bônus - mr. william

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William Sherlock Scott Holmes havia se acostumado muito plenamente com a ideia de ser pai e - quase - esposo. Sua vida amorosa e pessoal estava completamente equilibrada, mesmo ele sentindo que tudo estava prestes a desmoronar. Seu plano de vida diminuíra de ganhar muito dinheiro e ser pleno para ver Rosie, sua filha, crescer e se desenvolver felizmente.

A garotinha, como sempre, se encontrava agarrada nos cachos que cobriam a cabeça de Sherlock, enquanto o mesmo tentava novamente acessar seu palácio mental, procurando por alguma informação que o ajudasse a desvendar o caso que vira no jornal.

Ele nunca chegava a avisar para a polícia sobre o que descobria, fazia aquilo somente por puro gosto de fazer. Era divertido imaginar que algum dia as pessoas descobrissem uma realidade que ele já conhecia a muito tempo.

-Querida, acredita que papai consegue desvendar isso aqui? - Sherlock sorriu, pegando a menina em seus braços e acariciando sua barriguinha, coberta por um casaco de lã.

A menina soltou seus barulhinhos indescritíveis de sempre, soltando uma risadinha assim que tocou os cabelos cacheados.

-Acredito que estava destinado... Tudo isso, entende? Meus cabelos cacheados, seus cabelos cacheados... - Sherlock explicou, achando que a menininha algum dia realmente entenderia. - Eu estaria destinado a ser seu papai, você estaria destinada a ser minha linda filha. Mesmo que eu acredite que a ideia do destino seja um pouco falha.

Algo dentro de Sherlock o deixara um pouco mais emotivo do que sempre fora e sempre que ele tentava definir este "algo" para si mesmo, acabava detalhando louros cabelos e ruguinhas adoráveis estampadas em uma pele clara com a neve. Era quase impossível se concentrar quando, daqui a algumas horas, teria novamente o amor de sua vida em seus braços. 

E pensar que agora ele tinha o fruto dele brincando com seus cabelos e balbuciando palavras que Sherlock tentava ao máximo entender era algo que o fazia ter arrepios e sorrir prontamente.

Rosie era a prova mais pura de um amor que duraria décadas, mesmo com todas as dificuldades de uma grande guerra e uma provabilidade quase gigantesca de uma prisão.

Sherlock sabia o que o aguardava, sempre soube, desde o momento em que se apaixonou pelo primeiro homem. As pessoas não o consideravam inteligente ou digno de qualquer reconhecimento assim que os boatos chegavam até elas. Era incrível a capacidade das pessoas de serem ignorantes naquela época de sua adolescência.

E agora, em sua idade adulta, um certo senhor com seus bigodes característicos matava as pessoas que eram como ele em nome de um país inteiro, julgando que esta tal forma diferente de amar as fazia insignificantes para um país em guerra.

O cacheado sempre pensava naquilo. Com um país em guerra, territórios sendo conquistados e a economia tentando se recompor, quem realmente começaria a mudança se preocupando com o fato dele dormir com outro homem? Afinal, o amor não deveria estar sendo uma preocupação em época de guerra. 

Deveria?

-Sabe o que deveríamos fazer, minha querida? - Sherlock perguntou para a garotinha, puxando uma de suas bochechas com pouca força, somente para que ele sorrisse sem todos os dentinhos. - Lavar nossos cabelos. Seu pai não nos deixa tomar banhos longos, mas podemos nos virar com uma bacia e um pouquinho de sabão, não podemos? E depois eu posso deixar que coloque algumas de suas presilhas em meu cabelo para que possamos brincar juntos. 

A menina não soltou um sorriso, mas encostou sua cabecinha no rosto de Sherlock, o garantindo que se sentia confortável com ele. 

Papai Sherlock deitou sua filha na única cama da casa e a despiu, deixando-a somente com a fralda de pano, fazendo o mesmo consigo enquanto deixava uma água morna encher a bacia que mantinham na cozinha para que John fizesse seus famosos pães de domingo. 

Deus, como Sherlock o amava por isso, mas não poderia deixar de lavar os cabelos de sua bebê somente para que os pães não ficassem com cheiro de sabão e sujeira. 

Deitou a menina sobre a água quando conseguiu garantir que não estava muito quente, mas também não muito fria.  A menina estremeceu assim que sentiu a parte de trás e sua cabeça sendo molhada e, enquanto Sherlock lavava seus cabelos com certo carinho, segurava seu dedinho com as duas mãos para se sentir ainda mais confortável. 

Ele molhou os próprios cabelos, agora novamente com a menina em seu colo, e garantiu que eles estivessem com o mais agradável e doce dos cheiros para quando abraçasse John quando ele chegasse de seu emprego (mesmo que John nunca conseguisse alcançar seus cabelos sem erguer os pés).

-Você está incrivelmente cheirosinha, minha filha. - Sherlock falou, com a mesma voz infantil de sempre. - Mas agora precisamos nos vestir para que papai chegue e nos veja arrumados. Ele vai adorar, tenho a certeza.

A criança se abraçou novamente a ele e Sherlock se sentiu completo.

Completo porque ele era pai e esposo, completo porque vivia a vida mais extraordinária que poderia pedir para Deus o dar, provando que não era um senhor de cabelo repartido ao meio que o pararia ou quebraria seu coração em dois.

John Watson chegou em casa algumas horas depois, no exato momento em que Rosamund enchia os cabelos volumosos do pai com algum tipo de produto brilhante que também caíra em toda a poltrona.

-Olá, minha família! - ele falou com entusiasmo, beijando a cabeça de Rosamund e a testa de Sherlock. - Deus, vocês cheiram tão bem!

-Eu e Rosie lavamos nossos cabelos hoje. - Sherlock explicou.

-E por que é que logo depois deixou que ela recheasse seus cabelos com brilho?Não faz o menor sentido, porém é adorável. - o louro gargalhou, largando o casaco no apoio logo perto da porta de entrada e se sentando em sua poltrona.

-E o que é que faz sentido quando se trata de paternidade, love? - Sherlock sorriu, mostrando todas as ruguinhas que compunham o lado de seu rosto fino. - John?

-Hum? - ele estava distraído, olhando para algum tipo de livro que ele sempre consultava assim que chegava em casa, às vezes deixando suas anotações. 

-Obrigado.

-Por?

Porém, Sherlock não respondeu, simplesmente por não achar completamente necessário. Agradecia John pelo fato de ele ter tornado Sherlock quem ele sempre quis ser, um homem livre mesmo dentro de uma prisão feita pelo próprio lar. 

Por ter feito Sherlock feliz ao seu máximo.



ZUPPPPP

Eu estava planejando escrever isso há tanto tempo, mas não tive o tempo. Eu só queria que vocês vissem como Sherlock cuida de Rosie quando está sozinho em casa, sem a companhia de seu companheiro.

Espero que tenham gostado e que aproveitem minha breve volta para Not A Couple, vou sentir saudades novamente hahaha.

not a couple | johnlock | concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora