Sentada na janela
A observar a rua, o céu, as casas
Um forte raio de luz cruzou o meu campo de visãoDaqueles raios que mudam a cor dos nossos olhos
Durante uns segundos passam a um tom mais claro
E de volta ao normalLuz,
Escolheste a minha janela para brilhar?
Estás a brilhar nas outras também?Quão especial seria eu
Por ter um feixe de luz só para mim?
Que me aquecera só a mim...Era o pôr-do-sol
Num instante deixei de sentir o calor do raio intrometido
Mas o meu rosto manteve se quenteQuente como o outro lado do rosto não estava
Quente como um dia de verão
Quente, o contraste da temperatura da mão que levo à caraA minha caneta estava no chão
Não me recordo de a ter deixado cair
Para a próxima as minhas mãos gélidas a apanharãoRepetia e repetia na minha cabeça
Até à tinta da caneta falhar
E outra ter de arranjarAgora a luz brilha noutro sítio
Clareia outros olhos
Aquece outras facesFoi num ápice que a minha face arrefeceu
E a sala escureceu
E a caneta falhouObrigada pelo nosso momento
Que tanto para mim significou
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Devaneios
PoetrySem rumo na vida. Gosto de escrever coisas soltas, umas profundas outras simples, podem ir de pequenos diálogos a reflexões ou a uma história em si, tomando forma de poema. É o que me vier à cabeça.