Você Ficou Louca Inferno?!

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Eu já havia saído daquele quarto horrível a uns dois dias, é a primeira vez que Ryle faz isso comigo, eu achei que ele não estivesse falando sério quando me ameaçava, mas estava. Depois que deixei aquele lugar horrendo eu comi como uma maluca morta de fome, é compreensível, fiquei trancada por duas semanas com apenas água e pão, acho que nem um cachorro é tratado dessa forma. Meu banho também não foi diferente, eu levei mais de uma hora para me sentir inteiramente limpa e depois disso, dormi por cerca quinze horas sem tirar um segundo.

Eu queria tanto, mais tanto que esse inferno acabasse, apenas queria ter paz.

Meu sono é pesado e incrivelmente bom, porém nada que é bom na minha vida dura muito, mesmo entre o sono e a realidade eu sinto um par de mãos puxarem minha calça de moletom quentinha e confortável. Acordo assustada e acabo batendo minha testa na cabeça de outra pessoa, dói, mas ver Ryle dói mais, ele está novamente sobre mim na cama, querendo o que sempre quer.

Puxo minha calça de volta tentando ganhar algum controle sobre mim mesma, é tão difícil quando se tem apenas 19 anos, e está tentando lutar contra um homem duas vezes o seu tamanho. Ryle se deita sobre mim outra vez, soltando um grunhido estranho e horrível enquanto sorri perverso.

Eu odeio esse sorriso.

- Fica longe de mim, por favor Ryle, me deixa respirar.

- Querida, você está limpinha e cheirosa agora, não posso.

Ele está bêbado, isso não é incomum.

- Fica longe de mim.

- Cinco minutos, apenas isso.

Eu choro enquanto suas mãos passam pelo meu corpo ainda coberto pela roupa quente, mesmo que esteja uma noite quente do lado de fora, meu corpo treme de frio e agora medo. Mordo alguma parte do seu corpo tão forte que ouço seu grito esganiçado soar no meu ouvido, talvez tenha sido seu ombro.

Ryle ruge e me dá um tapa incrivelmente forte que faz minha cabeça girar e todo o meu cabelo cair no meu rosto, quando ele tenta se afastar eu consigo deixar um chute em sua virilha, ele cai no chão e eu subo na cama me encostando na parede. Meu celular toca ao lado do meu travesseiro e eu me abaixo rapidamente, vendo que é o telefone dá casa dos meus pais, com certeza é minha mãe, atendo tentando controlar minha respiração.

- Mãe.

-" Selena, você está bem querida?"

Faço questão de deixar no viva-voz para que Ryle escute, e consequentemente a minha mãe também.

- Sim, estou bem mãe, tá tudo bem.

-" Você demorou para me ligar, fiquei tão preocupada, o que houve?"

- Não foi nada, eu só estava ocupada.

Minto, eu não estava ocupada, estava trancada na casa que vivo, ainda não acredito que Ryle foi capaz de fazer isso.

-" Quero te ver amanhã, podemos almoçar juntas?"

Vejo Ryle se levantar e arregalo meus olhos apavorada, abro a minha boca e digo sem que minha voz soe.

- Por favor Ryle, hoje não, por favor...

- " Selena?"

Ele assente e faz um gesto como uma promessa, em seguida sai do quarto, solto minha respiração aliviada, eu nem sabia que estava prendendo, deixo que meu corpo deslize para o colchão enquanto início um choro baixinho, meu peito dói, eu não queria ter que viver nessa situação.

Take My Hand [Jelena] Onde histórias criam vida. Descubra agora