7. Ela sabe do nosso esquema

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[LAUREN POV]

Agarrei o corrimão das escadas de minha escola o mais forte que pude, me dando um grande impulso para frente,  subindo de dois em dois degraus. Os corredores já estavam vazios, eu estava terrivelmente atrasada, graças à uma Camila que havia demorado de mais no banho.

Bati na porta da minha respectiva sala e entrei de cabeça baixa, pedindo desculpas à professora pela demora de aproximadamente 15 minutos. Sentei-me no meu lugar de sempre e fui recebida por olhares desconfiados de Dinah.

— Oi. – eu cumprimentei.

— Oi... – respondeu. Esperei que ela se virasse para frente para que eu então pudesse tirar Camila da minha bolsa junto com o material, mas isso não aconteceu.

— E então? – eu ri nervosamente.

— O que? Eu estou atrapalhando?  – Sim!

— Não.

Para disfarçar minha tensão, abri a mochila e peguei o caderno e estojo. Assim que me viu, Camila sorriu e tentou voar para fora, mas a interrompi com sinal para ela parar com a mão. Suas sobrancelhas se franziram e sussurrei “Dinah”. A fada pareceu entender e assentiu.

Deixei minha bolsa entreaberta e voltei a encarar minha amiga, que tinha o cenho franzido enquanto alternava o olhar entre mim e a mochila. Batuquei meus dedos na mesa e me obriguei a olhar para outro lugar que não fosse Dinah.

— Eu sei o que você está escondendo. – ela soltou de repente.

Meus olhos se arregalaram imediatamente e eu fitei a loira que tinha um sorriso sapeca no rosto.

— S-sabe? – eu gaguejei engolindo seco.

— Sei. Estava bem óbvio tempo todo!

— Calma, DJ! Você não contou para ninguém, não é?

— Ah ha! Então você admiti que está escondendo algo? – Dinah gargalhou vitoriosa.

Merda, ela meu pegou! Como eu pude ser tão burra?

— Não! – eu tentei negar, mas era inútil.

— Você me deve explicações, Morgado.

Dinah finalmente se virou para frente, rindo e batendo palminhas. Eu fiquei com o cú na mão. Mas e agora? Eu vou ter que contar tudo para Dinah, ou ela me infernizar até descobrir tudo sozinha. Mas como eu pude ser tão idiota de cair nessa? Dei um tapa na minha própria testa como punição.

A fina e baixa voz de Camila preencheu meus ouvidos, ela chamava pelo meu nome. Uma vez que certifiquei-me que Dinah não iria mais se virar, eu tirei a fada da bolsa e a coloquei na ponta da mesa, do lado da parede, onde ninguém poderia vê-la.

— Quase morri sufocada ali! – Camila suspirou e eu arregalei os olhos.

— Shhhh... – eu pedi, logo chamando a atenção da polinésia, tive que disfarçar como deu: – Don’t tell your mother. – deu certo! Dinah riu baixinho e tornou a virar-se para frente.

Suspirei aliviada e logo pedi silêncio para a fada que concordou com a cabeça e se sentou, olhando fixamente para o meu rosto. A aula se iniciou.

little fairy - camrenOnde histórias criam vida. Descubra agora