O Homem dos meus Sonhos (COMPLETO)

Capítulo 10

Olá,  pessoal!  Ontem postei o capítulo,  mas deu algum problema.  Porque não foi enviada a notificação da atualização.  Então estou respostando. Desculpe por isso!  Espero que dê certo agora!  Bjs

O relógio na parede do meu quarto já marcava 00h40. Fazia mais de três horas que tinha despedido de mamãe e ido me deitar. Mas até agora, o que fiz foi rolar na cama. Podia culpar a falta de sono ao fato de ter dormido durante a tarde, coisa que eu não tinha o hábito. Só que a verdade era outra. Eu não estava dormindo por causa disso, não diretamente. Os meus olhos se recusam a fechar porque eu sou uma grande covarde.

Estou protelando adormecer com medo de reencontrá-lo. De rever o homem dos meus sonhos e não conseguir resistir à tentação de ficar longe dos seus braços, do cheiro único e envolvente que é só dele e claro, principalmente dos seus lábios. Aqueles lábios incríveis que parecem me hipnotizar e me atrair para eles a cada segundo que estou perto dele. Eu quase tinha cometido uma burrada imensa ao quase beijá-lo no último sonho.

Santo Deus! O que eu faço? Eu não poderia ficar acordada para sempre.

Eu terei aula amanhã durante o dia inteiro. Precisava descansar, mas isso significava dormir e voltar a sonhar com ele. As últimas semanas tinham sido assim e eu duvidava que algo mudaria nesta noite, como provou a bem sucedida experiência desta tarde.

Noite após noite, ele sempre está lá em todo seu esplendor, parecendo um deus grego no olimpo a minha espera. Eu me deixei levar pela sua beleza, pelo clima de mistério e sedução que tudo isso despertava. Nos sonhos, eu não me perguntava sobre o depois, sobre as consequências, como eu sempre faço. Ali, naquela ilusão eu me sentia livre como as andorinhas a voar pelos céus daquele paraíso que era só meu e dele. Eu não entendia o porquê daquele homem ter passado a dominar meus sonhos. Mesmo sendo estranho, eu não me importei. Eu me entreguei.

Só que o que parecia ser inofensivo, uma brincadeira, está a ponto de me fazer pirar. Começara a afetar a minha vida e tirar minha paz de espírito. Será que já era hora de procurar ajuda médica? Talvez, um psiquiatra. Um especialista poderia saber a razão para esses sonhos repetitivos e me receitar um medicamento que acabasse com eles definitivamente.

De imediato me pareceu a melhor atitude a tomar. Eu poderia usar o plano de saúde que papai paga para a consulta. Nem Jess, muito menos mamãe precisariam saber. Eu iria depois da escola em um dia que não tenho aula à tarde. Mamãe estaria trabalhando e eu me certificaria de chegar antes dela em casa.

Okay. Plano traçado. Tudo certo. Só que existia um único e grande problema. Eu não estava pronta para deixá-lo ir. Se o médico conseguisse fazê-lo me deixar, eu poderia suportar perdê-lo? Eis a pergunta que eu já sabia a resposta, mesmo sendo difícil de admitir. Não, eu não poderia. Não ainda.

Se eu tinha medo de não resistir a ele, eu tinha mais ainda em relação a perdê-lo. Aquele homem podia ser uma ilusão da minha cabeça, mas sem ele eu estaria condenada a um vazio que seria bem real. Eu definitivamente não estava preparada para isso. Com essa verdade escancarada diante de mim, eu me enchi de coragem e permiti que o sono me levasse mais uma vez para junto dele.

                                                                                       ***

Lá estava eu de novo ao parque dos meus sonhos. O sol radiante no céu aquecia a minha pele enquanto eu me forcei a ficar de pé. Instantaneamente, olhei para o lado extremo do lago e encontrei o homem dos meus sonhos no mesmo lugar, em pé embaixo daquela árvore que se tornou o nosso ponto de encontro. Ele olhava para mim. E mesmo distante aquele olhar me fez arrepiar da cabeça aos pés. Na mesma hora, o medo bateu forte novamente.

O que eu faço? Eu não conseguiria resistir a ele, mas eu precisava. Então tomei a decisão que achei mais segura. Eu não fui atrás dele. Ao invés disso, caminhei até sombra de uma enorme árvore perto da margem do lago e me sentei escorada ao tronco. A minha esperança é que eu pudesse ficar ali até acordar no meu quarto novamente.

Enquanto estava no meu canto, eu não pude evitar vislumbrar o homem do outro lado das águas. Estávamos separados fisicamente, mas conectados intimamente pelo nosso olhar. Mesmo que a tão longa distância.

Passados longos minutos que ficamos assim fitando um ao outro, repentinamente as andorinhas surgiram no céu. Centenas delas. O som do canto das aves mais alto do que nunca. Elas voavam freneticamente acima de nós. Subindo e descendo os céus em uma dança eletrizante e coordenada. Não existia aquela sutileza dos movimentos das últimas vezes. A sensação que eu tinha é que os pequenos pássaros estavam irritados. Mas qual a razão?

Não tive tempo para pensar nisso. Porque algo que eu nunca esperava aconteceu. O homem dos meus sonhos deixou o local que sempre estivera até então e começou a correr. Ele estava contornando o lago. Estava vindo em minha direção.

Eu esfreguei os olhos para ver se não estava vendo coisas. Mas não, ele ainda estava vindo. Os passos firmes e decididos. Eu não podia acreditar que ele estava mesmo fazendo isso. Eu era a única a ir até ele desde que os sonhos começaram e agora, o inverso acontecia.

Eu me levantei depressa. Incapaz de me manter sentada esperando. O que eu faria quando ele chegasse aqui? Maldição, eu queria me distanciar dele e agora ele corria para mim. Meu coração batia incontrolável no peito. Eu mal piscava. Parte pela ansiedade e parte pela visão do homem que me impressionara desde o início.

Ele corria como um leão em busca da sua presa. Os cabelos compridos flutuavam ao vento. O corpo magro, forte e ágil parecia não se cansar. A cada passo mais perto, eu podia enxergar melhor o seu rosto. Determinação marcava cada traço.

Eu não conseguia me mexer. Eu estava enraizada ao chão como a árvore atrás de mim. Ele estava cada vez mais perto e quando eu dei por mim, estavamos cara a cara. Literalmente. Ele não deixou muito espaço entre nós. Eu estava totalmente consciente da sua altura, da sua força, do seu aroma e principalmente, da sua beleza estonteante.

Ele tinha o olhar duro. Estava chateado, eu diria até que com raiva, mas estava mais lindo do que a última vez que eu tinha visto. Eu não sabia como isso era possível. Os olhos cor de mel estavam brilhantes, as sobrancelhas franzidas e a boca cerrada. Ele me encarava de cima a baixo, me deixando paralisada. Eu não disse nada. Não tentei me desculpar. Eu só o fitei.

Pouco a pouco, eu notei que a expressão dele se suavizou. Os sinais de aborrecimento despareceram e deram lugar ao algo mais terno e afetuoso. Eu estava tão perdida naqueles olhos marrons, que não percebi que ele tinha levantado uma das mãos até eu sentir as pontas dos seus dedos nos meus cabelos. Ele pega um dos meus cachos e torce ao redor dos dedos, brincando com eles. Quando o dorso da sua mão acaricia a maçã do meu rosto, eu fecho os olhos.  

– Você é a garota mais linda que eu já pus os olhos.

Uma voz firme e grave invade meus ouvidos. Não podia ser. Era a voz dele. Ele estava falando, finalmente. Oh, Meu Deus! Eu imediatamente arregalo os olhos. Ele me olha com profundidade e repete:

– Você é a garota mais linda que eu já pus os olhos.

De repente, eu começo a hiperventilar. Meus pulmões parecem não suportar a quantidade de ar que eu aspirava. Minha boca secou. Senti um formigamento nos braços e uma fraqueza súbita. Minha cabeça rodopiava sem parar e a última coisa que percebi antes de tudo ficar preto é que estava em seus braços.  

Olá, gostaria de agradecer a todos os comentários e votos até aqui. Fico muito feliz com todos eles. E como sempre, se vc gostou de mais esse capítulo não deixe deixar sua estrelinha e sua opinião mais uma vez.  Beijos e até o capítulo seguinte!