End or beginning?

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Flashback on

6 anos atrás...

- A paciente está perdendo muito sangue, há hemorragia interna, fraturas na costela, precisamos leva-la para o centro cirúrgico agora. - Gritou o médico Thompson para os seus enfermeiros.
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Os ferimentos eram graves, sua hemorragia não tinha como ser contida, a pancada na cabeça tinha causado traumatismo craniano, ela não irá sobreviver.
Com dor e decepção por não ter conseguido salvar uma vida, o doutor teria que dar a notícia que mudaria uma vida, fazendo com que tudo fosse extremamente diferente.

P.O.V CAMILA

Eu estava aflita, não queria mais esperar sentada nesse banco desconfortável de hospital, as minhas pernas balançavam incessantemente. Já fazia horas desde que meus pais receberam uma ligação, dizendo que a família da minha melhor amiga tinha sofrido um grave acidente de carro. Vejo um médico vir em direção à sala de espera, eu preciso saber como ela está.
- Parentes da família Hansen?
Meus pais se levantam e vão até o médico que os guia a um lugar mais afastado.
- Fizemos de tudo mas o Sr e a Sra Hansen não sobreviveram.
Vejo minha mãe chorar desesperadamente, sua melhor amiga havia morrido.
Pergunto euforicamente e com medo da resposta:
- E Dinah, onde ela está?
- A paciente está no quarto dormindo por conta dos sedativos. Seus ferimentos foram leves, ela está fora de risco, em alguns minutos poderão vê-la.

Me sinto mais aliviada em saber que Dinah está bem, mas um peso nas minhas costas vem logo após lembrar que precisarei dizer a ela que seus pais não resistiram.
Minutos depois, que pareceram horas, o médico vem nós avisar que podemos ver Dinah. Peço aos meus pais para ir sozinha, eu mesma quero dar a triste notícia, sei que ela irá precisar de mim mais que tudo agora.
Caminho lentamente pelo corredor daquele hospital pensando em um modo de contar para Dinah a notícia que seus pais haviam morrido. Quando reparo já estou em frente ao seu quarto encarando aquela porta branca, respiro fundo e entro.

- Dinah? - Falo com uma voz baixa para não assusta - la.
- Oi Mila.
- Você está se sentindo melhor? - Aliso seus cabelos como forma de carinho.
- Sim, só um pouco tonta. - Sua voz sai embargada.
-Deve ser por causa dos sedativos.
- É, deve ser.
- Eu fiquei tão preocupada. - Disse sentando numa cadeira ao lado da sua cama.
- Eu fiquei com tanto medo. Cadê meus pais? Eles estão no quarto? Quando vou poder vê-los? -
O desespero se formava dentro de mim, eu tinha que ser forte, tinha que falar. Meu corpo contraiu sobre a cadeira, meus músculos ficaram tensos, abri a boca mas nada saia, me forcei a falar.
- Chechee eu, é...eu sinto muito. Eles não conseguiram. 
- Como assim Camila? Como? Eles? - Vi as lágrimas caírem de seus olhos, a confusão era nítida dentro dela, doía em mim fazer isso, mas era preciso.
- Chechee, seu pai morreu na hora, e sua mãe não resistiu aos ferimentos. - Disse me encolhendo com medo do que viria.
-NÃO! ELES NÃO PODEM, E AGORA? O QUE EU VOU FAZER? EU NÃO TENHO MAIS NINGUÉM, EU PRECISO DELES. - Dinah começou a chorar e gritar descontroladamente, todo o hospital podia ouvir sua dor agora, mas era comum para um hospital ouvir tanta dor.
Enfermeiros entraram correndo no quarto, meus pais me puxaram para fora dali, via Dinah se debater e logo um enfermeiro aplicar um sedativo em sua veia, e seu corpo relaxar sobre a cama.
Refugiei-me nos braços de minha mãe, estava assustada e com medo de tudo. Precisava ser forte por ela, pela minha amiga, minha irmã, eu seria forte, agora ela precisa muito mais de mim.
Como eu era de menor, meus pais tiveram que assinar um termo para que eu pudesse ficar no quarto com Dinah.

Enquanto minha amiga dormia na cama, com um rosto sereno, eu pensava em como poderia ajuda - la. Estava um pouco exausta e meus pais estavam demorando mais do que o esperado, resolvi ir até o pequeno restaurante que havia no hospital, precisava de um café e algumas rosquinhas se quisesse me manter de pé. Andava em passos lentos pelos corredores brancos e largos, o ar condicionado me congelava da cabeça aos pés, idéias estranhas foram aparecendo em minha mente, do nada eu estava pensando tanto que podia explodir, e era isso, sim sim sim, eu precisava falar com os meus pais, Dinah não tinha parentes próximos, ela não tinha com quem ficar, e eu não deixaria de jeito nenhum levarem minha melhor amiga para longe de mim, eu seria convincente, meus pais deixariam, eu sei que sim, sei que amam ela do jeito que me amam, eu sei que se eu pedir, eles lutarão pela guarda dela.

Flashback off

- Mas você prometeu Chancho, você disse que iria comigo hoje a sessão de fotos. Por favor Mila, eu fico mais tranquila quando está lá. - Dinah disse manhosa e fazendo bico, eu sabia que não poderia resistir.

- O.K Chechee, só vou porque está pedindo, e fazendo esse biquinho irresistível.

- Obrigada Chancho, só vou pegar minha bolsa e vamos, você dirige hoje.

- Tudo bem, sua folgada.

Dentro de 15 minutos já estávamos no estacionamento da casa onde aconteceria a sessão de fotos que Dinah faria pra uma marca famosa de roupas. Entramos e logo todos da equipe vieram nos cumprimentar, puxaram Dinah para se aprontar, fazer maquiagem e cabelo. Fui me sentar em um sofá ao fundo da sala, atrás das câmeras, hoje era meu dia livre, e queria distância de câmeras, já vejo elas todos os dias. Em 30 minutos ela estava pronta, e estava linda, como sempre. O Fotógrafo pediu para que a equipe esperasse mais 5 minutos, pois haviam duas estagiárias atrasadas, era o primeiro dia de ambas, talvez tivessem errado o endereço.

Mexia em meu celular, vendo fotos e tweets de meus fãs, quando ouvi um barulho de salto ecoando pela sala, duas mulheres haviam chegando, e tive quase certeza de que eram as estagiárias. Uma das mulheres me chamou atenção, ela tinha o corpo bonito, uma bela bunda com todo o respeito, infelizmente não pude ver muito, ela estava de costas.

P.O.V Dinah

As estagiárias chegaram finalmente. Eu estava um pouco nervosa, mesmo com anos de carreira, sempre ficava assim, mas um calafrio passou pelo meu corpo quando vi uma morena de cabelos cacheados, cruzar a sala atrás do Rikki, o fotógrafo. Parecia que ia escorrer baba no canto da minha boca, eu estava hipnotizada por aquela mulher. A morena da qual eu não sabia o nome se dirigiu até o lado de Rikki, e cochichou algo para ele, os dois riram e a morena só observava enquanto o mesmo tirava as fotos. Tentei parecer sexy, tentei chamar a atenção da morena, que não dava muita bola, só me olhava algumas vezes de canto de olho. Vi uma outra garota branca passar e parar do outro lado do fotógrafo, ela também era bonita, tinha olhos verdes, cabelos escuros, e um sorriso muito bonito, mas quem roubou minha atenção foi a morena do corpo cheio de curvas. Eu não sabia dizer se meu coração havia parado no momento em que seu olhar cruzou com o meu, ou se ele havia batido mil vezes mais rápido, me roubando todo o oxigênio do corpo.

P.O.V Camila

O tempo pareceu voar, fiquei praticamente o dia todo olhando meu celular, vendo besteiras nas redes sociais e postando snaps, nem percebi que a sessão de fotos tinha acabado, se não fosse por uma Dinah desesperada balançando o meu braço e falando tudo rapidamente.

- Chancho você viu aquela morena? MEU SENHOR ELA É MUITO GATA, EU PRECISO DO NÚMERO DELA.

- Que morena Chechee? eu não vi nenhuma, só vi uma garota rabuda de costas perto do fotógrafo.

- Se não viu, então precisa ver. Ela parece um anjo, um anjo sexy e lindo.

Quando eu ia responder Dinah, ouvi uma pessoa gritar perto de mim, tomei um susto gigante, e acho que a pessoa que gritou também.

- MEU DEUS, É A CAMILA CABELLO.

No próximo segundo eu só ouvi o baque surdo do corpo da garota de cabelos escuros ir de encontro ao chão. Era a menina da bunda grande que eu tinha visto no começo do dia, ela desmaiou bem na minha frente, seu corpo estava caído no chão e eu não tinha reação alguma diante aquilo, única coisa que me veio á mente foi pedir ajuda a alguém.

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