–Noah, seu pai é o Jordan. – a mulher disparou aquelas palavras em minha direção
Meu coração acelerou naquele instante, meu pai e o meu tio pareciam tão surpresos quanto eu.
–O tio Jordan? – a indaguei ainda um pouco desnorteado –E por que isso agora? Você não tem consideração nenhuma por mim, não é? – eu me alterei
–É que você vai fazer dezessete e eu quero que saiba tudo. – ela respondeu com calma
-Então tá, pode contar porque essa eu quero saber. –me sentei em uma das poltronas
–Eu nunca fui uma pessoa fácil de lidar, eu sempre quis afrontar meus pais e a todos, no começo quando eu fiquei grávida da Olívia... – minha irmã a interrompeu.
–Liv! – ela disse diretamente.
–Okay. Eu não sabia o que fazer, então quando ela nasceu eu deixei com o pai dela, e continuamos nos relacionando. Eu descobri que o Conrad é gay, eu disse que ele tinha que ser quem ele realmente era. Então eu tive um caso com o Jordan, mas eu nunca achei que você iria aparecer. Pelo que sabemos Jordan é estéril, e até seus cinco anos de idade eu tinha certeza que você era filho do Conrad. Só que depois disso eu não tive mais, todos os seus jeitos, o modo de andar, era o Jordan quando novo. Então resolvi fazer o teste de DNA.. – ela contou. Eu a fitava, escutando tudo atentamente.
–Você escondeu isso por doze anos. Eu que nunca achei que fosse ter um filho, eu tinha e ele estava comigo o tempo todo, eu o via todos os dias, eu ajudei com os problemas de sexualidade, buscava na escola, levei ele pro baseball todos os sábado. Eu vibrava com cada jogo, cada nota alta. E sempre fiquei pensando que se eu tivesse um filho seria assim que eu o trataria. – Jordan falou, ele não conteve o choro
–Eu também fui pego de surpresa. Dói muito saber que o garoto que você ensinou a andar de bicicleta, cuidou quando ele ficou doente, passou noites em claro preocupado. Assistiu os jogos de baseball, estava aqui na primeira desilusão amorosa. – meu pai também começou a chorar, Liv abraçou nosso pai.
–Eu não sei o porquê de você ter escondido isso tanto tempo, para resolver voltar e falar tudo agora. Quer dizer? O que eu faço com isso? O que nós três fazemos? – a questionei
–Eu quero fazer direito, isso é uma maneira de eu concertar tudo. – ela respondeu
–Você quer consertar? Não tinha nada a ser consertado. – Liv se levantou
–E o que te fez achar que deveria fazer isso? O que tá acontecendo? – perguntei
–Nada de mais. – ela respondeu –Agora se resolvam eu já fiz a minha parte.
–E você vai aonde? – perguntei
–Voltar para casa!? – ela respondeu, como se fosse óbvio
–Então você faz isso... Mas uma pergunta, porque me deixou depois de cinco anos? –
–Eu não sou boa mãe, eu não conseguia conciliar trabalho com cuidar de vocês. E eu sabia que você seria bem cuidado pelos dois. – ela respondeu
–É o suficiente. – meu pai, Conrad, a dispersou
–Tchau, e eu espero que me perdoem algum dia. – ela disse enquanto andava até a porta
Eu e Liv ficamos a encarando sair, olhei receoso para a minha irmã.
–É irmãozinho, Crystal Calvert abala nossas vidas mesmo depois de anos. – Jordan disse
–Pois é! – Conrad sorriu –Bom e você filho?
–Só é muita coisa pra assimilar. – respondi
–É ... eu sei que pode parecer rápido, mas você não quer passar uns dias lá em casa? – Jordan me perguntou
–Eu quero. – respondi e olhou para o Conrad
–Vocês merecem passar um tempo juntos, eu não vou ficar chateado. – meu pai disse, ele estava chorando
–Ah pai... Não chora! – eu o abracei
–É de alegria... Vocês estão crescendo, e agora só tenho uma faculdade pra pagar. – ele me abraçou de novo
–É, Jordan, de Tio a Pai, em poucos minutos. – brinquei, ele não se aguentou
–Filho! – ele me abraçou, e começou a chorar
Liv nós olhava pensativa.
–Ei, irmãzinha. – a abracei
–Somos o que hein? Primos e irmãos? – ela me olhava confusa
–Deve ter um nome pra isso. – falei
–Eu vou sentir falta da sua carona toda manhã. – Liv disse.
–Idiota. – sorri
Cheguei na casa do meu Tio, agora pai.
–Então você pode ficar no quarto que já fica sempre. – ele disse, Jordan tinha um brilho no olhar
–Tio Jordan preciso de coisas para redecorar todo aquele quarto. — falei enquanto subia as escadas
–Primeiro: me chama de pai. Segundo:quer o cartão agora ou depois? – ele disse, eu sorri
–Não, ti... Pai, eu vou sair com o Tanner ele vai me mostrar os lugares legais daqui. – respondi
–O T.J? Vocês nunca se desgrudam, não é mesmo? Desde pequenos. – ele disse com um sorriso
–Pois é. — sorri ao me lembrar. –É .. eu já vou então.
-Ok, só não chega tarde, filho. – quando ele me chamou de "filho" pude ver seus olhos brilharem, e quando o chamei de pai ele abriu um largo sorriso.
P.o.v – Jordan. –
Estava em um bar com o meu irmão.–É irmãozinho, parecemos Damon e Stefan. – Corad comentou
–Eu me surpreendo que o Noah não percebeu que você é gay. – bebi um gole da minha cerveja
–Ele sempre soube. – Conrad retrucou, eu sorri.
–Mas você tá certo. A Crystal sempre volta e traz um filho, uma notícia louca e vai embora. – falei
–Dessa vez quem ganhou o filho foi você. – Conrad disse
–Dezesseis anos mais velho. – falei
–Eu nunca tinha pensando que poderia ser seu. Eu sempre notei a semelhança, mas porra você é o tio. – Conrad confessou
–Pois é, até a marca de nascença que eu tenho nas costas. – falei
–A verdade é que vocês sempre tiveram uma ligação maior que a que ele tem comigo. – Conrad falou. –E não é pra me levar a mal, eu sempre achei fofo.
–Eu tô feliz de saber que eu tenho um filho, mesmo que seja agora. Eu participei da infância dele. – falei com um sorriso
–Olha só a Júlia não gosta dele, se ela maltratar nosso filho eu processo ela. – Conrad se enrolou ao falar.
–Eu não vou deixar. – o assegurei. –E a Liv? Ela pareceu apática.
–Sim, ela ficou tão chocada quanto nós. E querendo ou não eles são apegados um ao outro, mas ela é forte e ela tem o Marco, que é um garoto que tá sempre ali pra ela. – Conrad falou
–Que bom que ela achou ele. – falei. –E o Noah hein?
–Eu tenho vontade de empurrar ele pra cima do T.J! – Conrad falou
–Desde pequenos, eu ainda tenho a foto do aniversário de três anos do Noah. – contei
–Eu me lembro que eles andava de mãos dadas o tempo todo. – Conrad disse
–Muito fofinhos. – falei.
Ficamos ali conversando sobre o Noah por um tempo, até ficarmos bebados a ponto de ir de aplicativo pra casa.
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Opostos | Romance Gay
RandomO primeiro dia de aula é sempre difícil, mas esse ano foi ainda pior para, Noah, que se escondeu por três meses inteiros na cabana de seu pai, após perder sua melhor amiga. Com esse retorno ele vai ter que lidar com questões antigas como o amor repr...