O clube da meia-noite está repleto de figuras: tem a Nathália, que está num rolo eterno com o Guilherme desde os 12 anos; tem a Patrícia, que é fanática por livros, séries e filmes, e tem um enorme estoque de doces - proibidos na escola!; O Lucas, q...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Pati larga a pá no chão e se agacha ao nosso lado, fitando o nariz (sangrento) de Lucas, preocupada.
─ E agora? - Nathália faz uma careta.
─ Temos que voltar para os dormitórios antes que algum monitor apareça! - sussurro, colocando a mão na cabeça.
Olho para os lados, escutando o barulho dos grilos, mas tudo parece estar quieto.
─ É melhor vocês irem logo pra C.D. ─ Daniel murmura ─ Lucas e eu vamos, também.
─ Mas e o nariz dele? ─ Nathália exclama.
─ Damos um jeito. ─ Lucas responde, fazendo força para levantar.
Concordando com a cabeça, Nathália, Patrícia e eu seguimos em um direção e Lucas e Daniel, em outra.
Assim que adentramos na Central, vamos subindo cuidadosamente as escadas; Pati e eu acenamos para a Nathália, já abrindo a porta do nosso quarto.
Sem nem me trocar, apenas me jogo na cama, dormindo imediatamente.
***
─ Malu... Malu!
A voz (nem tão sonolenta) de Patrícia faz com que eu salte da cama; ao olhar para os lados, encaro ela apoiada nas escadinhas, sorrindo.
"Como ela pode estar tão sorridente?" ─ penso, um pouco tonta.
─ O que aconteceu ontem à noite não foi um sonho, certo? ─ murmuro e me assusto vendo que minha voz está um pouco rouca.
─ Definitivamente não foi um sonho! ─ ela ri sozinha ─ Por que?
Reviro os olhos e sussurro um "nada".
Patrícia dá de ombros e eu vou descendo as escadinhas logo atrás dela; o tapete nunca havia parecido tão aconchegante quanto parece agora.
─ Qual a primeira aula? ─ pergunto, bocejando, já pegando minhas coisas e seguindo para o banheiro junto de Pati.
─ Teatro! ─ exclama, alegre.
Enquanto vamos entrando nos chuveiros ─ lado-a-lado ─ posso escutar Patrícia cantarolando alguma música qualquer e suspiro.
Acho que às vezes eu esqueço que estamos em uma escola e não em uma colônia de férias.
De todo jeito, eu não veria tanta diferença ─ se não fosse pelas inúmeras provas e trabalhos, é claro.
***
Patrícia e eu esperamos Nathália descer até a C.D. e, quando ela apareceu ─ tão acabada quanto eu ─, seguimos andando.
Assim que terminamos de nos servir, caminhamos para a nossa "mesa de sempre". Enquanto eu mal consigo olhar para a pequena vasilha com o cereal sem ter vontade de vomitar, Patrícia abocanha um sanduíche ─ acompanhado de bolinhos e suco.