Sinto a chuva a cair em mim
Não reajo, não me abrigo, não me resguardo
Apenas olho para o céu enfurecido e nublado
O toque de cada gota satisfaz me
Pelo menos estou a sentirAs luzes dos míseros carros na estrada ofuscam me a vista
Um guarda chuva no chão, partido e lá deixado
Oh guarda chuva
Foste fraco e acabaste de lado
Junta te a mim, mútuo é o nosso fadoO vento sopra e despenteia os meus escuros cabelos já encharcados
E relembra me que a solidão sempre fez parte de mim
Não que esteja só, tenho me a mim e aos meus cabelos
O guarda chuva? Esse o maligno destino já o fez voar
Para longe, para junto do marE ainda estou aqui
Sentada no banco onde costumavas esperar por mim
Desta vez sou eu
Esperançosa e magoada espero por ti
Debaixo desta chuva de madrugadaSei que não vais aparecer
Mas o meu fraco coração não me deixa ir embora
Como se fosse possível
Apareceres no outro lado da rua
Com um novo guarda chuva para mim
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Devaneios
PoetrySem rumo na vida. Gosto de escrever coisas soltas, umas profundas outras simples, podem ir de pequenos diálogos a reflexões ou a uma história em si, tomando forma de poema. É o que me vier à cabeça.