Capítulo 4

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— O relacionamento de vocês foi bem conturbado, não é? - Amber disse olhando para a fogueira que ela mesma fez. - Deve ter sido muito complicado.
— Sim, foi muito complicado. - eu disse olhando para a fogueira e depois para ela. - Mas foi bom enquanto durou.
— Eu não sei se eu conseguiria viver dessa maneira… Viver um amor proibido. - ela disse me olhando.
— Se você e a pessoa com quem você está se relacionando realmente se amam, vocês conseguiriam sobreviver à isso. - eu disse olhando para ela. - Quando se ama alguém, você enfrenta tudo por ela e faz de tudo para tê-la ao seu lado, independente de ser um amor proibido ou não.
— Bom, eu posso viver o amor que eu quiser, posso me relacionar com quem eu quiser. - ela disse dando de ombros. - Meus pais morreram há séculos, portanto, não podem me impedir, todo o resto da minha família também já estão mortos, exceto minha irmã, ela está viva, ela também é vampira mas ela mora na Espanha e não a vejo há uns dois séculos. Não tenho amigos, não sou membro de um clã… Sou livre pra fazer o que eu quiser.
— Queria poder ser assim… - eu disse voltando a olhar para a fogueira. - Queria ter liberdade para fazer o que eu quiser sem ninguém reclamando ou tentando me impedir.
— É bom, mas solitário. - ela disse para mim e eu a olhei. - Eu sou completamente sozinha desde o dia que minha irmã se mudou para a Espanha.
— Você nunca teve uma companhia depois que sua irmã foi embora? - eu perguntei a observando.
— Não, nós fazíamos parte de um clã juntas, quando ela abandonou o clã e se mudou para a Espanha eu já não tinha mais motivos para continuar fazendo parte daquele clã… Eu nunca me senti bem convivendo com aqueles vampiros, eu apenas continuei no clã para poder ficar perto da minha irmã mas quando ela foi embora eu simplesmente abandonei o clã e comecei a morar em florestas. - ela disse me olhando. - Os amigos que eu tinha antes de me tornar vampira já morreram e eu nunca fiz novos amigos, eu nunca tive um namorado… Eu tenho 395 anos como vampira e só tive companhia por 180 anos e passei os outros 215 anos sozinha.
— Deve ter sido bastante solitário. - eu disse para ela.
— Foi bastante solitário. - ela disse para mim. - No começo eu sofri um pouco com isso, mas depois me acostumei com a solidão, e eu até gosto.
— Entendi… Você disse que tem 395 anos como vampira, certo? - eu perguntei e ela balançou a cabeça afirmativamente. - Então, quantos anos você tem ao todo?
— Eu tenho 412 anos ao todo. - ela disse para mim e eu ergui as sobrancelhas demonstrando surpresa. - Eu tinha dezessete quando fui transformada.
— Prefiro pensar que você é 6 anos mais nova do que eu do que pensar que você é 389 anos mais velha do que eu. - eu disse sorrindo pela primeira vez hoje.
— Você tem quantos anos? - ela perguntou sorrindo.
— Eu tenho 23 anos. - eu disse para ela. - Mas eu também vou viver muito, meu pai tem 131 anos e minha mãe tem 105.
— Você vai viver muito a não ser que alguém coloque uma bala de prata no seu coração. - ela disse sorrindo e colocando a mão em meu peito.
— E você só vai viver mais um monte de tempo se ninguém enfiar uma estaca no seu - eu disse a olhando e apontando na direção dos seios dela.
— Eu já vivi muito e não tenho nada a perder. - ela disse tirando a mão de meu peito e dando de ombros. - Se alguém enfiasse uma estaca no meu coração agora não faria diferença.
— Faria sim. - eu disse para ela. - Nós acabamos de nos conhecer e ainda temos muito o que conversar e você acabou de fazer um novo amigo depois de séculos! Não está afim de aproveitar isso?
— Nós acabamos de nos conhecer, lobo. - ela disse para mim. - Se eu morresse agora, nesse momento, você nem se lembraria de mim amanhã.
— Eu me lembraria de você sim. - eu disse a olhando. - E não diga essas coisas, eu acabei de perder minha namorada, meu filho e alguns amigos, não aguentaria perder outra pessoa.

                §

— Connor. - eu acordei com Amber me chacoalhando. - Acorda! Já amanheceu.
— Que horas são? - eu perguntei bocejando e me sentando na grama e só agora me lembrei que dormi na floresta.
— 09:53 da manhã. - ela disse para mim. - Dormiu bem?
— Sim. - eu disse balançando a cabeça e me levantando. - Estou com fome.
— Não tem nada para comer aqui. - ela disse se levantando também e ficando na minha frente. - Vai para sua casa e come lá.
— Não vou para casa. - eu disse a olhando. - Vou ir comer algo em algum lugar.
— Ok. - ela disse cruzando os braços e abaixando a cabeça.
— Você quer vir junto? - eu perguntei para ela.
— Eu não me alimento, lembra? - ela perguntou me olhando.
— Mas eu como. - eu disse apontando para mim mesmo. - E adoraria que você me fizesse companhia no meu café da manhã.
— Certo. - ela disse sorrindo e abaixando a cabeça.
— Vamos procurar algum lugar para comer. - eu disse para ela e, então, dei uma última olhada para os túmulos e pousei o olhar no túmulo de Amie. - Tchau, minha pequena Amie, outro dia eu volto para te visitar.
— Quais eram os nomes deles? - ela perguntou apontando para as pedras. - O que as iniciais significam?
— Jasper Davis, Kurt Baker, Gustav Lopez, Dominic King, Ally Hernandez, Dixie Wright, Caitlyn Young e Amie Moore. - eu disse enquanto apontava para cada uma das pedras.
— Você conhecia todos eles? - ela perguntou e eu apenas balancei a cabeça afirmativamente. - Eles eram seus amigos?
— Sim, todos eles eram meu amigos. - eu disse balançando a cabeça. - Exceto Jasper.
— Por quê? - ela perguntou franzindo a testa.
— Ele não gostava de mim e eu não gostava dele. - eu disse para ela. - E foi ele que matou Amie.

A New Love - Continuação de Forbidden LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora