- Surpreso? - Molly manteve o sorriso arrogante em seu rosto enquanto falava. Sherlock não respondeu, mas sua postura tensa pareceu resposta suficiente - Eu imaginei que sim.
O detetive se recuperou rápido e sacou sua arma, apontando-a para a mulher a sua frente. Ela não pareceu se importar, sua própria 12 ainda encostada na cabeça de Moriarty.
- Você não vai fazer isso. - Sherlock virou-se em uma velocidade impressionante ao reconhecer a voz do irmão. Mycroft estava parado ao lado de John, sua Taurus encostada na têmpora do médico que ainda parecia apenas semiconsciente.
- Mycroft? Que diabos? - Holmes perguntou sem mover a mira da arma.
- Eu tentei te avisar para ficar fora disso - O homem mais velho disse com a Taurus ainda ameaçando a vida de John.
- Acho que você gostaria de largar essa arma, não é, Sherlock? Seria horrível se John se machucasse acidentalmente. - A voz excessivamente cordial da mulher estava levando o detetive a seu limite.
- Myc - Sherlock implorou, ignorando o comentário dela - Eu não sei com o que ela te ameaçou, mas...
- Faça o que ela disse - Mycroft estava emocional, seu tom muito diferente do frio habitual. - Eu não quero matá-lo, mas eu vou.
O contato visual dos dois irmãos foi quebrado quando John ainda confuso, fez um movimento para se levantar e acabou com o rosto plantado no chão de madeira, onde permaneceu imóvel. Sherlock queria poder se aproximar e se certificar de que o amigo estava bem, mas sabia que quanto mais demonstrasse seus sentimentos, pior se tornaria a situação.
- Que diferença faria entregar a arma? - Ele estreitou o olhar para o irmão, colocando o máximo de indiferença possível em seu rosto - Morrer agora ou depois que ela contar a história de como conseguiu operar uma rede de criminosos em Londres? Como ela conseguiu enganar um consultor que resolveu mais casos que a Scotland Yard?
- Eu imaginei que isso fosse incentivo suficiente para você - Disse Molly - Afinal, são a curiosidade mórbida e o espírito científico que te movem, não é? - O detetive não respondeu e a mulher continuou - Bem, se esse não é o caso, acho que temos que achar outro tipo de incentivo. Mycroft, querido, faça as honras.
Os olhos de Sherlock se arregalaram quando o irmão moveu a mira da Taurus para a perna de John e disparou um tiro em sua panturrilha. O médico gritou. Seu grito foi abafado pelo contato do rosto com o assoalho, mas alto o suficiente para que o detetive ouvisse, o som fez o medo e a raiva preencherem seu ser.
Sem um segundo pensamento ele moveu o braço que segurava sua Sig Sauer e disparou um tiro na direção de Mycroft. A bala atingiu a mão do homem, o impacto e a dor fazendo com que o homem soltasse a própria arma.
Um segundo depois, no entanto, Sherlock se viu deitado de costas no chão sem entender direito como havia chegado ali. Seu ombro parecia estar em chamas, mas ele ainda mantinha um aperto firme em sua Sig. Sem perder um segundo para constatar o que tinha acontecido, se pôs em pé. Com o canto do olho pode ver John imóvel no chão e Mycroft segurando a mão machucada contra o peito. Julgando que ele era inofensivo o suficiente, voltou a apontar sua arma para Molly.
- Você pode querer repensar sobre isso - A mulher não pareceu incomodada, na verdade, parecia se divertir com a situação.
- Por que? Você vai matar Moriarty? - Perguntou o detetive olhando para o criminoso que, por algum motivo, ainda não havia dito uma palavra. - Isso apenas me pouparia de um dilema moral. Não seria exatamente uma perda para a humanidade. - James moveu a boca como se fosse dizer algo, mas mudou de ideia quando a pressão da 12 em sua têmpora aumentou.
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The Devil's Game (Concluída)
FanfictionUm novo jogo começa, e dessa vez, não é Moriarty quem está movendo as peças. Sherlock, como de costume é chamado por Lestrade para ajudar a Polícia com os novos casos. Quando essa aventura coloca a vida de John em risco, ele precisa deixar seu orgul...