Minha Doce Vingança

Minha festa de noivado.

Sempre me julgaram pelo fato de ser rica. As pessoas acham que eu ter dinheiro,altera de alguma forma meu caráter. Isso não é verdade. Quando eu era criança, as pessoas me chamavam de Lauryn, a filhinha de papai, o que não faz o menor sentido, afinal, desde pequena aprendi a correr atrás do que queria sem a ajuda do valioso dinheiro da minha família. Quando entrei na faculdade de direito, não permiti que meu pai pagasse o curso. Foi lá que conheci Henrique, e começamos a namorar. Hoje vamos ter nossa festa de noivado, que meu pai insistiu em pagar. Eu deveria estar me arrumando mas não sou muito chegada a festas. O vestido que devo usar hoje (vermelho paixão,tomara-que-caia, longo até os pés, com costas nuas e enfeites luxuosos) está em um manequim no meu quarto. Eu o visto e calço os meus saltos altos vermelhos com a certeza que irei tropeçar nas longas escadarias que levam à sala de estar. Minha mãe fez questão de contratar uma cabelereira para arrumar meus longos cabelos ruivos para festa. Ela disse "você tem que parecer menos feia, para seu noivo não desistir do casamento e você finalmente sair da minha vida". Você deve estar pensando, que tipo de mãe diria isso? A minha mãe me odeia, ela já disse isso na minha cara. Quando ela soube que estava grávida de mim e da Raquel, tentou nos abortar, mas não conseguiu. A única pessoa que me faz ficar nessa casa é o meu pai (adotivo, pois meu pai biológico morreu quando nós tínhamos dois anos), pois ao contrario de minha mãe, ele me ama. A única pessoa que importa realmente para minha mãe é Sophie, minha irmã mais velha. Minha mãe chorou quando Sophie se casou e se mudou, quatro anos atrás. Quando comprei meu apartamento para eu e o Henrique morar depois que nos casarmos, minha mãe disse que eu já poderia ir embora já que tinha um lugar para morar.
Alguém bate na porta.
-Pode entrar - eu digo e Bernard (nosso mordomo) entra com seu uniforme bem passado como sempre.
-Sinto muito incomodar, srta. Schumacher, mas sua mãe à espera no quarto com sua cabeleireira -diz ele.
-Ok, diga a ela que já estou indo.
-Como quiser, srta. Schumacher.
-Obrigada, Bernard.
Eu vou até o quarto de minha mãe e a cabeleireira faz um coque de lado em formato de rosa, puxada por duas tranças embutidas, e me maquia. Cinco minutos depois de minha mãe descer para a sala de estar, eu desço devagar para não cair. Henrique vem me cumprimentar:
-Oi, amor! Nossa! Você está linda!
-Obrigada, você também está lindo nesse smoking!- digo dando um selinho nele e manchando a boca dele de batom vermelho. Ele envolve um braço na minha cintura e vamos cumprimentar as pessoas que estão na sala. Até que chegamos perto de Sophie que diz:
-Lauryn, seu cabelo já é vermelho, suba e troque essa roupa se não quer parecer uma garota sangrando!
-Sophie, invés de ficar reparando na roupa dos outros, procure seu marido que tenho quase certeza que o vi paquerando uma prima do Henrique! -digo e ela sai super irritada comigo. Eu e Henrique rimos. Então Raquel, minha irmã gêmea aparece e diz imitando a voz de minha mãe:
-Lauryn! Eu vi oque fez ao tesouro da família Schumacher! Está de castigo!- nós rimos.
-Raquel, pensei que você não viria por causa da Sophie e mamãe.
-Eu não viria, mas vim por você, Lauryn. É sua festa de noivado. Eu não poderia faltar, mesmo que tenha que aguentar essas duas.
Então meu pai vai até a frente, e faz um discurso sobre meu noivado com Henrique. Depois vem os comes e bebes e minha família como sempre ataca, mas eu decido apenas tomar taças de vinho. Então, entra alguém vestido todo de preto e usando um capuz preto que não consigo identificar quem é. Ele tira dois revólveres do cinto e atira em uma pessoa que não reconheço, talvez seja alguém da família do Henrique, ou talvez seja porque eu estou muito bêbada. Os segurança partem para cima da pessoa que estava atirando mas ele consegue matar todos. Todos correm ao meu redor, mas eu estou bêbada demais para me mover e um tiro acerta meu ombro esquerdo, me fazendo cair de dor e bater a cabeça na parede com força. Eu desmaio.