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Quando cheguei à rua senti bastante frio e decidi ir para dentro do carro, olhei para o meu telemóvel procurando o número do Harry, quando o encontrei respirei fundo ainda na incerteza.

Quando o quinto sinal de chamada se fez ouvir as minhas esperanças de que Harry atende-se reduziram-se a cinzas e quando estava prestes a desligar a voz de Harry fez-se ouvir do outro lado.

-Melanie? – Ele chamou e ouvi pessoas a falarem como barulho de fundo.

-Harry? – Eu chamei.

-Sim Melanie, o que se passa? – Ele perguntou.

Eu olhei para a rua e suspirei, não sabia como dizê-lo sem que a preocupação fosse notada na minha voz.

-Harry, nós tivemos um problema mas a Gemma não reagiu muito bem e está a tremer há imenso tempo e nós não sabemos o que fazer... – Eu confessei e pressionei o nariz usando o dedo indicador e o polegar.

-Mas vocês estão bem, o que é que se passou? – Ele perguntou e ouvi uma porta bater como som de fundo.

Eu arrependi-me de imediato de lhe ter ligado.

-Sim estamos bem. – Eu menti. – Mas a Gemma ainda está nervosa, eu só queria saber o que é que nós podíamos fazer para a ajudar, não queria preocupar-te Harry...

Ouvi Harry a suspirar profundamente.

-Não tem mal... – Ele falou.

-Faz-lhe perguntas difíceis ou conta-lhe coisas. – Ele sugeriu. – Ela distrai-se e deixa de pensar no assunto.

-Hum, isso não é um método muito eficaz. – Eu ri nervosamente.

-Acredita Melanie, é. – Harry assegurou e eu senti-me estúpida. 

-Okay.

-Hum, bem eu vou desligar Melanie. – Ele anunciou e eu assenti com a cabeça.

Quando reparei que ele não me conseguia ver falei:

-Sim, obrigado Harry. – Eu agradeci.

 No lugar de uma resposta o sinal de fim de chamada fez-se ouvir fazendo-me encarar o telemóvel como se toda a culpa fosse dele.

***

Quando cheguei perto de Gemma fiz-lhe perguntas sobre o Tom e quinze minutos depois ela estava bastante melhor.

-Onde vais passar o Ano novo? – Gemma perguntou-me enquanto eu bebericava o sumo que tinha pedido.

-Ainda não sei. –"No raio do Hotel" o meu consciente lembrou-me e não me restavam opções.

-Vem connosco! – Step propôs. – Vamos para perto da London Eye, vai ser divertido! 

Step passou os dez minutos seguintes a planear como seria a passagem de Ano Novo assegurando-me que se eu fosse me iria divertir bastante.

***

Eram vinte e três horas e eu encontrava-me no meio da multidão que se acumulava perto do Big Ben, eu e Step andávamos de mãos dadas a tentar penetrar pela multidão à procura de Gemma que estava com o Harry, Louis e uma rapariga chamada Eleanor.

O meu corpo, apesar dos chuviscos de chuva que caiam tão levemente como uma pena, pedia ar fresco e as minhas mãos doíam devido ao aperto que as mãos de Step faziam.

Eu ouvia Step a falar mas o que ela dizia ia além das minhas capacidades de audição, o barulho fazia-se ouvir tal como trovões num dia de tempestade e para mim tudo aquilo era um pouco desconhecido.

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