D.R.

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    Acordo e ligo para Mark.
    -Alô, Mark? É você?
    -Quem fala?-pergunta ele.
    -Sou eu, Lauryn. Onde você está?
    -Estou em casa. Vou me encontrar com Henrique de noite. Vai ter uma reunião com ele e os capangas dele.
     -Aonde?
     -Em uma casa abandonada. Ele está se escondendo lá. Como está minha filha?
     -Ela está bem. Não se preocupe. Liga o fone e a escuta quando chegar lá. Quero ouvir essa reunião.
     -Ok. Vou lá. Te ligo depois.
     -Ok.-digo e desligo.
     Tomo um banho, visto uma roupa limpa. Kennya e Jhon ficam sentados conversando. É incrível a amizade deles. Se conhecem a anos. Dá até inveja. Queria uma amizade assim. Vou pro porão e fico trenando o tiro. Nunca acerto o alvo. Que raiva! Tento de novo. Erro. Tento de novo. Erro. Ouço passos atrás de mim.
     -Quer uma ajuda, ruivinha?-diz Andrew.
     -Não, obrigada!- digo. Talvez fui um pouco ignorante com ele. Estou pensando muito em tudo que está acontecendo.
     -Tudo bem, então.- ele se senta na escada. Eu atiro e erro, de novo. Ele cruza os braços. Ele levanta e pega um revólver. Ele atira e acerta. Isso me deixa nervosa. 
     -Ok! Você veio aqui pra se exibir?! Você já pode ir embora!-digo.
     -O seu problema é que você é muito estressadinha. Relaxa.
     -Relaxar?! Relaxar?! Eu estou sendo procurada pela polícia! Eu perdi minha família! E você diz pra mim relaxar?! Pra você é fácil dizer! Já se importou com alguém além de si mesmo?! Não né! A minha sorte é que o Jhon se importou comigo! Se não fosse por ele eu estaria sozinha!
      -Hahaha! Ingênua você né?! Acha mesmo que foi o Jhonatan que convenceu a Kennya?! Que foi ele que convenceu a todos dessa ideia maluca de vingança?! Sua sorte é que eu sou trouxa demais de defender alguém que nem conheço! Quer continuar me xingando?! Fica aí sozinha então!- ele diz e sai. Ótimo! Não acredito que disse essas coisas horríveis pra ele. Que ódio! Bato minha mão numa mesa. Não percebi um copo de vidro que se quebra na minha mão. Solto um grito. Me sento na escada. Minha mão está cheia de sangue. Começo a chorar. Subo, entro no banheiro e tranco a porta. Estou tentando criar coragem para lavar minha mão.
     -Toc! Toc!
     -Quem é? - eu pergunto.
     -Sou eu, Andrew. Só tem eu e você aqui em casa. O resto do pessoal saiu.
    -Andrew, vai embora, por favor!
     -Eu te ouvi gritar. Me deixa entrar eu só quero saber se você está bem, abre a porta.
     -Por quê você quer saber?
     -Abre logo essa porta! - eu destranco a porta e abro. Ele entra.
     -Ah meu Deus! O que houve na sua mão?!-pergunta ele se aproximando de mim para ver minha mão. Eu me afasto e seco as lágrimas com uma mão.
      -Nada, eu estou legal.
      -Claro que sim!-diz ele abrindo o armário de remédios. Ele pega um vidro com um líquido transparente.- Me dá sua mão.
      -Não, eu estou legal!
      -Agora!-diz ele irritado. Eu estendo o braço. Ele abre a torneira na temperatura fria. Ele coloca minha mão na água. Ele toca suavimente minha mão. Como a água não está quente, não arde tanto. Depois que o sangue saiu, ele fecha a torneira, seca minha mão com uma toalha lisa. Ele pega o frasco daquele líquido transparente, um algodão e o molha.
      -O que é isso?
      -Álcool.
      -NÃÃÃO! TÁ LOUCO?! ISSO ARDE!
      -Você quer ficar melhor ou não quer?-diz ele. Ele pega minha mão e passa.
      -AAAAAAIEEEEE!
      -Xiu!- ele termina de passar. Depois ele pega uma faixa de curativo e enrola minha mão nela.
     -Obrigada.
     -Hum, por nada.
     -Andrew... me desculpe...
     -Hum? Como?
     -Me desculpe pelo que eu disse. Eu não sabia.-digo. Ele tira o celular do bolso e mostra um fota de uma garotinha negra, com o cabelinho todo cacheado,e muito fofinha.
     -O nome dela é Nathalia. Tem 6 anos. A mãe dela fez uma ordem restritiva contra mim e eu não posso mais vê-la.
      -Sua filha?-pergunto.
      -Sim. Deve estar se perguntando por que eu estou te mostrando. Bem, sim, eu me importo com alguém além de mim. Minha filha é a melhor coisa da minha vida eu a vejo as vezes escondido, com a ajuda da babá dela, Simone. A mãe dela inventou uma mentira pro juiz. Disse que eu era um pai violento e que eu espancava a menina.
      -E isso é verdade?
      -Não! Claro que não! Rosanne, a mãe dela é uma vadia desgraçada. Ela ameaçou Simone, dizendo que se ela dizesse a verdade pro juiz, ela iria ferrar com a vida dela e da família dela. Eu entendo a Simone. Eu tenho que arrumar um advogado para me ajudar conseguir a guarda da Nathy.-ele se senta no chão e leva a cabeça até as mãos. Eu me sento ao lado dele.
     -Quando tudo isso acabar, eu te defendo no tribunal, se você quiser.
     -Faria isso por mim?-diz ele levantando a cabeça e me olhando com os olhos azuis molhados.
     -Sim, claro que sim.- eu o abraço deixando a cabeça dele no meu peito (DISSE PEITO, NÃO SEIO :D).
      -Obrigado, ruivinha.
      -Eu que agradeço... por tudo.
    
    
     
    
    
   

  

Minha Doce VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora