Capítulo 31 - Storm

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O dia para entregar a autorização do acampamento estava próximo, e eu ainda não havia decidido de iria ou não.

–Você vai? – perguntei ao Johna enquanto andávamos pelos corredores dá escola

–Esse é meu último ano, quero aproveitar ao máximo. – ele respondeu

–Eu não sei se vou, as coisas lá em casa estão um caos. Até o Connor ir lá é motivo de briga entre a Júlia e o meu pai. – contei

–Porque não fica no Conrad? – meu amigo me perguntou

–Eu fico, faz algumas semanas que tô indo pra lá. Mas ainda sim eles continuam brigando, e a culpa é minha. – respondi.

–Não é. – Johna passou seu braço sobre meus ombros

–A Júlia não gosta de ser madrasta. – falei.

–Vai ficar tudo bem, casais sempre se resolvem. – ele disse numa tentativa falha de me consolar

–Amigo, seu café! – Hanna chegou ali junto com o Connor.

–Noah, esse é o seu terceiro copo. – Connor disse. Ele pegou o copo da minha mão, eu olhei para ele com raiva

–Eu não dormi bem essa noite, e cade a Amy e a Liv? – os interpelei um pouco irritado

–Você está bem cara? – Hanna me perguntou

–Não, eu fiquei escutando a Júlia e meu pai brigando a noite toda, agora devolve meu café! – Tentei pegar o café da mão do Connor –Eu tô bem, só preciso de café.

–Não, você não precisa. – Connor disse jogando meu café no lixo

–Ta me devendo um café. – falei, ele me repreendeu com o olhar

Na aula eu não conseguia ficar acordado, eu dava uma cochilada sempre que podia e em um desses cochilos.

–Noah, acorda! – Connor me chamou

–Só tô com os olhos fechados. – respondi

–Já acabou a aula. – eu me levantei da cadeira rápido o que me causou uma leve tontura

–Calma. – ele me segurou

–Podemos ir pra sua casa? Eu preciso descansar e a Júlia não vai deixar. Ela parece que não tem emprego. – falei

–Claro. – Connor disse

Fomos pra casa dele, Connor disse que estaria na oficina com os outros. Não sei quanto tempo eu dormi só sei que quando eu acordei já estava quase de noite, eu fui até o banheiro lavei meu rosto, peguei um chiclete de menta a minha mochila e desci.

–Já vai Noah? – Sra.McAlister me perguntou

–Sim, obrigado por me deixar ficar aqui. – falei

–Pode vir sempre que precisar. O Connor me disse o que tá acontecendo na sua casa. – ela falou, eu joguei um sorriso amigável

Fui tranquilamente até minha casa, estava escutando música no rádio do carro. Quando cheguei em casa ouvi Júlia discutindo com o meu pai de novo, queria ouvir a briga dessa vez, então entrei sorrateiramente e fiquei escutando eles do escritório.

–Você ainda se preocupa com ele, ele já é grande o suficiente pra se virar sozinho. – ela disse.

–Saberia como é preocupante se você tivesse um filho. – ele respondeu exaltado –Olha Júlia eu cansei de você, cansei de te ouvir falando mal do meu filho, cansei de tudo, pode ficar com essa porcaria de casa eu vou sair daqui com o Noah. – meu pai disse, ele veio caminhando até a sala e me pegou escutando a conversa. –Filho, pega suas coisas.

Subi para o meu quarto e coloquei algumas coisas na mala, meus uniformes, algumas decorações que eu gosto.

–Pai eu estou pronto. – falei, ele também não levava muita coisa

Descemos, ele colocou tudo no porta malas e algumas das minhas malas no banco de trás, eu sentei no banco da frente, coloquei o cinto e fiquei esperando ele acabar de conversar com a Júlia. Ele entrou no carro fechou a porta, ele se debruçou no volante e começou a chorar

–Pai, não fica assim. – digo, passei a mão em suas costas

–Eu tô bem filho, manhã a gente pega o resto das coisas e você leva seu carro. – ele seca as lágrimas

–Para onde nós vamos? – perguntei

–Pro meu apartamento no centro. – ele respondeu e arrancou no carro

–Onde estava? – ele perguntou

–Na casa do Connor, eu não estava conseguindo dormir aqui em casa, as brigas de vocês estavam me atrapalhando. – eu fitava o painel do carro

–Me desculpa, filho. – ele disse, olhou para mim e secou suas lágrimas. Ele voltou sua atenção ao trânsito

No caminho paramos em um engarrafamento, não sabia ao certo o que havia acontecido e para o meu azar começou o chover. Meu telefone tocou era a Sra.McAlister.

–Oi? –

–O Connor tá na sua casa? – ela me perguntou com um tom de preocupação

–Eu não estou em casa, eu tô preso em um engarrafamento. – respondi

–Tenta falar com o Connor, eu estou preocupada ele não me atende. – ela disse

–Okay! – desliguei o celular na hora. Liguei para o Connor e só dava na caixa postal

–Filho, qual o carro do Connor? – meu pai perguntou, ele estava olhando o celular

–É uma picape, eu não me lembro. Ele vive falando, é uma ragnarok ... – respondi, confuso eu me desesperei por alguns segundos

–Uma Tarok azul bateu em caminhão lá na frente, eu não sei se realmente é mas a discrição bate com a do carro dele. – meu pai disse

–Pai a mãe do Connor me ligou preocupada. Ele não chegou em casa ainda. – falei

Eu olhava para o meu pai, deixei meu celular no carro e saí, ele tentou me impedir, mas eu não dei atenção. Fui correndo em meio aquela chuva e aquele mar de carros, a cada passo que eu dava um lágrima descia eu estava torcendo muito para não ser o Connor. Quando cheguei perto o corpo estava coberto por um plástico preto.

–Ei, você, você ai, pode me deixar ver? – perguntei a um policial

–Eu não posso. – ele respondeu

–Por favor é um caso de vida ou morte. – digo

-Já está morto. – ele diz sarcástico e frio

–To falando dá minha, olha por favor pode ser uma pessoa muita importante para mim que está ali embaixo. – insisti, ele me olhou por alguns segundos

–Você pode reconhecer o corpo? – ele perguntou por fim

–Talvez. – digo

–Okay! – ele levantou o plástico

Meu coração acelerou enquanto ele levantava aquele plástico. Eu estava torcendo pra não reconhecer.

–Eu não ... não é quem eu pensei. – falei pra ele

–Obrigado. – ele jogou a lona.

Estava aliviado, me afastei um pouco e alguém me puxou, me virei e vi o Connor, eu o abracei tão forte que quase quebrei suas costelas.

–Pensei que fosse você. – falei

–Daqui a pouco vai ser eu mesmo se não me desapertar. – ele disse

–Desculpa. – o soltei –Porque não atende o celular?

–Descarregou. – ele respondeu

–Liga pra sua mãe, ela tá preocupada. – falei

–Assim que tirarem o caminhão e o carro, eu vou direto pra casa. – ele respondeu e me abraçou navalmente

–Eu fiquei assustado, achei que fosse você. – contei. Ele sorriu e me beijou...

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