Capítulo 13 - mamãe.

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Chegue na escola decidido a tirar satisfação com a Rebecca. Vi ela sozinha, essa era a chance.

–Vem comigo. – puxei ela até o quartinho do zelador

–O que você quer? – ela se soltou

–Eu que te pergunto. O que você quer de mim, eramos amigos porra! – retruquei

–Éramos, e você deixou de ser desde que aconteceu aquilo com a Amanda. – ela falou

–Vocês me deixaram sozinho, só eu e o T.J fomos no enterro dela! – falei

–Eu não sabia se aparecia la. – ela se justificou

–Porque a culpa pesou né? – retruquei

–Sim, eu me senti muito culpada. Não era pra ter chegado nesse ponto. – seu semblante era triste.

–Ta bom, mas porque comigo agora? – eu estava estressado

–Eu só fiquei magoada por ter se afastado. – ela respondeu

–E eu vou continuar. Não vou andar com gente como você. – retruquei

–Você é igualzinho a mim, um babaca. Você fica jogando a culpa da morte da Amanda em cima de nós porque não suporta a culpa de não ter visto os sinais, a culpa também é sua. Essa culpa é tão sua quanto minha, você só pensou em você até agora, tá até usando a morte de uma amiga pra se fazer de vítima. – Rebecca cuspiu aquelas palavras

Minha respiração começou a ficar ofegante, não contive minhas lágrimas elas saíram e de maneira espontânea eu comecei a chorar. Sai dali meio desnorteado, encontrei com a Hanna.

–Oi, o que houve? – ela perguntou

–Rebecca... ela está certa... – não completei segurei o choro

–Essa menina não se toca. – ela parecia indignada

–Mas tudo bem, ela não falou mentira. – falei, o sinal soou. –Eu vou pra minha sala, qualquer coisa me manda uma mensagem.

–Okay. – forcei um sorriso

Fui pra minha sala e me sentei do lado do T.J.

–O que foi? – ele me perguntou

–Nada. – respondi

Assim que o Connor entrou uma das supervisoras entrou em seguida.

–Tanner James, Noah Calvert-Hill, Connor McAlister e Izzy Graham. Eu preciso que vocês venha comigo. Vocês foram realocados de sala, pra uma que está mais vazia. – ela avisou

–Quem é Izzy? – perguntei ao Connor

–Ela é novata, ela vai fazer teste pro lacrosse. – ele me contou

Izzy é uma menina baixinha, cabelos pretos com características latinas, ela usava seu uniforme de maneira despojada e estilosa.

–Ela é bonita. – comentei

Chegamos na sala, estava realmente muito vazia. Me sentei perto das meninas na fileira do canto, Connor se sentou na segunda fileira de frente pra mim. O T.J se sentou na terceira fileira ao lado do Connor. Izzy, a novata se sentou do outro lado da sala.

–A novata veio pra nossa sala. – Amy comentou

–Fiquei sabendo que ela tem um irmão, mas ele vai terminar o semestre na outra escola. – Hanna cornou

–Você é muito fifi! – Connor implicou

–Eu sei. – ela jogou um sorriso malicioso

–É gêmeo? – perguntei a ela

–Sim. – Hanna respondeu

O professor chamou nossa atenção, e então ficamos quietos, a aula toda. O último sinal soou, eu ia pra casa, mas as meninas chamaram pra eu assistir aos treinos

–Detesto quando tem treino e está frio. – Hanna disse, Amy sorriu

–Por que? – a questionei

–Os garotos não ficam sem camisa. – Amy respondeu, eu olhei para ela com uma das sobrancelhas arqueadas

–Que cara é essa? – ela pergunta

–Você só vem aqui pra ver os garotos né? Safada. – digo sorrindo

–Ver o Johna. – Amy me corrigiu

–A novata? – Hanna apontou

–Sim, ela vai entrar pro time. – contei

–Como sabe ? – ela me indagou

–O Connor me contou. – respondi

Meu pai me ligou dizendo pra eu ir até a portaria da escola o mais rápido. Chamei minha irmã e fomos, quando chegamos lá vi uma mulher junto com o meu pai e o tio Jordan, a reação da Liv não foi muito boa.

–Oi pai. Tio Jordan! – dei um abraço no meu tio

–O que ela faz aqui? – Liv disse. –Lembrou dos filhos?

–Liv, ela é sua mãe, mais respeito. – meu pai a repreendeu

–Mãe? – olhei confuso. Ela estava diferente

–Noah, como você está bonito! – ela disse, eu sorriso –Seu pai me manda fotos suas e eu vejo suas redes sociais, mas pessoalmente você está um homem muito bonito.

–E por que está aqui? – perguntei

–Eu quero passar um tempo com você e a Liv, e eu tenho uns assuntos para resolver. – ela respondeu

–Tó fora. – Liv disse

–Olivia Calvert-Hill – meu pai a chama

–Eu já falei pra me chamar de Liv. – ela disse, irritada –E pai, ela me abandonou quando eu era pequena, e deixou o Noah com a gente quando ele tinha sei lá, uns cinco anos? – Liv disse quase gritando

–Pois é, eu só lembrava de você pela única foto que meu pai tem sua. Porque não foi mais presente mesmo que só pelo celular? – perguntei a ela que não consegui responder

–Eu não sabia se podia... fiquei pensando se vocês iriam querer que eu me aproximasse. – ela se justificou

–Agora somos crescidos demais pra brincar de casinha com você. – Liv retrucou.

–Filha eu só queria tentar... – ela não terminou a frase

–Não dá tempo, se não fosse a Tia Gwen a gente não ia nem saber o que é ter uma mãe. – Liv insistiu

–É verdade, a mãe do T.J praticamente criou a gente, ela sempre ajudou no que podia. Isso é ser uma mãe não fazer o que você fez. – falei

–Vocês estão sendo muito cruéis com a mãe de vocês. – meu pai nos repreendeu

–Cruel? – Liv sorriu. –Vem irmãozinho!

Liv me puxou pelo braço até o meu carro.

–Liv ... – não contive as minhas lágrimas

–Ei irmãozinho. – minha irmã me abraçou ...

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