-2-

456 24 1
                                    

Tudo bem, para ser sincera, talvez eu tenha ficado contente com o facto de ele ter falado comigo, ele estava sorridente, um sorriso diferente do que me tinha oferecido na London Eye e de certa forma fiquei feliz por ele estar contente.

Ele sentou-se ocupando o lugar que existia ao meu lado e que eu não pensei que alguém o ocupa-se e se à algumas horas atrás. E se alguém me dissesse que eu iria ter uma conversa com alguém que mal conhecia (se é que aquela pergunta iria originar uma conversa) eu não me acreditaria achando isso impossível.

Eu melhorei um pouco a minha postura corporal para conseguir olhar para o que me parecia ser um rapaz corajoso.

Mais uma vez, mas com muita mais proximidade, pude reparar na beleza do rapaz.

Não poderia dizer que era uma beleza rara, porque estaria a mentir mas de certa forma ele era belo.

Os caracóis escapavam-lhe do gorro dando-lhe assim um look que achei fofo mas rebelde.

Ele tinha o nariz vermelho o que me fez pensar se ele não teria estado a chorar na volta que tinha dado à momentos na London Eye.

"Ou simplesmente está vermelho por causa do frio" alertou-me o meu subconsciente, não me permitindo assim dar asas à imaginação que naquele momento era muita.

O facto de ele ser direto da maneira que falou comigo fez-me pensar se isso seria bom ou mau, mas de certo, deveria ser bom visto que ele mantinha um largo sorriso enquanto aguardava pacientemente que eu lhe desse alguma resposta.

O que me fez pensar que eu teria de descobrir o porquê daquela afirmação, o nervosismo não me deixou escapar mais nada se não:

-Desculpa?- Senti as minhas sobrancelhas franzirem involuntariamente o que me fez pensar se eu não estaria a ser rude visto que o rapaz foi educado e simpático.

Mas ele pareceu não notar na minha falta de simpatia porque continuou a sorrir:

- Sim, estavas a olhar para mim. - Ele sorriu confiante do que estava a dizer o que me fez pensar que ele tinha razão com o que estava a dizer, e perguntar-me se ele era assim com todas as raparigas que olhavam para ele visto que, devia estar habituado a toda a atenção feminina que recebia.

- Então se sabias que eu estava a olhar para ti, era porque estavas a olhar para mim...- Deixei escapar e de seguida castiguei-me mentalmente pela continuação da minha rudeza para com o rapaz, e só depois me percebi do que tinha dito concretamente admirando assim com a minha súbita confiança ao dizer aquelas palavras e com possível insinuação de algum facto omitido.

O rapaz também pareceu espantado porque olhava-me com as sobrancelhas levantadas e a sua postura corporal tinha mudado, o que me fez pensar que naquele momento ele deveria pensar na arrogante e convencida rapariga que eu estava a ser naquele momento.

Contudo ele relaxou e sorriu fraco o que me fez pensar no quanto eu o poderia ter afetado com a minha arrogância.

- Sim de facto estava.- Ele admitiu acenando afirmamente com a cabeça e sorrindo de uma maneira que me fez perguntar se ele teria algum problema que o fizesse ter uma rápida mudança de postura, visto que desde que se tinha sentado ao meu lado o fazia vezes sem conta.

Sentia-me estranha e de certa forma divertida o que me fez esquecer o que naquele momento eu poderia estar a fazer na minha solitária casa.

- Desculpa- Eu disse depois de uns momentos de silêncio e de análise ao chão do sítio onde nos encontrávamos.

- Porquê?- Ele perguntou com uma expressão intrigada e confusa.

O que me fez perguntar se aquela conversa ficaria por ali...

The Soul*Onde histórias criam vida. Descubra agora