Uma Simples Doença Sem Cura

Capítulo 13

"Nunca saberemos o quão forte somos até que ser forte seja a nossa única escolha"-Desconhecido.

Boa leitura!

-Sienna-

Não era fim-de-semana, porém tinha de ficar em casa por motivos de repouso médico, e talvez pelo tempo todo que ficou sem ir a escola já tivesse perdido todo o ano lectivo... Aborrecida, levantou da cama, calçou seus chinelos e foi a janela ver o que se passava em sua rua, como sempre nada, apenas o cantarolar dos pássaros e o barulho de alguns carros aleatórios que passavam.

Eram 12:30, horário do almoço e ainda não havia comido nada, porém tinha de o fazer imediatamente porque começava a sentir fraqueza e havia atrasado o horário dos medicamentos que era as nove (9) da manhã, pegou a sua pasta e tirou os papéis com a informação necessária para ficar em casa e não morrer. Pegou o que estava escrito " Alimentação".

...Almoço: Frango desfiado, polenta cozida, salada de pepino.- Pelo amor de Deus, mas o que é uma polenta? Também não sei. Passemos para outro cardápio mais fácil de entender:  Duas panquecas  recheadas com carne moída, repolho cozido, arroz branco, goiabada light.- Okay, já está muito mais acessível excepto o repolho, isto é muito mau. Além de dar muito trabalho para fazer, era mais fácil pegar uma massa instantânea na dispensa? A vida era tão mais fácil.

De seguida a campainha toca interrompendo o monólogo que Sienna estava tendo, e levantou da cadeira da bancada da cozinha para abrir a porta tendo uma ôtima surpresa.

- Sasha! Como é que soubeste que eu já tinha tido alta? Estou tão feliz por te ver!- Disse abraçando-a com todas as forças que tinha conseguido por conta da saudade.

- Tenho meus contactos hahaha, estás bem minha sisi(zizi)? Vim passar a tarde toda contigo para matarmos as saudade.

-Estou normal não é, chegaste mesmo em boa hora, acabaste de te tornar ajudante de cozinha e vais ajudar-me a preparar o meu almoço muito diferenciado.

- Aí não, saí da escola para vir trabalhar e não vou receber nem salário, que triste, vou denunciar-te aos recursos humanos...

- Cala-te e vem rápido, aí que saudades que tinha de ti.- Disse puxando Sasha para cozinha, fazendo uma pausa na entrada para ver a agenda do dia, descobrindo que tinha a sua primeira hemodiálise hoje as 16 e 30. Continuou o seu caminho até para a cozinha e pegou todos os ingredientes para o almoço, colocando uma música para levantar o austral daquela casa.

- Olha Sienna, este cardápio aqui não me parece muito apetitoso.

- Sim mas fazer o quê não é, sou obrigada a comer e olha que isto vai ser para sempre. Agora, só posso beber água 2 a 3 vezes por dia em copos pequenos, comer frutas cozidas, baixar o teor de potássio, proteínas e fósforo, não posso comer mais comidas industrializadas, então vês que a minha vida agora é, e vai ser para sempre uma prisão.

- Não podes ser tão pessimista Sienna, a vida assim não tem graça, tens de pensar que depois da dor ou do sofrimento vêm os resultados bons, tens uma família que te ama acredita que vais superar isso tudo.

- Mas, o médico disse que essa doença aqui não tem cura entendes? Vou viver com isto para o resto da minha vida e o fim dos meus dias.