Capítulo 42

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Chegamos no hospital, vinte minutos depois de deixarmos a casa de João Eduardo. Ele tinha vindo em sua camionete, enquanto Jess e eu o seguíamos pelas ruas quase vazias da cidade. Era bom ser domingo, caso contrário, essa viagem teria durado mais tempo. E tempo era o que não tinha nesse momento. Não enquanto o homem da minha vida jaz em uma cama entre a vida e a morte.

  Assim, que Jess estacionou o carro, eu pulei correndo para fora sob os protestos dela, que queria me acompanhar. João Eduardo já estava a me esperar na entrada. As portas de correr automática se abriram assim que o sensor captou a nossa presença. O cheiro de antisséptico e desinfetante invadiram minhas narinas. E pensar que João Gabriel aspira esse cheiro enjoativo há seis longos meses. Como era diferente do aroma fresco e suave do parque dos meus sonhos.

  João Eduardo se dirigiu até a recepção e se identificou. Eu, ele e Jess, que já tinha nos alcançado, recebemos um crachá de visitantes. O irmão de João Gabriel nos conduziu para um dos corredores que dava acesso aos elevadores. No trajeto, ele falou:

– Yanna, estou fazendo isso por meu irmão. Tudo que você me contou é muito surreal para ser verdade. Mas se você diz ter sonhado com ele durante todo esse tempo, eu vou acreditar em você. Depois de passar seis meses observando meu irmão e melhor amigo naquela cama, eu aposto em qualquer coisa que possa ajudá-lo a trazê-lo de volta.

Eu aceno um sim com a cabeça e nós três entramos no elevador. A cabine para no sétimo andar e nós saímos para encontrar mais um corredor comprido. João Eduardo explica que precisa ir falar com o médico, porque as visitas são rigorosamente controladas. Nós precisamos de uma autorização.  

Eu estava muito ansiosa para poder esperar, mas sem alternativa eu e Jess sentamos nos assentos de uma fileira de bancos encostados a uma das paredes branca.

– Yanna, você está bem? Você está pálida, parece que todo o seu sangue foi drenado de você – preocupa-se Jess.

– Jess, eu sou vou ficar bem, quando eu vê-lo – respondo angustiada.

A porta do elevador volta a se abrir no final do corredor e um rapaz loiro sai dele.

– Então era verdade… – ele diz assim que se aproxima de nós.

– Felipe… – Jess sussurra boquiaberta.

– João Eduardo me ligou para dizer que estava vindo para o hospital com duas garotas. As mesmas que há seis meses, eu e JG iríamos encontrar. A mesma garota que não quis ouvir minhas explicações naquele dia e me deletou da sua vida. – Amargura estava presente em cada palavra de Felipe. Ele realmente estava chateado com Jess.

– Jess, agora você sabe a razão de termos faltado ao encontro. Meu melhor amigo sofreu um grave acidente e desde então está aqui neste maldito hospital, mas você nem quis me ouvir, não é mesmo? Embora eu tivesse avisado que tinha acontecido uma tragédia.

– Eu sinto muito, eu não imaginava que uma coisa dessas pudesse ter acontecido – Jess se desculpa com os olhos cheios de lágrimas. Ela estava arrependida de não ter atendido aos telefonemas de Felipe no dia seguinte ao encontro frustrado. Minha amiga já tinha passado o caminho inteiro até o hospital se martirizando por isso. Ela me suplicou perdão uma centena de vezes, porém não havia nada para ser perdoado. Nada do que aconteceu foi culpa dela.

Felipe abriu a boca para responder, mas eu interrompi o que quer que ele iria dizer a Jess.

– Vocês dois podem parar com isso. Preciso lembrar que estão em um hospital?! Eu já estou uma pilha de nervos e ouvir a briga de vocês não ajuda em nada.

O Homem dos meus Sonhos (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora