Capítulo 22

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"Há então um delírio, um entusiasmo, um bocadinho do céu. Mas depois!... Seria pois necessário estar sempre a começar, para poder sempre sentir?" Rachel De Queiroz

Boa leitura!

-Deanna-

Depois de tantas semanas de investigação, não tinham feito tantos avanços como a esperança os tivera feito pensar, parecia que agora andavam num circulo em que a única saída era observar uma irregularidade na sua infinidade de ideias.

Todos os dias ia trabalhar com motivação observando desde o início todas as informações, mas parecia faltar algo ao puzzle, a menos que este estivesse a ser alterado como sua intuição alarmava aumentando a sua suspeita sobre algo de errado, ou de algo a mais no sistema. Sozinha não conseguia chegar mais a longe com essa suspeita, precisava de alguém de confiança para debater sobre os principais pontos de sua dúvida. Decidira falar com Marco, pois haviam se tornado mais próximos nas últimas semanas. Agora gostava da sua companhia e não parecia mais aquele homem fechado, insensível sem sentimentos e apenas vocacionado para uma direcção, que era o trabalho, a investigação.

Estavam agora sentados numa mesa a janela de um restaurante nos arredores da cidade, próximo da cede. Não era muito chique ou requintado, apenas queriam conversar e comer alguma coisa que alimentasse os leões que tinham dentro de si.

- Porquê que me convidaste para vir aqui hoje?- Marco perguntou enquanto observavam o menu para escolher o que iriam comer.

- Estou com vontade de comer hambúrguer a muito tempo, e hoje pareceu-me o dia ideal. Gosto muito deste restaurante, fazem os melhores molhos para as batatas tens de os provar.

- Saímos a correr do trabalho a meio da tarde para vir comer hambúrgueres?

-Queres ir embora? Além disso não estamos a avançar com a investigação em nada, precisamos de relaxar um bocado. Na verdade também vim para falar desse caso.

- Se era suposto relaxar não é para falar do trabalho não achas?

- Não me chateies, e escolhe o que queres comer.- Disse Deanna chamando um rapaz que parecia estar entre os 18 e 25 anos, jovem, trabalhando talvez por precisar de dinheiro, por obrigação, cada um escolhe o caminho de acordo as necessidades da vida ou por ordens que ela impõe.

Depois de falarem sobre assuntos diversos, Deanna decidiu dizer o que tanto a inquietava e por que precisava debater ideias.

- Marco, porque achas que a nossa investigação não tem avanços?

- Talvez nos tenha escapado algo, que ninguém consegue adivinhar o que é, e se continuar assim essa pesquisa vai passar para outra cede de investigações diminuindo o nosso estatuto de uma das melhores dos Estados Unidos.

- Não podemos deixar que isso aconteça, nós que iniciamos, e nós que vamos encerrar este caso, eu suspeito que haja alguém que esteja a espalhar nossa informação na cede. Em cada avanço que fazemos é como se fosse dois passos para trás na investigação.

- É uma boa perspectiva, mas pessoas comuns não teriam acesso a tanta informação que desse para fazer com que a investigação retroceda, apenas as que fazem parte do nosso meio, e trabalho com eles a anos, e esta é a primeira vez que a informação nos escapa de um ângulo tão assustador.

- Trabalhar com eles a anos não significa que sejam de confiança, apenas que tenham cumprido com seus deveres até agora. Suspeito de alguém que desde que eu entrei nunca concordou com a minha presença na cede, e isso deixa-me muito intrigada, pelo facto de parecer que eu nunca possa me sobressair em alguma coisa pois logo sou sancionada. Como se demonstrasse ter medo que eu me saia demasiado bem ao ponto de descobrir algo que não seja para ser descoberto...

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