Capítulo Nove

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Eram por volta das 7:30 da manhã, John ainda estava dormindo, agora de volta a seu quarto normal, Sherlock por sua vez estava sentado na sala olhando atentamente para as anotações que havia feito sobre o caso, ele não havia dormido mais que alguns minutos nas três noites anteriores. O plano a que ele havia se referido a Moriarty se mostrara um de seus maiores fracassos, e ele não só não descobrira nada sobre o caso como quase havia explodido uma fabrica de colchões.

- Quando você vai dormir, Sherlock? - Disse uma voz atrás dele acompanhada por um bocejo, o consultor virou-se para encarar o seu companheiro de apartamento.

- Quando eu descobrir quem está fazendo tudo isso.

- Não vejo como privação de sono, falta de alimentação e abuso de substâncias ilegais vai te ajudar com isso, a menos que seu plano seja morrer e investigar o caso da dimensão espiritual.

- Está de mau humor hoje? É por causa da aposta no hipódromo?

- Não - John não se deu ao trabalho de perguntar como Sherlock sabia da aposta que havia perdido - É porque meu colega ficou até às quatro da manhã tocando Violino, e não me deixou dormir.

- Achei que gostasse de me ouvir tocar

- Eu gosto, mas não após a uma da madrugada e certamente não ligado à um amplificador

- Detalhes - Murmurou Sherlock voltando ao trabalho

- Conseguiu alguma informação nova pelo menos? - Perguntou John, se aproximando do amigo.

- Uma nova morte

- E você não vai investigar?

- Eu já fui, voltei há exatos 20 minutos

- Conseguiu alguma coisa?

- Sim, atingir um novo grau de frustração - O consultor estreitou os olhos para a folha a sua frente - O que eu estou perdendo? Ei, onde você vai? - Perguntou ao ver John pegar o casaco

- Não pode deduzir isso?

- Oh, sim, procurar emprego.

John sacudiu a cabeça, ele tinha que ensinar o amigo qual era o significado do termo "Pergunta retórica".

- Exatamente, como a clínica em que trabalhei anteriormente vai demorar a ser reconstruída, vou precisar de outra fonte de renda.

Holmes não pareceu assimilar nada do que seu colega havia dito, apenas continuou olhando para as anotações, até que uma maçã foi colocada sobre seus papéis. Ele olhou para cima e viu que Watson o encarava com expressão séria.

- Coma alguma coisa.

- Está dizendo isso como médico?

- Não, como seu amigo. Agora coma a maçã e vá dormir

Sherlock não respondeu, apenas tirou a maçã de cima de seus papéis e continuou a ler. Com um bufo de desgosto, John saiu do apartamento. Após a saída do amigo, Holmes pegou a fruta de volta e deu uma mordida. Ele tinha que reconhecer que estava com fome. Além do mais, mesmo depois de uma semana sem comer, ele ainda não havia descoberto nada.

- Eu estou fazendo isso de forma errada - disse para si mesmo - Tenho que achar outro caminho. - Ele foi despertado de seus devaneios quando seu celular tocou, levou o aparelho ao ouvido sem se dar ao trabalho de consultar a tela, já sabendo de quem se tratava. - O que você quer Moriarty?

- Estamos de mau humor hoje, hein? - veio a voz do outro lado da linha - Devo supor que não estamos avançando?

Antes que o homem pudesse dizer qualquer coisa mais, Sherlock desligou, estava cansado dos jogos de Moriarty, o criminoso conseguia desiquilibra-lo tanto quanto o próprio diabo.

E foi então que ele percebeu, tanto o Diabo quanto Moriarty, conseguiam perturba-lo porque atacavam seu lado emocional. Se ele queria resolver o caso ele precisava de alguém que não tivesse emoções para serem abaladas.

- Mycroft - Sussurrou para si mesmo, ele se levantou imediatamente e correu para a porta, pegando seu casaco na saída. Não era hora de ser orgulhoso se seu irmão pudesse ser de qualquer utilidade agora, ele precisava de sua ajuda.

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Ao chegar ao escritório de seu irmão, Sherlock foi recebido com olhares surpresos de seus companheiros de trabalho, alguns deles tentaram bloquear seu caminho e falar com ele, mas o consultor conseguiu habilmente desviar deles e chegar a sala de Mycroft rapidamente.

Antes que precisasse bater na porta, esta se abriu revelando o Holmes mais velho, ele encarou Sherlock por um momento antes de convidá-lo a entrar com um gesto.

- Demorou mais do que eu esperava para me procurar - Comentou o homem sentando-se na cadeira de espaldar alto atrás de sua mesa - Eu realmente achei que viria atrás de mim imediatamente depois do fracasso na fábrica de colchões.

- Três de seus homens me vigiando? - Disse Sherlock querendo demonstrar que havia percebido - Eu devo ser realmente importante para você se importar tanto comigo.

- Mamãe pediu para tomar conta de você, é o que estou fazendo.

- Muito gentil da sua parte - Sherlock friamente - Mas então, vai me ajudar com isso ou não?

- Eu poderia, mas desde que você se aliou a Moriarty, isso deixou de ser meu problema.

- Você está realmente incomodado por eu procurar Moriarty antes de você?

- Se eu estou incomodado por você procurar o criminoso que tentou te matar ao invés de seu irmão?

- Ele me ofereceu ajuda

- E você aceitou, por que? Por causa de uma pequena explosão na clinica de seu amigo? Sinto muito Sherlock, isso não justifica, aquele homem tentou te destruir, tentou destruir a Inglaterra. Você se aliar a ele foi uma traição contra o país.

- Eu não importo com o país, estou tentando proteger algo mais importante.

- E o que seria?

- Meus amigos

"John Watson" disse uma voz em sua mente

Sem se dignar a olhar para Mycroft mais uma vez, Sherlock saiu da sala batendo a porta atrás de si.

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Sherlock acabou por ficar o dia todo fora de casa, quando voltou ao apartamento já estava escuro. Ele subiu as escadas e abriu a porta da sala. John estava sentado no sofá abraçando e beijando uma mulher. O consultor ignorou o sentimento amargo e desconhecido na boca de seu estômago ao assistir a cena.

O casal no entanto, ouviu a porta se abrir e se separou. E apesar de tentar, o consultor não conseguiu esconder a surpresa ao perceber que a mulher que Watson estivera beijando, era Molly Hooper


Desculpa gente, sei que isso demorou pra caramba. Eu queria poder prometer que vou atualizar mais rápido, mas não posso, porque não sei se vou conseguir. Pra quem tá lendo isso, obrigada pela paciência

The Devil's Game (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora