Dançaste
Nunca tinha dançado assim com alguém
As tuas mãos ásperas no tecido do meu vestido
Estávamos os dois sozinhos
Rodeados de pessoasOs teus olhos negros invadiram a minha alma
Eu estava a tua mercê
Pegaste na minha mão e conduziste me ao som da música
O que é que está a acontecer?
Faz este momento ser infinitoOnde é que estamos?
Persuades me tão facilmente
Dizias me ao ouvido
Que a noite era uma criança
E eu questionava me sobre quando é que se tornaria adultaA música diz te alguma coisa?
Não me dês mais um copo peço te
A cada fôlego mais cheiras a álcool
Mais um
Parece que gostas de mim sem gostaresA música ainda parece mais intensa
As cores mais vivas
O teu cabelo mais negro
Dança comigo todos os dias
Mesmo que não estejamos juntos
Dás vida ao meu corpoCabelos desarranjados
Vestidos mostrados
Sapatos pisados
Laços desapertados
Olhos borradosJá só oiço ruídos, zumbidos
A noite já não é uma criança
Já não te encontro na multidão
As tuas mãos já não estão no tecido do meu vestido
Onde é que estás?
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Devaneios
PuisiSem rumo na vida. Gosto de escrever coisas soltas, umas profundas outras simples, podem ir de pequenos diálogos a reflexões ou a uma história em si, tomando forma de poema. É o que me vier à cabeça.