Pedro
Quando me levantei sentia o calor do quarto sobre mim, dava para perceber que já estava tarde pela luz do sol vindo da janela, o dia hoje teria um pouco mais de cor. Logo fui tomar banho e me arrumar para o trabalho, até porque hoje antes de ir queria ter uma refeição verdadeira, estava cansado de enrolar meu estômago com sanduiches.
Desci logo mais e encontrei minha mãe preparando a mesa do almoço, minha mãe quase nunca fazia nada, tínhamos a Lídia, ela era a empregada da minha casa bastante tempo e era como se fosse da família, pois desde pequeno ela que cuidou de mim, enquanto minha mãe viajava mostrando suas pinturas pelo mundo. Dei um abraço demorado nela e sentei a mesa.
- cadê Esther e a tia júlia? - perguntei. - eu nem dava o trabalho de perguntar pelo o meu pai, ele vivia na empresa.
- Estão descendo - Respondeu ela, colocando um pouco de arroz no meu prato.
Esther e tia júlia já tinham descido e estavam na mesa junto a nós. Terminei meu almoço antes de todos e fui no meu quarto pegar meu notebook e alguns livros. Quando me virei para a porta Esther já estava lá, me esperando com as mochilas nas costas.
- Que susto, esther. - falo, deixando um dos livros cair.
- Nossa, desculpa. - Fala. - vamos, quero chegar cedo.
- Desça, que eu já estou indo. - falo, apanhando o livro e pegando as chaves do carro.
Me despeço da minha mãe e tia júlia, dando-lhe um beijo em cada uma. Entro no carro e pego meu celular antes de sair pela rua.
- o quê está fazendo, pedro? - Esther pergunta.
- Ligando para a iza. - falo, não dando muita atenção a ela.
No terceiro toque, Iza atende.
- Pedro? - Pergunta
- Oi, Iza. - Falo. - Vai pra aula hoje?
- Vou sim, porquê?
- Bom, estou saindo agora de casa, se quiser que eu vá te pegar ai..
- Ah, tudo bem, Pode ser.
- Então chego ai em dez minutos. - falo
- ta bem. - Ela diz, desligando a chamada.
No caminho para a casa da Iza, tive que aguentar Esther com suas interrogações, me perguntando se eu estava gostando da Izabella, se estava ficando com ela, coisas que só adolescentes da espécie dela conseguem imaginar. Quando chegamos a casa da Iza, ela estava lá na porta, me esperando. Usava uma calça jeans preta um pouco surrada, e uma blusa azul com seu alt star de sempre. Ela veio em direção a nós, e entrou no carro dando um boa tarde meio envergonhada ao ver esther no banco da frente. Fomos o caminho da escola quietos e silenciosos, até que decido perguntar se ela se sentia melhor pelo ocorrido ontem a noite, eu não queria lembra-la daquilo tudo, mas precisava saber se estava bem.
- Como você se sente, iza? - pergunto.
- Como assim? - Ela diz, me olhando interrogativa.
- Soube que você estava no hospital, por coincidência eu também estava lá com a mãe de Esther. - Respondo.
- Eu estou melhor, obrigada por perguntar. - Fala ela, abaixando a cabeça.
- Não precisa agradecer, eu me preocupo com você. - Falo.
Nesse mesmo instante as palavras saíram da minha boca como se fossem além de mim. Percebi o olhar de Esther com uma cara de quem iria contar tudo para o colégio hoje a tarde, mas não me importava, definitivamente o medo que sentia na semana passada, já não existia mais em mim.
Assim que estacionei o carro na escola, Esther saiu de dentro com um olhar reprovador para nós dois, não ligava, ela era apenas uma adolescente mimada. Fui para perto de Iza que estava amarrando um laço que havia desatado do seu cadarço, e perguntei se ela estava realmente bem, se estava incomodada com tudo aquilo. Ela apenas assentiu e sorriu logo após, não sabia se era algo bom ou ruim, mas mesmo assim à levei até a sala de aula, dando um beijo em sua testa e indo direto a secretária.
Eram 14:00hrs quando recebi uma ligação da diretora, atendi e logo ouvi que teria que ficar até as 22:00hrs na escola, se já não bastasse o cansaço da noite anterior, teria que ficar ate tarde organizando papeis. No intervalo saí da sala e fui ao encontro de iza, que deveria está na cantina sozinha, depois de perder seus amigos, que na verdade nunca foram amigos. Quando cheguei no refeitório lá estava ela, sentada sozinha em uma mesa no canto, como imaginava. Me aproximei.
- você deveria está comendo, e não brincando com a comida. - Falo, me sentando ao seu lado.
- E você deveria está trabalhando, e não aqui. - respondeu.
- Calma, ta estressada porque? Te fizeram algo? - Perguntei, olhando-a.
- Não, é que sei lá. - Ela disse, fazendo uma cara que parecia está chateada com algo, ou alguem.
- Pode contar para mim. - Falei.
- Como pessoas que pareciam tão legais em seu primeiro dia de aula, podem se tornar nisso. - Ela respondeu, apontando um garfo a mesa onde estava Guilherme, Esther, Alice e Renata nos olhando.
- Deixa eles para lá. E acredite, eu fiquei mais confuso do que você, eu definitivamente estava cego quanto a amizade de todos alí. Elas giram em torno do guilherme, e depois daquela noite, ele deve ter enchido a cabeça de cada uma delas. Eu percebo isso pelo jeito em que Esther fala comigo. - Falei, segurando sua mão.
- Não deveria ser assim. - fala ela. - Eu vim para cá querendo que as coisas melhorassem, e vejo que só pioram.
- Ei - Falo. - Não pensa assim, você tem sua mãe, seus tios, e me tem agora.
Ela me olha um pouco confusa, e depois volta ao seu estado normal.
- Tudo bem. - Fala ela, indo em direção ao corredor dos banheiros.
- Me desculpa, tá. - Falo, indo atrás dela.
Ela se vira e me olha novamente. - Não tenho nada para te desculpar, pedro. Deixa de ser bobo. - Fala, retornando seu caminho.
- Meus pensamentos mudaram, desde aquele dia em que nos beijamos. - Falo, puxando-a pelo braço.
- Você mesmo disse que estava cedo demais para assumirmos algo. - Fala ela.
- Eu sei, mas eu gosto de você. - Falo
Ela me olha e começa a ficar confusa, dava pra perceber pela expressão dela.
- Não quero te enganar, e nem vou. Estou gostando de você. - Retorno a falar.
Nesse instante sinto seu lábio se juntar ao meu. Um beijo lento e carinhoso. Passei minha mão sobre seu cabelo que estava solto e com a outra segurei sua cintura, puxando-a para mais perto de mim. Ficamos alí durante minutos, nos beijando até que ela se afastou dos meus braços com um sorriso em seu rosto.
- Tenho que voltar, o sinal já tocou. -Falou ela, arrumando meu cabelo que ela havia bagunçado enquanto nos beijavamos.
- Tudo bem. - Falo, convidando- a para mais um beijo. - Você irá voltar com quem para casa? - interrompo o beijo.
- Acho que vou caminhando, samuel não veio. - Responde.
- Não mesmo. - Falo. - Eu te deixo em casa, e volto rapidinho para a escola de novo.
- Vai trabalhar a noite? - ela pergunta.
- Sim, infelizmente. Até as 22:00hrs. - Falo.
- Toma cuidado. - Ela diz
- Eu vou me cuidar sim. - Falo, tirando uma mecha de cabelo do seu rosto.
- Ta bem, agora tenho que ir, já estou atrasada. - Ela fala, me dando um selinho e indo em direção a sala.
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Me Abrace Mais Forte
RomancePedro e Izabella são dois jovens que moram no Rio grande do Sul. Izabella uma jovem que perdeu seu pai em um acidente, vive com sua mãe em santa catarina, até que descobre que sua mãe está noiva, e decide ir morar com seus tios em Porto alegre. Pedr...