Eu odeio a minha irmã.

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     -Lauryn, xiiu! Fala baixo!
     -Falar baixo?! Sua vadia desgraçada! Eu vou te matar!-digo enforcando-a. Nós caímos. Apertos meus joelhos nos braços dela com força, impedindo-a de se soltar. Sinto raiva misturada com ódio, e uma vontade incontrolável de matá-la. Ela nos largou sozinha com aquele assassino! De certa forma, ela também matou a Raquel.
       -SOCORRO! ME SOLTA, LAURYN! ME AJUDAA!-ela grita. Minha audição se abafa, e alguma coisa me puxa, me pegando no colo. Não consigo ouvir mais nada além de vozes incompreensíveis e as minhas batidas cardíacas. Olho para quem me puxou. Foi Andrew. Ele está falando alguma coisa mas não entendo. Estou tremendo. Isso geralmente acontece quando estou pasma ou com raiva. Ele me leva pra sala, e me senta no sofá. Ele está andando de um lado pro outro, falando coisas, mas não consigo entender nada do que ele diz. Meu pensamento volta pra minha festa de noivado.
      -Responde minha pergunta.-diz  Andrew.
      -O quê?
      -Você não ouviu nada do que falei né?
      -Desculpa Andrew, o que você disse?
      -Perguntei o que houve, digo, brigar com a Kennya é compreensivo, mas brigar com a Agatha...
      -Quem brigou com quem?-pergunta David saindo do quarto dele.
      -Não é da sua conta, saco de espinhas!-diz Kennya aparecendo do nada. David mostra o dedo pra ela e ela mostra os dois.-Eu sei "aborrescente", todo mundo tem esses dedos. Agora vai pro seu quarto fazer o que pessoas dessa idade fazem.
      -Vai se ferrar!-diz ele entrando no quarto nervoso.
      -Hey, Andrew. Posso conversar com a patricinha um pouquinho? Devolvo ela em um minuto.-diz Kennya olhando para Andrew. Ele concorda com a cabeça, e sai.
      Ela se senta do meu lado olhando bem fundo pra mim.
      -O Hector...
      -Kennya, eu não tô afim de ouvir sermão.
      -Mas eu não vim te dar sermão. Não sou amiga da Agatha. Eu só quero entender o que houve. Digo, não sou amiga da Agatha nem de você, mas a Agatha é de boa e tal...
      -O nome dela nem é Agatha! Ela é a Sophie!
      -Espera, Sophie não é sua irmã? A defunta? -pergunta ela erguendo uma sobrancelha em ironia.
     -Sim! Olha eu sei que parece estranho, que parece coisa de filme e...
     -Não parece estranho, É MUITO ESTRANHO! E mesmo que ela esteja viva e for a Sophie, ainda não entendi o motivo da briga. -diz ela ainda confusa.
     -Ela deixou eu e Raquel sozinhas com aquele assassino! Ela só pensou nela mesma! Ela foi tão egoísta...
     -Isso não é verdade! Não fui egoísta em salvar minha vida! Eu tentei avisar! Eu te enviei mensagens! -diz Sophie aparecendo atrás de mim.
      -Mensagens?! Mensagens?! Se sente menos culpada por me mandar umas drogas de mensagens?! Vai se ferrar, Sophie! E como conseguiu escapar, afinal de contas?! E seu marido?! Não pensou nele?! Isso se ele não estiver vivo também!
     -Vi uma garota parecida comigo, então tive a ideia. Troquei de roupa com ela, e saí correndo. Ela era tão parecida comigo que acho quem nem fizeram algum exame para comprovar que era eu. E infelizmente, Fernando não escapou dos tiros. Eu sofro com a morte dele até hoje ok? Eu o amava!
      -Assim como me ama?!-diz Hector entrando com Jhon.
      -Hector! Eu posso explicar!
      -Explicar o quê?! Você me enganou! Fingiu ser quem não é! Eu não te conheço, "Sophie"!-ele vai pro quarto dele e fecha a porta.
     -Está satisfeita?!-diz Sophie com raiva pra mim.
     -Eu?! Você que se enrolou numa mentira! Você que se prejudicou! A culpa disso tudo é sua, Sophie!
     -Não me chama de Sophie! Meu nome agora é Agatha! Agatha!-diz ela saindo chorando.
     -Que rolo! Vou pro meu quarto.-diz Kennya subindo.
     -Também vou. Fica bem, ruivinha. -diz Andrew me dando um beijo na bochecha e subindo.
      -Quer um chá de camomila?-pergunta Jhonatan.
      -Acho melhor.
      -Vou fazer pra você.-diz ele indo a cozinha. Em cinco minutos ele volta pra sala com uma xícara. Ele se senta ao meu lado e me dá o chá. Estou me desmanchando em lágrimas.
     -Aqui, bebe.-diz ele me dando um chá.
     -Obrigada. Você é um doce.-digo e ele me abraça. Dou um gole no chá.-O que ela fez foi imperdoável! Imperdoável! Ela não podia! Ela deixou passarmos por tudo aquilo! Ela é uma bruxa! Desgraçada!-Ele não diz nada, somente me escuta, abraçando-me. -Me desculpa. Estou falando muito.
     -Não, tudo bem.
     Eu termino de tomar o chá e lavo a louça e ele seca.
     -Vamos dormir?-digo ao ver ele tão cansado.
     -Vamos.-diz ele se levantando. Nós vamos pro quarto. Eu me deito na cama, e ele vem do lado da cama e me dá um beijinho na testa. -Esquece tudo isso tá bom? Dorme bem, bebê.
     Ele vai pro colchão dele e dorme. Fico girando na cama até dormir.
     
    

    
   

Minha Doce VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora