Capítulo 1: Primeiro dia de faculdade

55 3 2
                                    

06 de fevereiro de 2012

São sete da manhã de segunda-feira

Sete da manhã, e eu já estou acordada. Até para mim está difícil de acreditar.
Mas é preciso. Em um dia tão especial quanto este, é preciso ter coragem e acordar disposta.

Não, eu não estou nem perto de estar disposta e muito menos de ter coragem. Neste momento, eu sou a personificação da indisposição; a falta de ânimo, para ser mais exata, mas como eu disse

É preciso.

Me enterro o máximo possível dentro dos lençóis, abraço os meus joelhos e fico encarando o canto do quarto. Onde estão as minhas malas. Nada é igual.  Todas as minhas coisas sumiram, até o cheiro não é o mesmo. Só sobrou eu. Encolhida entre vários lençóis no meio de um quarto vazio.
 
- Lauren! Anda, se não você vai se atrasar! - Diz minha mãe batendo delicadamente na porta. É possível (ainda que quase imperceptível) ouvir sua voz, também, sem ânimo.

- Já tô indo! - digo apertando ainda mais os joelhos. Já posso sentir eles doerem.

Levanto, abro as cortinas e deixo que a claridade entre, fazendo meus olhos lacrimejarem.

Mas chega de enrolação. Preciso me arrumar. É agora, ou nunca.

Desço as escadas devagar, deixando cada detalhe dessa casa ser gravada no meu subconsciente. Até porque, não vou vê-la por um bom tempo.

- Bom dia, meu anjo! - Diz a mamãe me abraçando forte - Olha só o que eu fiz para nossa futura universitária! - É assim desde que fui aceita na faculdade. Eles ressaltam futura universitária

- Waffles belga! Muito obrigada, não precisava! - digo enquanto corto o primeiro pedaço e coloco na boca.

- É claro que precisa! Não é todo dia que se vai para Massachusetts! - diz com um largo sorriso. Mas posso ver que seus olhos inchados, como se tivesse passado a noite chorando. Eu também, mas escondi muito bem com a maquiagem.

- Eh... - meu tom é triste.

- Olha só quem acordou! Gostou dos waffles? Não foi eu quem fez, mas foi minha ideia! Sei que minha garotinha ama! - bem que eu queria voltar a ser sua garotinha.

Meu pai entra na sala

- Ela não é mais sua garotinha, Alex! - mamãe brinca

- É claro que é! - papai me dá um beijo no rosto - Suas coisas já estão prontas querida?

- Sim, sim... estão todas lá em cima! - termino de comer os waffles - Agora só falta o... -  a campainha toca - Peter chega.

Abro a porta com um enorme sorriso no rosto

-  Finalmente! Achei que não viria! - sussurro, enquanto o abraço

- Acha mesmo que eu não viria ruiva? - ruiva. Ele sabe que eu odeio, mas é bem melhor que Ariel.

- Nunca duvido de você, loiro! - puxo ele para dentro

- Acho que é só isso - Diz papai terminando de carregar as malas.

- Está pronta meu bem? Podemos ir? - mamãe se aproxima e põe sua mão em meu braço. Seus olhos já estão derramando lágrimas copiosamente, ela não aguenta, e me puxa para um abraço apertado.

Mamãe sempre foi forte, muito forte. Meu exemplo, alguém em quem eu poderia me apoiar, mas quando se trata de mim, sua armadura de força se transforma em nada.

Cartas Para Meu Futuro EuOnde histórias criam vida. Descubra agora