Vou sentir sua falta

286 41 73
                                    

Isso desperta algo em Dean e ele começa a se inclinar deitando-se sobre mim. Logo minhas costas estão totalmente precionadas no tronco e nossos beijos ganham mais intensidade, sua boca toma a minha com ferocidade, suas mãos vão para minha bunda apertando-a com força. Separo nossos lábios gemendo alto, sua boca vai para meu pescoço sugando levemente, mordo o lábio inferior para impedir os sons que insistem em sair por minha garganta, se afastando um pouco, ele me olha nos olhos e pergunta.

- Tem certeza?

Nesse momento ouço o apito barulhento que anuncia a chegada do trem. Nos assustamos e o empurro, ele se levanta pega minha mão e corre pela floresta me arrastando com ele, no meio do caminho acabo tropeçando e caindo em uma poça de lama, me sujando inteiro.

- Você está bem? - ele me ajuda a levantar mas não respondo e corro em direção a linha do trem.

Quando chego, o velho aponta para o trem que está partindo e fala.

- Você se atrasou, ele foi embora.

Começou a chover mas ignoro. Me sento na beira da estrada e começo a chorar. Não acredito que eu perdi o trem, eu sou um idiota, meu namorado está me esperando e eu estou aqui com outro cara. Sou uma pessoa horrível. Minhas lágrimas se misturam com as gotas de chuva que molham meu sobretudo.

Dean vem até mim e me abraça, mas o afasto.

- É sua culpa! - ele tenta se apaixonar e o empurro dando socos fracos em seu peitoral, segurando meus pulsos, ele me puxa para um abraço do qual não tenho forças nem vontade para me afastar. Apenas me escondo em seus braços e começo a soluçar - É tudo minha culpa! Ninguém vai se casar comigo porque eu sou um chato, as pessoas só querem "ficar" comigo, só querem me usar!

Seus lábios tocam meu rosto, sua mão afaga meus cabelos e ele me aperta em seus braços.

- Shh... Cas, não diga isso. Você é uma pessoa muito especial, quem mais se arriscaria tanto por um pedido de casamento? - suas palavras me acalmam, me sinto amado - Não fica assim, qualquer ser humano seria um idiota se não te amasse - um pequeno sorriso aparece em meio as lágrimas, afasto meu rosto de seu ombro e olho em seus olhos.

- Até você? - suas mãos pousam sobre minha face limpando as lágrimas com pequenas carícias que fazem meu coração se aquecer.

- Eu já sou um idiota, Cas. Você mesmo disse - sua expressão é fria, vazia quase triste. A fina garoa que caia sobre nós se transforma em uma chuva mais espessa, ele junta nossos corpos - Vamos entrar, está chovendo.

Descanso minha cabeça em seu ombro deixando que ele me guie para dentro da estação.

Está muito frio e meu corpo começa a tremer quando ele se afasta, vendo isso ele retira sua jaqueta de couro e me entrega.

- E você? - me preocupo, mas ele apenas me lança um olhar carinhoso.

- Não estou com frio, agora fique aqui que eu vou arrumar um lugar para ficarmos. Ta bem? - balanço a cabeça positivamente e me sento no banco onde está minha mala, me encostando nela.

Vejo Dean andar até o idoso e perguntar algo em irlandês. Cada vez que o vento bate ele abraça o próprio corpo na intenção de se esquentar, me sinto culpado por usar sua única blusa de frio.

O senhor aponta para uma casa grande com paredes em rosa pastel do outro lado da rua, ele agradece vindo em minha direção.

- Olha, o José me disse que não tem nenhum hotel de verdade porque a cidade é pequena, mas a dona daquela casa ali aluga alguns quartos. O que você acha?

Destiel - Casa comigo?Onde histórias criam vida. Descubra agora