17. Vivendo no cativeiro

365 47 49
                                    


[CAMILA POV]

Estávamos naquele carro a um certo tempo. Allyson ainda falou algumas coisas para mim, mas eu não respondi, nem sequer prestei atenção. Eu estou com saudades de Dinah, Mani e principalmente de Lauren. E se eu nunca mais vê-las de novo?

O veículo parou em uma casa que ficava em uma esquina. Não era uma casa muito grande e nem luxuosa.

— Onde eu estou? – perguntei a Allyson que já saia do carro.

— Na minha casa, querida. – respondeu, abrindo a porta do meu lado e tirando aquele maldito cinto de mim.

— Eu não quero ficar aqui. – resmunguei com os punhos cerrados enquanto a mulher me empurrava até a porta da sua suposta casa.

— Calma, meu anjo. Eu sei que está assustada, mas logo vai ver que sou exatamente como você.

Bufei. Sempre esse papo de que era como eu. Ela é fada também? Isso é impossível, bleh!

Entramos na casa de Allyson, onde a mesma trancou a porta e me empurrou até o sofá da sala.

— Agora fique aqui e veja. – a moça forçou-me a sentar no sofá e começou a tirar o terninho que ela usava por cima de sua blusa social.

Ela jogou a peça de roupa em cima do sofá e logo começou a desabotoar a blusa também. O que diabos ela estava fazendo? Engoli em seco, tenho certeza que eu já estava vermelha como uma pimenta.

Lentamente, Allyson tirava a blusa e eu olhei para outro lugar que não fosse a mulher, esperando que ela se vestisse logo, pois eu não estava entendendo o motivo dela se despir na minha frente. Lauren não iria gostar nada disso!

— Camila, olhe para mim. – ela pediu. Neguei com a cabeça. – Olhe logo, garota! – riu suavemente.

Virei minha cabeça para Allyson e a encontrei com sua parte de cima coberta apenas por um sutiã. Mas isso não importava porque suas asas (sim, as suas asas) brilhantes chamavam muito mais atenção.

Abri a boca chocada. Então faz sentido, ela é realmente igual a mim.

Allyson é uma fada

— Uau! – foi tudo que eu consegui dizer.

Fiquei de pé para conseguir analisar aquelas asas de perto.

— Eu disse que era como você. – sorriu, batendo as asas algumas vezes.

— Como você pode viver aqui? Quero dizer, no mundo dos humanos… – neguei com a cabeça, eu estava meio confusa.

— Do mesmo jeito que você. Mas eu vim para cá a muito tempo. – suspirou, voltando a vestir sua blusa. – Fugi em uma dessas expedições à cidade. Você fez o mesmo, não é?

— Não exatamente... Eu queria conhecer aqui, mas não tinha a intenção de fugir, eu me perdi do meu bando. – dei de ombros. – Me conta mais sobre quando você chegou aqui! – eu estava tão curiosa.

— Certo. – riu suavemente. – No início eu achei que seria incrível e super fácil para sobreviver, mas foi totalmente ao contrário. – fez uma pausa sentando-se no sofá e batendo no lugar ao seu lado para que eu sentasse também, e foi o que eu fiz. – Eu encotrei um humano e ele me tratou super bem, mas ele apenas conquistou minha confiança para logo querer fazer experimentos comigo. – sorriu triste. – Mas em uma noite eu acordei... diferente. Quando olhei para o meu corpo, eu não tinha mais poucos centímetros. Então eu fugi para bem longe daquele monstro e conheci outra pessoa. Ela era uma menina ainda na época, mas agora deve ter a sua idade. Ela me levou para a casa dela e me deu comida, água e roupas.

little fairy - camrenOnde histórias criam vida. Descubra agora