas sexo, porém eu acabei engravidando, e entre tirar meu filho e ficar com seu tio, prefiro o meu filho. - diz com os olhos marejados
Eu não vou te julgar tia, cada pessoa sabe o que faz, mesmo sem controle. Não vou me meter e não vou deixar de amar vocês por causa disso. Sinto muito por ambos, e sinto mais ainda que o casamento de vocês acabe dessa forma, porém não me cabe julgar. - diz ele - Que esse bebê seja muito bem vindo à família. - a abraça
Obrigada meu amor. - diz o abraçando e chorando - Aliás, obrigada a todos vocês, se não fosse por vocês, sabe lá como eu estaria agora.
Nada que agradecer, estamos aqui para o que dê e vier. - diz Aurora
João, eu só te peço algo, não comenta nada disso com ninguém, que fique apenas entre nós. - pede Maria Isabel
Não se preocupe, nem a Ana saberá. - lhe beija a testa
Obrigada!
Eles desjejum e após, Otávio e João saem.
Otávio antes de ir para o hospital, passa na casa de Guilherme e o encontra bebendo.
Otávio, meu irmão. - diz embriagado - Você soube da novidade? Eu sou corno. - diz sorrindo com deboche - A Maria Isabel está grávida e não sou eu o pai, adivinha por quê? Por que eu sou um inútil, não sirvo como homem, tanto que minha mulher busca fora, e ainda realiza o sonho que tanto eu privei; dá-lhe um filho. - diz chorando - Porém eu vou descobrir quem foi o safado, e vivo esse desgraçado não vai ficar, escuta bem. - bebe de uma vez o conteúdo do copo
Vamos tomar um banho. - diz Otávio - Iolanda! - grita Otávio
Sim senhor Otávio.
Prepara um café bem forte para ele, por favor.
Sim senhor.
Eu não quero ir. - fala irritado
Nesse estado você não tem querer, vamos. - Otávio o apoia e leva-o para o quarto.
Ao chegar eles vão direto para o banheiro e Otávio o ajuda a tomar banho. Após, ele o enrola e segue para o quarto.
Aqui senhor. - diz Iolanda
Obrigado!
Toma Guilherme, você precisa. - diz o entregando
Eu não quero. - joga a xícara no chão - Eu vou matar esse desgraçado que tirou a Maria Isabel de mim, eu vou matar. - diz enfurecido
Não vai, você quer ser preso?
Ele já acabou com minha vida.
Acabou não, você acabou com ela sozinho.
Do que está falando?
Lembra-se das vezes que você deixava a Maria Isabel para sair com outras? Era assim que ela se sentia, humilhada, uma inútil que não servia para nada em sua vida. Que era apenas um objeto mais nessa casa. Sente agora?
Não é mesma coisa, eu sou homem.
Não é que você é homem que deve fazer o que você fez e ficar impune. Ela não queria mais aconteceu, o que fazer agora é aceitar.
Falar é fácil, não é com você.
Ela te perdoou tantas vezes. Quantas vezes ela deixou o orgulho dela de lado e voltou para ti? Quantas vezes você feriu a alma dela e ela aceitou calada? Coloque-se no lugar dela um minuto e pensa em tudo que ela sentiu. A recíproca nesse termo é verdadeira. Isso dói Guilherme, machuca, fere a alma, assim como está doendo em você, um dia doeu nela.
Mas eu nunca tive filhos com as mulheres com quem eu deitei. - diz irritado
Não, mais ela acabou, por azar do destino, engravidando. Ela não quis e não planejou, porém aconteceu. E qualquer mulher no lugar dela escolheria o filho ao invés do marido que a tanto fez sofrer.
Eu a amo, Otávio, apesar de tudo.
E ela também te ama. Ela fez o que fez por vingança e está pagando caro por isso. - diz Otávio - Se você a ama, lute por ela. Deixe seu orgulho de lado como ela fez mais de uma vez e a perdoe, aceite-a de volta.
Com aquele bastardo, nunca.
Então a perderá por completo. E quando você decidir lutar, já poderá ser tarde demais. - alerta
Eu a perco, porém o amante dela perde a vida.
Você não fará nada.
Quando eu descobri, farei sim, e ninguém impedirá. Eu passo minha vida na cadeia, mas vivo, ele não fica.
Bebe esse café, você precisa. - insiste Otávio
Guilherme o faz contra sua vontade.
Preciso me arrumar, irei à empresa. - diz ele se levantando
Nesse estado?
Eu estou ótimo. - diz indo ao closet e trocando de roupa
Após minutos, Guilherme pronto segue para a empresa.
O dia passa rápido. Por volta das sete e meia, Otávio chega a casa. Ele cumprimenta todos e logo eles jantam.
Falou com o Guilherme?
Falei sim e ele está disposto a acabar com a vida do homem.
Ele não vai mudar de ideia. - diz Maria Isabel tenebrosa
O importante é ele não descobrir.
Ele descobre tudo que quer. - diz ela - Preciso avisar a ele. - diz saindo da mesa.
Maria Isabel vai para o quarto e liga para José Arthur
Oi. - atende sorrindo
Preciso falar com você.
Onde podemos nos encontrar?
Terá que ser por aqui. - diz fria
O que houve? - indaga preocupado
O Guilherme descobriu.
O que?
Isso mesmo, ele descobriu.
Mais como?
Isso não importa. Não podemos mais nos encontrar. A partir de agora nossa relação está terminada.
Você não pode fazer isso.
Claro que posso, sua vida está em risco. Guilherme disse que se descobre quem é, mata.
Eu não tenho medo.
Mas eu tenho, e se você sente algo por mim, por favor, não me procura.
Eu não posso te deixar, Maria Isabel.
É o melhor. Eu não quero ser a culpada da sua morte. Por favor, não me procure mais. Guarde com você nossos momentos que foram inesquecíveis. Ponha dentro de seu coração e sempre que lembrar, pense no quanto gostávamos de ficar juntos, nem que fossem por uma hora, ou apenas alguns minutos.
Você não pode fazer isso com nós dois.
Nunca existiu um nós dois e, por favor, não me procure, eu te imploro.
Se você quer assim, assim farei, porém saiba que apesar de tudo, sigo te desejando como ninguém.
Adeus, José Arthur.
Adeus, Maria Isabel.
Maria Isabel desliga o celular e chora. Apesar de não amar o José Arthur, sentia uma atração inexplicável, o que a feria ao pensar que por sua culpa, ele corria risco de vida.
Após minutos ela regressa a cozinha e tenta comer, porém não consegue.
Falou com ele? - indaga Aurora
Falei sim, ele prometeu jamais me procurar.
Você não contou da gravidez?
Não, ele nunca saberá.
E se ele suspeitar?
Claro que não. Eu dei um basta, se um dia ele me encontrar com a criança, pensará ser do Guilherme, e que por isso o deixei.
Não cometa o mesmo erro que eu, Isabel.
Precisa ser assim. Se não for, ele irá deixar a esposa para ficar comigo, e eu n posso permitir isso. Eu não quero.
Você quem sabe.
Apenas me apoie, eu te peço apenas isso.
Claro que sim.
Os dias se passam.
Guilherme durante todos esses dias tenta descobrir quem foi o homem que se deitou com sua esposa e, que a engravidou, porém parece não haver pistas deixadas por Maria Isabel, até que o detetive contratado por ele chega à empresa.
Senhor Guilherme, o detetive Adrián Casablanca está aqui. – avisa a secretária
Mande-o entrar. – pede
Adrián entra na sala de Guilherme e ambos se cumprimentam.
Alguma novidade? – indaga Guilherme apontando para o detetive se sentar.
Sim! Descobri quem é o homem que se envolveu com sua esposa. – diz Adrián
E quem é? Como descobriu? – indaga sério
Eu fui aos motéis mais luxuosos da capital e descobri.
Quem é?
José Arthur Velásquez.
O que?
Isso mesmo. Nas reservas feitas por José Arthur, a descrição da mulher que o acompanha é as mesmas da sua esposa.
Eu não posso acreditar. – esbraveja esmurrando a mesa
O conhece?
Sim! Infeliz. Desgraçado. – diz alterado
Fique calmo, senhor Balvanera.
Não me peça calma. Isso é algo que não posso ter. – diz irritado
Acho que sobre esse caso, eu posso dá por encerrado.
Sim, com certeza. – concorda Guilherme mais calmo e se sentando – Vamos acertar a quantia que devo por seu trabalho.
Sim senhor. – concorda
Guilherme e Adrián conversam por mais algum tempo, e após pagar, Adrián vai embora.
Preciso dá um jeito de me livrar desse imbecil do José Arthur, porém sem deixar pistas. – diz Guilherme a si mesmo completamente furioso.
O resto do dia passa rápido.
Após um dia pensando e pensando, Guilherme toma uma decisão. Ele entra em contato com uns amigos "barra pesada" e marca um encontro.
Na estrada, José Arthur está voltando para casa, quando de repente seu carro é abordado por dois carros que o seguia sem que percebesse. José Arthur entra em desespero, porém se controla.
Desce do carro. – pede um dos bandidos
José Arthur desce devagar e o outro bandido lhe aponta a arma na cabeça.
Entra! Entra! – manda um dos bandidos
Nesse momento José Arthur tenta brigar com um dos bandidos e desarma-lo, porém no meio disso tudo, a arma dispara. O atingido é José Arthur que leva um tiro no coração e cai agonizando.
Os bandidos nervosos deixam o carro e José Arthur caído no chão e, vão embora.
José Arthur tenta se levantar, porém não consegue e desmaia. A rua por ser deserta, demora a passar alguém, porém, ao passar um casal dentro do carro, ao vê-lo caído, eles param e ligam para a ambulância.
Ele está morto. – diz o homem – Acho que ele está aqui faz um tempo, e o tiro foi no coração, ele não resistiu.
Meu Deus. Será que foi vingança ou assalto?
Não sei, não levaram o carro nem nada, porém as portas estão abertas. Ele pode ter reagido, e atiraram nele, ou pode ser vingança.
Os minutos passam e a ambulância chega. Eles constam a morte de José Arthur e os leva para o hospital. Ao chegar, eles ligam para Rebeca que intacta recebe a noticia e segue para o hospital. Ao chegar, ela ver o corpo dele e chora desesperada. Em seguida, um pouco mais calma, ela liga para a mãe, lhe dando a noticia. Após a chegada da mãe e do pai de Rebeca, eles a consolam e o pai dá entrada no enterro.
Preciso avisar ao Guilherme e a Maria Isabel.
Quem são eles? – indaga a mãe de Rebeca
Os donos da empresa onde o José era investidor. Somos muito amigos. – diz Rebeca com os olhos marejados
Está bem. Ligue! – pede
Rebeca liga para Maria Isabel, porém seu celular da apenas desligado. Ela então liga para Guilherme e ele a atende.
Alô?
Guilherme sou eu Rebeca. – diz com a voz entre cortante
Rebeca? Aconteceu alguma coisa? – indaga preocupado
Sim! O José Arthur morreu. – diz chorando
O que? Como assim?
Não sei como aconteceu, acho que foi um assalto. O encontraram na estrada, baleado e já sem vida. – comunica
Não acredito. – diz irritado, porém sem demonstrar.
Onde está a Maria Isabel? Liguei para ela, porém não consegui falar.
Ela está na casa da minha cunhada. – diz – Onde você está?
Estou no hospital.
Precisa de alguma coisa?
Não. Liguei apenas para dá a noticia e dizer que o velório será na catedral da capital amanhã as oito da manhã.
Amanhã estarei lá. – avisa – E, sinto muito. – diz ele
Obrigada!
Rebeca desliga o celular e volta para perto de seus pais.
Em um bar, Guilherme conversa com os seus amigos comparsas.
Tudo cancelado. – diz ele irritado
O que houve? – indaga um dos homens
Ele acabou de morrer. Parece que foi assaltado, acho que reagiu e foi baleado, não resistiu. – diz esmurrando a mesa – Eu queria ter acabado com a vida dele. – diz revoltado
Então nosso plano acabou?
Sim! Não preciso mais dos serviços de vocês. – diz os olhando – Podem ir! – pede
Os bandidos vão embora e Guilherme vai para casa totalmente furioso. Ao chegar, ele toma banho e bebe um pouco, em seguida adormece.
#Continua.
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Jogo dos Amantes | O Erro
Fanfic(CONTEÚDO ADULTO +18) O desgaste no casamento leva Maria Isabel a cometer uma loucura e, depois de anos, essa mesma insensatez volta a bater em sua porta. O que fará? A deixará entrar ou a expulsará sem ao menos se entregar uma vez mais?