Capítulo Um

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John estava sentado na cadeira próxima a janela no apartamento que dividia com Sherlock, enquanto ele lia um livro. No outro lado do aposento seu companheiro de quarto fazia uma série de ruídos altos

-O que você está fazendo agora Sherlock? - John perguntou levantando os olhos de seu livro.

-O que parece que estou fazendo?

John analisou a cena, Sherlock estava deitado no sofá atirando uma série de facas contra a parede

- Não sei, estragando a parede da senhora Hudson de novo?

-Isso é apenas uma consequência.

- Então, de volta a pergunta original. O que você está fazendo?

- Atirando facas contra a parede.

-Por que...?

-Por que não tenho absolutamente nada mais para fazer - Sherlock jogou mais uma faca na parede

-Quanto a seu último caso?

-Resolvi ontem

- Você resolveu o Assassinato de Sarah Gray em um dia?

- Está mais para 13 horas - disse Sherlock

- Você mesmo disse que foi um dos casos mais difíceis que Lestrade já lhe trouxe

-Sim, realmente foi, tomou 13 horas do meu tempo - Sherlock lançou uma nova faca

- Então, vai me dizer?

-O que? - Sherlock disse distraido

-Como resolveu - respondeu John começando a se irritar com a falta de atenção que o outro lhe dedicava

-Nada de mais, eu lhe explico quando Lestrade se for- disse Sherlock, no instante seguinte a senhora Hudson entrou na sala seguida por Lestrade.

John olhou espantado para o Sherlock. Eles já dividiam o apartamento a pouco mais de um ano, mas isso ainda não deixava de se surpreender com as capacidades mentais dele.

- Sherlock, quando você vai parar de destruir minhas paredes? - disse a mulher olhando para as facas presas a parede.

-Bem isso depende do que Lestrade tem para nós - ele se levantou e olhou para o detetive que havia entrado - e a julgar pela sua aparência são más notícias. - Lestrade assentiu e Sherlock sorriu - Ótimo

Dessa vez Watson não se perguntou de onde ele havia tirado a conclusão. Lestrade parecia realmente abalado.

-O que aconteceu? - perguntou

-Encontramos o homem que descreveu, Sherlock - disse o Detetive

-Isso é bom, não?

-Seria melhor se ele não tivesse sido encontrado por pescadores no fundo do Tâmisa.

-O que? - John pareceu surpreso

- Esperto, - disse Sherlock - ele realmente não quer ser descoberto...

-Ele? Está falando de Moriarty? Moriarty mandou matar esse homem?

-Temo que não - disse Sherlock - Moriarty tem classe. A assinatura desses crimes é brutal.

-Crimes? No plural? - disse John

-Oh sim, eu esqueço que vocês são apenas pessoas comuns com capacidade de dedução extremamente limitada. Não se ofendam - disse olhando para John que parecia magoado, mas foi Lestrade quem respondeu resignado

-Eu não me ofendo mais

- Então, como estava dizendo, Moriarty gosta de lucrar com a criminalidade, quem quer que esteja por trás disso, está fazendo apenas por diversão. Três criminosos foram mortos nos últimos 5 meses, logo após eu aponta-los como suspeitos. Cinco das vítimas de assassinato nas últimos 3 meses estavam com todos seus bens, nem ao menos se incomodou em fazer parecer um assalto. Ele não está preocupado com riqueza. Ele está apenas jogando.

-Jogando contra quem? - perguntou

-Contra a polícia, contra mim, mas especialmente, contra Moriarty. - Ele olhou para Lestrade - Me mostre o que mais você encontrou

-Como você...

-Com todos os seus anos na polícia, você não ficaria tão horrorizado apenas por encontrar um cadáver de assassino no rio, apenas diga.

-A autópsia do corpo foi feita, em seu estômago - Lestrade ofegou um pouco como se a lembrança o enojasse - Em seu estômago estavam as jóias da mulher assassinada, e isso. - Lestrade tirou do bolso um saquinho de evidências contendo uma pequena placa de ouro. Sherlock pegou o objeto é o analisou. Na parte de trás da placa haviam alguns símbolos gravados. - Você tem alguma ideia do que significa?

Ele reconheceria aqueles símbolos em qualquer lugar, era exatamente os que ele havia desenhado para o professor de linguagens quando este havia pedido para elaborar um código de escrita.

E agora seu próprio código o ameaçava com as palavras: "Fique fora do meu caminho"

E agora seu próprio código o ameaçava com as palavras: "Fique fora do meu caminho"

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The Devil's Game (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora