VI

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Malek Amirab

Eu podia claramente mentir dizendo que estou muito feliz com cada palavra que sai da boca do velho bastardo, mas não sou desse tipo.

Até agora ele só repetiu o fato de termos poder absoluto sobre quase tudo e todos debaixo dos céus, blá, blá, blá, da grandiosa responsabilidade de ter sido escolhidos, blá, blá, blá, viveremos nesse palácio nas nuvens, blá, blá, blá, e teremos que nos casar. Bom, essa última parte confesso que eu neguei, não porque eu não ache Lydia atraente mas sim pelo fato dela ser uma Sulista ridícula, soberba, que eu não tenho um pingo de vontade de conhecer. Até porque já temos meio caminho andado.

Ela é uma Sulista, controla os ventos e seu povo é responsável por cria-los e nós, Nortistas como estamos "mortos" não necessitamos dele então não os idolatramos o que faz eles terem raiva de nós. Não nos damos bem, fim de papo.

- Mas alguma dúvida meus soberanos ? - o velho perguntou.

- Sim, meu povo falava de uma antiga lenda sobre coroar os novos soberanos e eu queria saber se isso é verdade.

Ele deu uma risada fraca.

- Lendas são histórias antigas dos povos, faz bem questioná-las. E sim, será daqui algumas horas, antes do casamento. Agora Young vai acompanhá-los até seus aposentos.

- Iremos ficar no mesmo quarto ? - Lydia perguntou vermelha.

- Não soberana, será em quartos diferentes que tem uma porta interligando os dois.

- Vou mantê-la trancada. - disse rude.

Acompanhei a mulher vestida de empregada com aqueles uniformes de filmes até nossos quartos. Entrei e fechei a porta, mais para dentro eu pude ver​ a porta que interligava nossos quartos aberta e do outro lado Lydia percebeu a mesma coisa e me encarou fixamente, revirei os olhos e me aproximei dela para trancar quando ela invadiu meu quarto e segurou minha mão me impedindo de fechar. A reduzi a pó com o olhar, ela estava tremendo.

- Por favor não fecha, eu tenho problemas para dormir. - disse sussurrando.

Ergui minha sombrancelha e afastei brutalmente minhas mãos das suas.

Arranquei cada peça de roupa deixando apenas a boxer e peguei a toalha, quando me virei ela ainda estava lá me encarando, franzi o cenho.

- Está desperdiçando a chance que eu dei. - disse.

Ela corou violentamente e foi para o seu quarto, enquanto eu, entrei no maravilhoso banheiro e mergulhei na água gelada.

OS SOBERANOSOnde histórias criam vida. Descubra agora