James
- Espera! Não vai! - grito com um fiapo de desespero na voz. Tentei impedir que Lauren saísse correndo, mas foi em vão.
- Eu não acredito que... - Lindsay tenta falar alguma coisa. Não posso ouvir.
- Por favor... não fala nada, depois a gente se resolve - digo impaciente.
Antes que ela fale algo, saio correndo. Olho em volta, todos estão prestando atenção, amanhã vai ser o assunto do dia. Tento ignorar.
Chego no corredor do nosso quarto, ela está sentada com as costas apoiadas na porta e abraçando os joelhos, soluçando alto. Isso faz doer em mim.
Tento conversar, pedir perdão pelo erro da minha namorada, mas ela diz que quer ficar sozinha. Apesar de querer consolá-la, respeito sua vontade e vou para meu quarto. Caio em cima da cama e ponho as mãos na cabeça. Toda raiva que estou sentindo passa para meu corpo, estou cansado.Tenho que pensar em como vou resolver esse problema. Sempre soube que Lindsay era difícil, principalmente, com ciúmes. Sempre tolerei as implicâncias dela, mas dessa vez, ela passou de todos os limites. Fazer uma pessoa chorar? Fazer a Lauren chorar? Isso eu não aceito. Ela é a última pessoa que merece passar por isso.
- E aí colega de quarto? Como vai a vida? - Meu colega de quarto, Johnny, acaba de entrar. Me tirando dos pensamentos.
Ele está encostado na parede com um cigarro entre os dentes. Esse fedor está infestando o quarto. Não suporto fumantes.- Cara... por favor... fumar aqui não! - digo apontando para o cigarro que está entre seus dedos. Imediatamente, abro a janela, para que o ar limpo entre.
- Foi mal, sempre esqueço! - ele joga o cigarro no chão, pisa e põe no lixo.
- Muito obrigado - digo com simpatia forçada. Volto a por a cabeça no travesseiro.
A última coisa que preciso agora, é de um idiota bêbado. Johnny Snow, meu colega irritante de quarto, é um dos meus problemas. Eu tento não ligar, ignorando o máximo possível, porém, ele não meu deixa em paz. Acho que o termo colega é uma mera formalidade.
Pelo seu cabelo bagunçado e roupas desalinhadas, dá para perceber que devia estar no quarto de alguma caloura. Ele, praticamente, dorme com metade das meninas desse prédio.Ele se apóia no batente da janela e observa a paisagem.
- Tá sabendo da última novidade? - ele diz do nada, com a voz rouca.
Fecho os olhos, Respiro fundo e decido não responder, mas me lembro da confusão de agora pouco- Como é? - digo me levantando e me ajeitando encostado na parede.
- Você - ele diz se virando de frente para mim, ainda apoiado no batente. - Quer dizer...não só você. Lindsay e a ruivinha aqui da frente, também são o assunto do momento - ele aponta em direção ao quarto de Lauren - Tenho que parabenizar, nem eu nunca causei tanto alvoroço - diz fazendo reverência. Com certeza, está lembrando da vez em que rolou um boato de que ele tinha engravidado uma menina. Só boatos, mesmo assim, ficou conhecido.
Me faz revirar os olhos com sua falta de noção.- O quê exatamente estão comentando? - digo com a curiosidade evidente no meu tom de voz. Mesmo assim, a pergunta fica no ar alguns instantes, enquanto ele se senta, e estala os dedos como se tivesse tentando lembrar de algo. Não sei se ele está fazendo de propósito ou o cigarro e a bebida o fizeram ficar meio aéreo.
- AH, lembrei! a garota com quem eu estava... - ele decide não falar - A Jo, comentou que você, traiu Lindsay com a ruiva - diz com um sorriso de canto. Resumindo, Lindsay é a vítima, você é um traidor e a ruivinha - ele dá um longo suspiro - É uma... vadia. Palavras da Jo - ele faz sinal de rendição.
Fico alguns segundos processando o que ele acabou de dizer - Como as pessoas distorcem tanto as coisas? Não chega nem perto da verdade - digo impaciente - Se hoje tá assim, imagina amanhã! - Me jogo de novo na cama. - Quem sofre mais nessa história é a Lauren - digo para mim mesmo.
- Lauren! - ele levanta o dedo - Esse é o nome da ruivinha. Ah, linda ruivinha! - ele olhar para cima e encolhe os lábios - Nem sei como ainda não cheguei nela - ele fala baixo.
Reviro os olhos e os fecho. Agora, a única coisa que quero fazer é conversar com a Lauren, pedir desculpas. A forma como ela estava chorando, me preocupa, isso mexeu mais com ela do que eu imaginava. De qualquer forma, estou mais preocupado com ela do que com Lindsay. Não é o seu primeiro ataque de ciúmes, e eu sempre a perdoei, mas dessa vez, não sei se tem volta.
Tenho medo de que Lauren queira se afastar de mim por isso.Pego meu celular e tento me distrair com alguma coisa, mas Lauren não saí da minha cabeça.
Não é primeira vez que ela invade meus pensamentos sem minha permissão ou sua imagem me distrai. A verdade é que, desde a nossa viagem para Ontário, que não tenho certeza de que o quê sinto por ela é só amizade. Estávamos na beira de um lago e, do nada, me veio uma vontade irracional de beijá-la, desde então, ficar perto dela é um desafio. Não consigo parar de pensar o quanto ela é bonita
Ainda não tenho certeza dos meus sentimentos, mesmo assim, não estou disposto a arriscar a nossa amizade, por um relacionamento que nem sei se um dia existiria.
Deixo o celular de lado e vou tomar banho. Quando volto, pego o celular e vejo que recebi uma mensagem.
Lindsay: Me perdoa?
Fico paralisado encarando a tela do telefone por alguns segundos antes de responder. A ingenuidade dela é tão grande que faz soltar um riso amargo.
Eu: Acha que é tão fácil assim?
Ela visualiza e demora um pouco para responder.
Lindsay: Eu sinceramente não sei o que deu em mim. Tudo o que eu quero é ficar de bem com você...
Eu: Eu juro que eu quero, mesmo, mas não é a primeira vez que você dá um show de ciúmes.
Lindsay: Te prometo que não faço mais isso. Sabe que eu te amo...
Nunca acredito quando ela diz que me ama.
Eu: Eu preciso de um tempo, um tempo para digerir o que aconteceu. Você não tem noção do que faz, nunca teve. Eu só quero um tempo.
Lindsay: Se é assim que você quer, eu respeito.
Sinceramente, posso até perdoá-la, mas não sei se tem volta.
*♡;)
By: AlisonJones
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Cartas Para Meu Futuro Eu
Roman pour AdolescentsLauren Makenzi sempre achou que tudo tivesse no seu controle. Sempre sentiu como se toda sua vida já estivesse traçada. Até que...algo inesperado acontece... Ela se muda para uma nova cidade, para fazer faculdade. Não porque quis, mas porque se sent...