Michael Clifford é um anjo caído que se alimenta da angústia dos outros para sobreviver e Luke Hemmings é um anjo bom que se alimenta da bondade. O que aconteceria se o caminho desses dois anjos se cruzassem?
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P.O.V. Luke Hemmings
Consertar as burradas de Michael Clifford e seu amigo Ashton: tudo que eu fazia na terra. Eu me sinto na obrigação – não só sinto, como tenho a mesma. – de restaurar o coração partido que muitas vezes era como uma marca para os anjos caídos.
Claramente eles não gostam de mim, até porque vivo a estragar os planos cruéis que mantém ambos vivos. Semana passada Ellen traiu o namorado com Michael, que obviamente utilizou algum de seus encantos. Ellen é uma garota bastante insegura de si e do que pensa, mas nunca chegaria ao ponto de trair o namorado. – não sem uma ajuda das forças de Michael.
A garota se encontrava abatida no corredor enquanto segurava a mão do garoto em sua frente. Eles pareciam discutir sobre alguma coisa, mas a voz dela quase nunca era ouvida. Eu me aproximei vagarosamente dos dois e parei ao lado da garota.
- John, ela merece a chance de ser ouvida. – Eu falei e o casal me olhou, ambos demonstravam expressões confusas.
- E quem te perguntou, Luke? – O garoto a minha frente riu e eu pude sentir o bafo dele. Com certeza havia fumado marijuana.
- Estava a fumar algo proibido, John? – Eu perguntei enquanto franzia o cenho. Senti meu corpo ser pressionado contra os armários e o impacto fez com que o mundo girasse em minha volta.
- Seu idiota, é melhor parar de se intrometer na minha vida! Eu vou quebrar você... – Ele gritava contra meu rosto, mas eu não conseguia me mexer para sair dali. Apesar da situação estar favorável, eu não podia usar a força pois com certeza o machucaria demais.
- Ei, John! Solta ele, bro. – Eu ouvi a voz de Calum no fim do corredor e o agradeci mentalmente. Aos poucos eu já conseguia respirar direito e me mover.
- Da próxima vez nem o Calum te salva de uma porrada, tá me escutando? – John gritou enquanto apontava o dedo para o meu rosto. Abaixei a cabeça olhando de canto para Ellen, que parecia preocupada com o namorado.
Me senti mal por ela. Com certeza a relação dos dois não era nada harmoniosa já que o mesmo mais agia como um psicopata.
- O que você pensa que é pra fazer isso? Um anjinho? – Calum me puxou para o bebedouro e eu simplesmente o segui, ainda um pouco assustado.
- Ele estava brigando com ela de uma maneira bruta demais, Calum. – Eu me defendi enquanto aguardava meu amigo humano beber água. Ele revirou os olhos e começamos a andar pelo corredor vazio, já que os outros estavam em período de aula.
- E daí? Precisa aprender a não se intrometer. Quase leva uma porrada daquele garoto... – Calum parecia irritado com algo. Assenti para tentar fazê-lo melhorar, já que parecia poder explodir a qualquer momento.
- Ei, você não tem aula de esportes internacionais agora? – Eu perguntei pra ele olhando em meu relógio de pulso que marcava 15:30.
- É futebol, amigo. E sim, preciso correr. – Ele disse saindo.
- Te vejo por aí! – Gritei para o garoto que agora já havia desaparecido pelo corredor.
Eu tinha aula de geometria, mas algo me dizia para virar à esquerda e ir para trás da escola onde o mato crescia mais do que qualquer coisa. Decidi não ignorar a intuição e virei, dando de cara com um portão arrombado.
Lá longe avistei um par de asas negras e dois garotos baixos. Corri até o local e encontrei Michael e duas crianças. Ele tragava um cigarro de marijuana e de vez em quando passava o mesmo para os garotos.
- Michael, o que pensa que está fazendo? É proibido fumar marijuana. – Perguntei em um tom de voz alto, deixando os meninos assustados. Michael apenas riu de mim e continuou a fumar.
- Em que tipo de asilo aprendeu a falar "marijuana"? É maconha, Luke. – Ele riu e os meninos saíram correndo, provavelmente com medo. Abri minhas asas e voei pouco, apenas para parar de frente com o cabelos vermelhos.
- Não importa o nome, mas é errado. – Eu disse para Michael que fez questão de soprar a fumaça na minha cara.
- É, eu sei. Você pode sumir agora. – Michael falou enquanto sentava em um banco de pedra.
Como não é meu dever trazer os anjos caídos para a luz, eu simplesmente dei de ombros e caminhei lentamente até o pátio. Ouvi uma gritaria vindo do corredor principal e acelerei o passo até lá. Sentia que Michael estava me seguindo, mas nem me importei.
Calum estava cara a cara com Ashton, os dois pareciam querer brigar. Em poucos minutos uma multidão de adolescentes gritando algo como "treta" os cercou, tapando minha visão de tudo. Corri até o círculo e comecei a ver. Ashton deu um soco no rosto de Calum, mas o mesmo revidou com um chute nos países baixos.
Resolvi que deveria intervir, mas justo quando ia me aproximar o diretor chegou gritando com todos no megafone. Ele apertou um botão que fazia uma frequência de som horrível e agonizante, mas que conseguiu separar os garotos.
- O que está acontecendo aqui? – O diretor gritou no megafone.
- Eu recebi fotos desse nojento quase engolindo minha namorada! – Calum gritou e Ashton revirou os olhos. Eu estava com receio de intervir, a presença do anjo caído me fazia recuar. Ele parecia mais forte naquela manhã.
- Não é culpa minha se eu sou mais gostoso e você é um corno. E, ah! Sua namorada é uma vadia. – Irwin retrucou com um sorriso malandro no rosto. Quando ouvi aquilo, não me segurei e intervi.
- Nada disso é verdade. Eu sei que você forçou Nia a te beijar, Ashton. – Eu disse olhando para o mesmo, que riu de mim me deixando confuso.
- Ela me beijou porque quis! – Ashton gritou enquanto batia o pé no chão como uma criança. Calum me olhou, parecia bravo e irritado.
- Quer parar de se intrometer na porra da briga, Luke? – Ele gritou comigo, tão alto que todos deram um passo pra trás.
- Ok, me desculp... – Eu ia continuar, mas ele me cortou.
- Quer parar de abaixar a cabeça pra qualquer bosta que acontece? O que há de errado com você, hein? – Ele me perguntou e eu simplesmente ignorei a grosseria em sua voz.
Resolvi deixar tudo aquilo de lado quando o sinal bateu e todos foram para casa.
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