acht

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1943

-Rosamund? Rosie... - o senhor Holmes mal tinha seus olhos claros abertos quando percebeu que a bebê estava a tempo demais sem uma refeição boa e o doutor Watson, pai da menina, tinha um sono pesado demais para escutar os resmungos baixos da criança reclamando. - Oi, baby, está com fome?

A criança abriu os olhos, idênticos aos do companheiro do senhor Holmes, e deu um último suspiro antes do cacheado colocar as grandes mãos por baixo de seus bracinhos finos e a pegar no colo, a acomodando na volta de sua cintura incrivelmente definida. Rosie roçou os cachinhos loiros no pescoço de Holmes quando deitou sua cabeça em seu ombro, ainda com sono e uma leve pitada de preguiça.

-Que cheiro seria esse, Rosie? - Holmes sussurrou, sorrindo para a adorável menina que não entendia uma palavra do que ele dizia. - Alguém fez sujeira durante a noite, huh? Está tudo bem, tio Sherlock pode limpar isso pra você.

-Tio Sherlock? - ouviu a voz do companheiro logo que se virou para o armário,onde puxou uma fralda de pano e um paninho com água.

-Sim, ela gosta quando falo assim. - respondeu, deitando a menina na mesa de escritório de John e tirando a roupa que a criança já vestia, juntamente com sua fralda suja. - Gostaria de me ajudar nisso, Doutor?

-Deixe-me levantar primeiro, Holmes, ou amarrarei uma fralda na sua cabeça. - Watson retrucou, enquanto se levantava lentamente e dolorosamente da cama que dividia com a filha, isso nos dias em que ela aceitava dormir em algum lugar afastado de Holmes.

-Eu adoraria ver isso acontecendo, doutor. - Holmes gargalhou. - Pode esquentar a sopa de batata por mim? E compre leite, é o seu dia.

-Por que me faz de escravo? Esta casa ainda é minha, lembra?

-Pare de reclamar e faça o que digo. - gritou, ironicamente. Quando a bebê estava finalmente limpa, acariciou seus cabelinhos louros como fazia com o pai dela quando o mesmo ficava doente ou deprimido. - Agora, Rosie, diga tchau para seu pai!

-Ela não sabe falar, Holmes.

-Ela irá aprender. E sou eu quem vai a ensinar.

-Quer que minha filha aprenda a falar coisas como "tio Sherlock" antes de aprender a falar "pai", não?

Holmes sorriu, ajeitando a roupinha delicada que colocara na criança e fazendo um carinho em suas bochechas.

-Ela vai aprender o que quiser, seu mal humorado. Agora, preciso mesmo que compre o leite, estou morrendo de fome.

Watson assentiu, pegando seu casaco e saindo pela porta, antes de abri-la novamente e sorrir ao ver o companheiro com sua filha no colo, cantando uma música infantil.

-Pendura a bandeira, Holmes. - ele disse, encarando o cacheado com certa seriedade que nunca havia sido demonstrada.

-Você quer que eu faça isso? - perguntou, enquanto deixava que Rosie puxasse seus cabelos com alguma força. O doutor assentiu, mas levantou uma sobrancelha, se importando realmente com o fato de, talvez, o companheiro não se sentir confortável com isso. - Está tudo bem, só compre o leite. E um doce. Ah, e eu preciso de algo para meus cabelos.

-Não sou sua empregada.

-Ainda.

Ambos gargalharam, o que fez a pequena Rosie os acompanhar e Holmes perceber que a gargalhada da menina era idêntica a do pai, só que mais fina.

Watson estava fora de casa, Holmes pegava na borda da bandeira gigantesca em tom de vermelho escuro, enquanto segurava a pequena Rosie com um só dos braços.

not a couple | johnlock | concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora