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Existem dois tipos de pessoas, dois tipos de almas...

Eu penso que um desses tipos, são as pessoas que tentam manter a sua integridade ao máximo, que tentam fazer o melhor, sendo melhores...

E depois existo eu, existem as pessoas do meu tipo, que acham que o melhor seria colocar um fim a todos os problemas existentes, para acabar com a dor, para acabar com o sentimento de raiva e revolta, por vezes eu penso que isso fosse o melhor, que fosse a forma mais rápida de terminar com a maldade que por vezes tenta sair de mim...

E talvez eu embora que interiormente soubesse que a única maneira de acabar com aquela onda de maldade fosse a morte, a minha própria morte, mas isso não aconteceu.

Ainda.

Mas não é o que nos espera? Aliás, porquê adiar o que será inevitável? 

Porquê?

-Melanie, querida! – A voz suave de Rosalie chamou e uma mão macia passeava pelo meu cabelo. - É  hora de abrir as prendas, anda...

Eu fiz um "hum" e pude ouvir Rosalie rir. 

-Melanie? O que faz o teu telemóvel no chão? –  Rosalie perguntou e o choque na sua voz foi audível.

A pergunta de Rosalie fez-me lembrar da noite passada.

Eu tinha ficado até perto da uma da manhã à espera da resposta do Harry há minha mensagem, embora lá no fundo eu soubesse que ele não teria nada para responder, eu aguardava aquela resposta como, ironicamente, uma criança aguardava pelo Natal...

Por volta das duas da madrugada quando me fui deitar e reparei que Harry não tinha respondido à mensagem veio o arrependimento de a ter mandado, depois veio o desejo de ter alguma tecnologia que me permitisse ver se ele pelo menos já a teria lido.

Provavelmente sim.

 Com a frustração atirei o telemóvel para cima da cama, onde ele ressaltou e caiu para o chão.

-Deve ter caído enquanto eu dormia. – Eu respondi omitindo os verdadeiros acontecimentos e levantei-me.

-Okay... - Rosalie disse e tudo no seu rosto indicava que ela não tinha acreditado

***

 Eu já me encontrava sentada perto da árvore de natal e Rosalie também, o Glenn mandou-nos esperar pois ia buscar o presente de Rosalie à cave o que fez a Rosalie dar uma pequena risadinha e bater palmas.

Quando Glenn voltou com uma pequena caixa Rosalie soltou um sorriso largo e Glenn deu-lhe um de volta e eu automaticamente também sorri.

-Eu começo. – Glenn disse e entregou a caixa à Rosalie. 

-Obrigado! –  Rosalie disse e começou por rasgar o papel de embrulho enquanto eu e Glenn riamos.

Quando ela abriu a caixa e retirou de lá um envelope ofereceu-me um sorriso cúmplice e quando abriu o envelope deu um pequeno berro agudo que me fez olhá-la surpreendida.

Ela agarrou o meu braço e guinchou.

-Melanie! Quatro bilhetes para a Austrália! Quatro bilhetes para Austrália! Eu não me acredito! – Ela guinchou novamente.

Rosalie levantou-se rapidamente e saltou para cima de Glenn enchendo-o de beijos e palavras de agradecimento.

Cinco minutos depois Rosalie deu o envelope a Glenn e este quando o abriu disse repetidamente "Não me acredito", e dirigiu-se para os braços de Rosalie beijando-a e abraçando-a.

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