Uma Simples Doença Sem Cura

Capítulo 23

"Somos responsáveis por tudo que acontece neste mundo, e só com a força do nosso amor e da vontade podemos mudar o nosso destino e o destino de muita gente"- Paulo Coelho em As Valquírias.

Boa leitura!

-Darcey-

Estava feliz pela compatibilidade de Sasha e por Sienna poder ser salva de uma vez por todas. Fazia parecer que todo seu esforço não tenha sido em vão, e mesmo que tenha ultrapassado os limites da liberdade, o amor que tinha pelas suas filhas era tão intenso que não ia permitir que nada o abalasse. No estado em que Sienna estava nenhum banco ia aceitar um empréstimo daqueles sendo que estava a pagar outro no momento.

 Sempre foi ensinada a aprender a viver sozinha nem que fosse por outros métodos, o mundo era cruel para quem não nascesse num berço de ouro, e desta vez não fora diferente,tivera de usar todas as ferramentas possíveis para salvar a sua filha. Sabendo que ela fica bem, o que acontecer a seguir na sua vida não tem a mínima importância.

Stephen havia a chamado para ir novamente ter consigo naquela casa abandonada que chamavam de sede da organização, estava ciente que ainda havia muito mais por trás daquilo tudo e não se baseava apenas naquela casa em ruínas. Via apenas uma parte de uma rede perigosa de organizações que formavam uma máfia secreta. Estava ciente do tipo de gente com que se havia metido, mas agora era tarde demais para arrependimentos, havia começado e agora ia até ao fim.

Chegando lá, sentou em uma cadeira de frente a Stephen que olhava para ela de cara fechada; Estava com medo do que vinha a seguir, não sabia o que tinha feito de errado, se a iam matar naquele instante, e a única coisa que conseguia sentir era o quão acelerado o seu coração estava de medo pelo que vinha a seguir. 

- Chegou a tua hora Darcey, agora farás parte dessa organização. Executaste vários trabalhos para nós, dos pesados, embora para teu próprio benefício, tens agora muitas informações acerca do nosso trabalho. Não podemos te deixar a par de tudo sem que passes pelo ritual de entrada.

- Que ritual? Eu não quero passar por nenhum ritual já vou avisando, não quero fazer parte desses vossos conselhos estranhos.

- Depois de tudo que fizeste ainda te achas no direito de decidir o que é melhor para ti ou não? Nem saber ser mãe soubeste agora queres parecer a mulher correcta?- Aquelas palavras ecoaram na sua mente como se tivessem lançado uma série de agulhas em direcção ao seu coração. Stephen sabia seu ponto fraco, sabia como usá-lo e manipulá-lo a seu favor, isto a deixava frustrada.

- Vamos.- Disse ordenando a seguir que a levassem para o ritual. Darcey começara a ficar mais assustada do que antes, a levavam por um corredor estreito e curto iluminado apenas por uma lâmpada de baixa voltagem pela pouca claridade que proporcionava. Colocaram-na numa sala totalmente escura, e agora nenhuma lâmpada ou vela iluminava. Lembrou-se dos tempos em que era criança e não conseguia dormir de luz apagada pois tinha medo que monstros aparecessem, agora esse sentimento havia voltado, e os monstros eram reais.

Começou a sentir-se cansada como se uma onda relaxante tivesse acabado de passar pelo seu corpo, a ansiedade e o medo que tinha haviam desaparecido. Não sabia se era bom ou mau, quando parecia estar numa espécie de transe sentiu seu indicador sendo rasgado por uma lâmina. A dor começara a surgir e a onda relaxante desaparecera por completo. Esta começava a tornar-se insuportável, não sabia mais quanto tempo aguentaria. 

O sangue vertente de seu indicador pingava numa folha, não conseguia identificar imagens ou letras, apenas fora avisada que se não cumprida as regras ganhava uma punição severa, se quebrado o silêncio,arcava com a pena de morte. Darcey sabia que este dia chegaria, não fez nada para evitar pois já estava demasiado comprometida para recusar nos últimos momentos.