Capítulo 18

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Naquele dia o sol amanheceu sem brilho, e os minutos se tornavam torturantes.
Eu me recusava à acreditar que a pequena Isa tivesse morrido.
Ela é só uma criança -pensei ao ver a Sophia chorar.
Entramos na sala de cirurgia e vimos o corpinho da Isa já pálido. Pude crer vendo com meus olhos.
O meu anjinho havia sido levada por Deus pra ficar junto dele.
Com o abalo da triste notícia, tratei de avisar a toda família, pois eu sabia que a Sophia não teria condições..
Os avós da Isa tomaram a notícia como um choque e vieram desesperados ao hospital.
Apesar de não gostar do pai da Isa, acho que ele tinha direito de saber do ocorrido... Após muito pensar liguei...
Fiz então o doloroso trabalho de avisar a todos...

No dia seguinte tivemos a pior experiência de nossas vidas: o velório.

Ver minha Sophia chorar me cortava o coração, me fazia sentir impotênte diante de sua dor.

O pai da Isa nunca deu muita importância a existência da garota, mas aparentemente havia ficado bem abalado com a situação também.

...Foi com a Isa que aprendi a ser mãe, foi com a Isa que aprendi o que é cuidar de um ser... Ela era tão pequena e me fez sentir coisas tão grandiosas.

Porquê levaram minha pequena pra longe dos meus braços? Eu sabia que se para mim estava difícil, imaginem para Sophia. Seria difícil voltarmos a sorrir depois desse episódio... - Pensei enquanto o padre iniciava a missa.

Ao findar a missa e logo após o corpo da pequena Isa ser cremado... Quando por fim tudo acabou, voltar pra casa sem ela deixava um vazio na alma.. Sua cinzas ficaram em um potinho, e carregar aquele potinho era uma dor incurável.

Recusavamos a acreditar no que estava acontecendo... Chegamos em casa, entramos no quarto e nenhuma palavra foi dita, as lágrimas falavam por si, e o vazio de nossas almas ecoavam mais que nossas vozes.

Guardamos o potinho com a cinzas, junto a um quadro enorme com a foto da pequena isa em uma estante na sala. 

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