Capítulo Dezenove - Epílogo

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Um ano depois

Sherlock se mexeu desconfortável na cadeira do restaurante. Ele estava dando voltas no assunto que havia sido o motivo inicial do jantar e Ângelo aparecendo a cada cinco minutos para perguntar se precisavam de alguma coisa, não estava ajudando. John à sua frente parecia sentir seu desconforto.

— Então, Jill parece estar se adaptando bem como filha da Sra Hudson. – O médico tentou aliviar o clima.

— Ela ainda prefere ser chamada de A4 – Sherlock corrigiu – Mas realmente está se saindo bem. Acho que faz sentido elas se darem bem, personalidades bastante parecidas.

— Sim... As duas me dão medo – John riu do próprio comentário e Sherlock sorriu, ainda parecendo nervoso.

— Você deve evitar mencionar a parte de "filha", no entanto. Ela ainda prefere acreditar que sra Hudson a adotou porque precisa de uma ajudante.

Um momento de silêncio se seguiu e quando ficou claro que Sherlock não diria nada, John voltou a falar:

— E quanto a Mycroft?

— E ele? – Veio a resposta calma.

— Você já falou com ele?

— Não

— Por quê?

— Eu ainda estou com raiva. – O detetive respondeu, parecendo irritado com a mera menção do irmão – Ele sabia que Molly era o Diabo. Nós quase morremos por que ele não me contou.

— Ele também salvou nossa vida. – Sherlock ergueu as sobrancelhas – Não me leve a mal, eu já não gostava de Mycroft antes e gosto menos ainda agora, mas ele nos salvou e eu realmente estou feliz por estar vivo.

Sherlock não respondeu e o silêncio foi deixando John cada vez mais nervoso. Ângelo trouxe a sobremesa e levou os pratos vazios, quando o homem se afastou, John finalmente perdeu a paciência.

— Você vai fazer o pedido ou não? – Ele perguntou.

Sherlock saltou um pouco com a pergunta.

— O que... Como você... – O detetive desistiu da pergunta e apenas alcançou o anel simples em seu bolso para oferecer ao médico. – Você quer? Você sabe... Casar?

— Sim – John ofereceu o dedo para que Sherlock encaixasse a aliança, mas ao invés disso o detetive depositou a jóia na palma de sua mão – Tão romântico – O médico zombou, colocando o anel sozinho – Talvez eu devesse encontrar um jeito de acabar em uma cama de hospital de novo

Watson brincou ao se lembrar da rara atitude emocional do namorado quando ele se machucava. Seu riso foi interrompido quando Sherlock se levantou e deu a volta na mesa para beija-lo apaixonadamente.

— Você não precisa fazer isso. – John sorriu quando eles se afastaram – Eu estava brincando. Me apaixonei por você mesmo com toda a constipação emocional, não é?

Sherlock sorriu e voltou a beija-lo. Talvez, no final das contas, ele devesse agradecer Mycroft. Ele também estava muito feliz por estar vivo.

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Mycroft se aproximou de seu escritório. Ele havia acabado de voltar para casa do trabalho e, mesmo sendo quase meia-noite, estava determinado a redigir pelo menos três dos documentos que precisava autenticar no dia seguinte.

As coisas estavam cada vez piores nos últimos dias. Os documentos que Molly havia roubado não foram à público, mas quem quer que os tivesse, estava chantageando o parlamento.

The Devil's Game (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora