"O covarde nunca tenta, o fracassado nunca termina e o vencedor nunca desiste.- Norman Vincent Peale.
Boa leitura!
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__-Sienna-
Havia adormecido depois de conversar sobre tudo com Sacha, queria voltar logo para a escola para não receber mais faltas não justificadas. Enquanto almoçava Darcey entrou no quarto trazendo uma visita inesperada por parte de Sienna.
- Sienna!- Disse Wallis entrando e indo abraçar sua irmã.
- Wallis? Como é que estás... Porquê que estás aqui?- Se emocionava ao ver que o irmão preferido e único também estava presente naquele momento, no momento mais difícil de sua vida.
- Apanhei o primeiro voo para cá depois de a tua mãe ter me ligado à contar.
- Ela é nossa mãe.
- Não. Ela é só tua mãe. Não minha.
- Mas porque não gostas dela - Disse Sienna sentando na cama.
- Eu não vim para falarmos sobre isso. Vim para falarmos da tua Saúde. O que é que se passou e como aconteceu?
- Bem... Estou com Insuficiência renal crónica e tive sorte de não ter entrado em falência renal.
- E já está assim tão avançado? Como não tinhas dado conta antes?
- Eu ignorava sempre os maus estares que sentia constantemente, realmente, a minha inteligência não serviu de nada em momentos como esse...
- Não faz mal Sienna, o bom é que já irão tratar de ti, e ficarás bem melhor.
- Não Wallis. Isto aqui não tem cura, entendes? Viverei com isso para sempre.
- Não tem cura? Como assim?
- Se é crónica claro que vai ser para sempre não achas.
- Eu vou falar com o teu médico.
- Para quê? Estás a agir por impulso, senta aí que daqui a pouco ele já vem falar connosco.
- Está bem... Mas estás a te sentir bem pelo menos?
- Um pouco cansada, mas deve ser por passar o dia todo deitada, vais ficar cá por quanto tempo?
- Tenho 2 semanas para aproveitar e ajudar a minha mana em todos momentos que ela precisar.- Abraçou Sienna fazendo-a esboçar um sorriso caloroso.
- Darcey-
Sem saber o que fazer, Darcey saiu correndo do hospital para pegar o primeiro táxi para casa. Estava preocupada e com um aperto no coração, pois acabava de ver o orçamento de tudo no hospital até hoje. Era demasiado, nem Wallis conseguiria ajudar em tal quantia.Procurava maneiras, formas de pensar em como iria pagar, mas além de tudo chorava, por não ter conseguido dar uma vida normal para suas filhas, ter de obrigar Sienna a trabalhar apenas com 16 anos. Lembrava de sua vida antigamente... Nunca foi pessoa de grandes dinheiros, sempre se contentou com pouco e sempre pensou que suas filhas fossem crescer, tendo tudo, do mais necessário até o menos importante.
E agora com uma doença na vida de alguém que ama, e sem dinheiro, sentia-se um lixo. Não sabia como lidar com a situação, quem procurar, com quem conversar. Estava sozinha, sozinha naquele mundo que só destruía sua pequena vida.
Não gostava nada do que acabara de pensar, sentia que aquilo iria afundar mais seu peso de consciência, mas como havia pensado, sua vida já estava uma completa miséria e se tinha como piorar? Sim, tinha. Mas Darcey não ligava, havia tomado uma decisão, uma escolha que tinha de fazer, mesmo que isso custasse sua vida ou sua presença perante a família. Tinha agora apenas um objectivo, proteger e criar suas filhas, principalmente Sienna, não queria que nada de mal ás acontecesse pois se falhasse nessa missão, não valia mais nada no mundo e preferia mil vezes morrer.
Não queria o dinheiro por diversão, nunca teria procurado tais pessoas por diversão, queria apenas para fazer as pessoas que amava felizes, perguntava-se sempre porquê que para si tudo tinha de ser difícil. Porquê que todas as opções de seu mundo eram erradas, porquê que tudo que fazia dava errado. Talvez tudo ficasse melhor se nunca tivesse nascido, se nunca ninguém tivesse vindo a saber de sua existência, teria feito um bem para humanidade, teria feito menos pessoas sofrerem por conta de seus erros.
Sentia uma plena vontade de desaparecer de tudo, talvez melhorasse, talvez ninguém sentiria sua falta, talvez nunca faria diferença existir ou não existir em seu mundo. Correu para seu quarto consumida em raiva, gritando, atirando tudo para o chão sem saber quantos estragos podia fazer ou as consequências de seus actos, partiu tudo que era de vidro, chorava alto com as mãos na cabeça olhando para o quarto todo decaído, mobílias para tudo que era canto.
Ajoelhou no meio do quarto, com suas roupas rasgadas pela fúria, sentia-se livre, havia descarregado a raiva que se acumulava dentro de si durante anos, por cima dos cacos de vidros sem se importar sobre a opção que poderia se magoar. Com olhos fechados permanecia na mesma posição sem mexer um único dedo, estava fraca, não queria pensar em nada.
Ouviu o barulho da porta do quarto onde estava abrir mas não se importou e nem pensou em quem podia ser.
- Darcey? Darcey? O que aconteceu aqui? Estás bem? Tenho de chamar ajuda...- Disse, não obtendo resposta nenhuma.
- Darcey! Darcey!- Andou, esquivando coisas espalhadas pelo chão até chegar perto e sentir sua respiração ofegante.
- Sabes... Rob, a vida não é algo nada fácil...- Disse Darcey levantando devagar sua face o encarando.
- Porquê que dizes isso, Darcey... Andas tão diferente, o que é que se passa?- Olhou em seus olhos recebendo um riso sínico.
- Não te preucupes, eu estou bem, eu estou muito bem.- Darcey se levantou lentamente com os cabelos caídos para frente, tapando sua cara.
- Andas tão sinistra!
- Não é algo que eu concorde.- Disse saindo do quarto deixando Rob para trás. Saiu de casa e foi andando mesmo assim até China Beach, praia preferida de Sienna. Melhor sitio que aquele para refrescar a mente não havia... Queria parar por um momento de pensar nos problemas que tinha em casa e fora também.
Deitou na areia apreciando o pôr do sol, sem querer sair de tal momento, queria que sua vida desse um pequeno pause para pensar melhor sobre tudo, Infelizmente, a vida continua...
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___Espero que tenham gostado!
Rhania Rolo.
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Uma Simples Doença Sem Cura
Mystery / ThrillerSienna, uma adolescente de 16 anos, tinha uma vida não muito agradável, conhece o mundo como o pior sítio para se estar, completo de dor, sofrimento, não via sentido em viver, mas tinha de o fazer. Quando se vê a adoecer e a ser identificada com uma...