Como Você Quer Que Eu O Entenda?

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- Ela teve algum problema depois que chegou?

- Não Joe, ela apenas vomitou, chorou um pouco e dormiu.

- Você sabe sobre eles não é Hanna?

- Sim, ela fez questão de contar enquanto chorava.

- Justin sabe o que fez.

- Ele pelo menos sente muito?

- Não.

- Ele é um babaca.

Eu ouvia Hanna e Joe conversarem baixinho na porta do quarto dela, eu não estava mais dormindo, mas nenhum dos dois sabe disso, pude escutar a conversa toda ali, quietinha e fingindo que dormia, não é a primeira vez que eu faço isso na minha vida, tenho consciência de que não seria a última.

Saber que Justin não se importava comigo e com o que havia feito me deixa ainda pior, não é nada fácil saber que a pessoa que você gosta muito não liga para os seus sentimentos. Eu lembro bem de tudo que aconteceu, cada detalhe dá noite de ontem, eu lembro o que disse para as meninas, lembro do meu momento nojento na privada, lembro do meu choro bobo e lembro a causa dele.

- Ele não sabe lidar com esse sentimento Candy, não o julgue.

- Joe, ele nem ao menos se importa com ela, não está nem aí para o que ela está sentindo, como você quer que eu o entenda?

- Não precisa o entender, apenas não julgue.

Fecho meus olhos com força deixando as lágrimas acumuladas ali caírem, eu estou me odiando por chorar novamente pela mesma pessoa, isso nunca vai ficar velho?

- Hanna tem razão Joe, como você quer que eu o entenda?

Murmuro baixinho e ouço quando os dois levam um pequeno susto, com certeza não esperavam que eu estivesse acordada. Me sento na cama abraçando minhas pernas cobertas pelo cobertor quentinho, estampado por quadrados coloridos que intercalam entre serem pequenos, médios e grandes, vejo Hanna sentar ao meu lado e me olhar como se estivesse pedindo desculpas, Joe apenas olha para baixo, talvez seus tênis sejam mais interessante no momento.

- Escuta, eu vou preparar algo para você comer, ok? Fica a vontade.

A loira levanta sorrindo, posteriormente saindo do quarto, deixando um beijo em Joe antes de fechar a porta, ele se senta na cama ficando de costas para mim, nada realmente passa na minha cabeça agora, é como viver no meio do nada.

- Porquê ele não consegue entender, Joe?

Consigo ouvir seu suspiro alto e ver suas mãos apoiando seu corpo, agora levemente deitado na cama.

- São problemas dele, raio de luz, Justin irá te contar, não eu.

- Sinto que Justin nem ao menos tenta, ele não tenta me deixar entrar, ele prefere me machucar com palavras do que me ver sorrindo por elas.

Retiro o cobertor de cima de mim, posteriormente levantando meu corpo dá enorme e confortável cama de Hanna, eu não visto mais minhas roupas, lembro do banho frio que tomei depois de vomitar, também lembro de receber dá dona dá casa roupas íntimas, um short de algodão curto e um enorme moletom cinza. Removo uma grande parte do meu cabelo do meu rosto me encostando na parede fria, isso me tras um pouco de alívio, cruzo meus braços e fecho meus olhos, me sinto acolhida ali, do mesmo jeito que me sinto na casa de Justin.

- Eu sei que é doloroso para você Selena, não imagino o que passa, mas saiba que estou aqui, você pode sempre desabafar comigo.

Senti sua presença a minha frente me fazendo abrir os olhos, Joe era o que eu podia chamar de melhor amigo, eu o agradecia tanto por estar ali. Encarei meus pés descalços evitando chorar olhando para ele, não queria que sentisse pena, isso era de longe o que eu queria.

- Obrigada Joe, obrigada de verdade, eu queria poder dizer para você me levar para casa agora, mas eu me dei conta de que eu não tenho uma, a muito tempo.

Não​ consegui dizer aquilo sem deixar as lágrimas rolarem pelas minhas bochechas, Joe me abraçou forte, daquele modo protetor e bem vindo, sua mão forçava minha cabeça a se manter no seu ombro, enquanto eu sentia seu braço me apertar, eu soluçava como uma criança ali, me sentia um pouco patética, mas eu não me importava em estar sendo patética.

- Você a conhecia?

Murmurei ainda com a cabeça no seu ombro, eu preferia que ele fosse sincero, se Joe mentisse eu saberia, então era melhor que ele me contasse a verdade.

- Sim, o nome dela é Britney, ela já trabalhou no meu bar, sempre gostou de chamar a atenção dos motoqueiros, Justin era um dos seus preferidos.

Voltei a fechar meus olhos, deixando que um soluço involuntário saísse dos meus lábios, Joe levantou minha cabeça devagar e secou minhas lágrimas do mesmo modo.

- Vai ficar tudo bem certo, tudo bem.

Ouvimos alguém bater na porta, era Hanna com seu sorriso lindo, minha opinião sobre ela ainda não havia mudado e tenho certeza que não mudaria, ela era a mulher mais bonita que eu já tinha visto na minha vida.

- Está pronto, não é nada especial, apenas alguns sanduíches e café quentinho, espero que goste.

- Obrigada Hanna.

Eu não agradecia somente pela comida, e sim por tudo que ela havia feito por mim sendo que me conhecia a menos de 24 horas, enquanto comemos ela me contava sobre sua vida, disse que era arquiteta, eu havia percebido pelo modo que sua casa era, disse também que gostava de crianças e amava flores, que conheceu Joe pela Claire, ela havia se metido numa briga com três garotos, mas na verdade um deles estava com ela, um tal de Cameron ou algo assim, Hanna disse que teve que retirar as mãos e unhas da garotinha do pescoço do outro garoto, eu dei muita risada disso, Claire com certeza era a criança mais psicopata que havia conhecido.

Hanna também disse que Nancy havia ficado até eu pegar no sono, eu perguntei sobre a loira porque lembrava das suas mãos afagando meus cabelos na noite anterior. Depois de agradecer Hanna outras milhões de vezes, Joe me levou de volta para o que eu estava chamando de casa, ou seja, a casa de Justin, Joe me aconselhou a não falar muito, disse que eu poderia ficar no bar caso ficasse muito difícil, ele me disse também que minha mãe havia conseguido uma casa essa manhã, mas que não estava mobiliada, então teríamos que esperar mais um pouco, isso não me incomodava em nada.

Quando chegamos minha mãe me fez milhares de perguntas como "Você está bem?", " Você bebeu não foi?", "Está se sentindo melhor?", entre outras, eu não a culpava, faria o mesmo se tivesse um filho. Não quis ir para a casa de Justin, mas talvez tenha sido melhor se eu fosse, ele estava no bar, estava sorrindo e bebendo cerveja com dois motoqueiros como sempre, mas o que mais me machucou, o que me fez ter vontade de dar meia volta foi ver uma mulher no seu colo, o outro motoqueiro também tinha uma sentada sobre sua perna, mas eu não me importava com ele. Não era qualquer mulher no colo de Justin, era Charlotte, aquela que ele me viu afastar de si, a que me disse coisas horríveis, a mesma mulher que sempre me olhava com deboche, inveja, raiva e outros sentimentos a mais.

Quando o olhar dá morena falsificada caiu sobre o meu, eu quis arrancar seus olhos é a fazer engolir, mas ao contrário do meu pensamento, apenas a ignorei quando percebi um aperto fofo na minha mão, era Claire.

- Selena, você quer me ver em ação?

Eu não entendia o que "Me ver em ação" significava, mas ela segurava um estilingue na outra mão, não discuti, sorri e assenti sendo levada por ela, eu sabia que não prestaria atenção na garotinha com boa mira por muito tempo, na verdade durou apenas até ela derrubar duas garrafas vazias de cerveja, aquelas garrafas me levaram a pensar na garrafa que Justin segurava, depois em suas mãos, suas mãos que tocaram a ruiva e agora Charlotte. Talvez eu realmente tenha nascido para sofrer.








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Lá em 🏠 tinha um 🐥, lá em  🏠 tinha um 🐥, e o 🐥 piu, e o 🐥 piu, e o 🐥piu... KKKKKKKK parei

Ooopppaaa meus nenê 👶💥

Estou aqui nessa segunda feira, que era para ser no domingo, mas minha criatividade me favoreceu now 😎 gostei desse capítulo, mesmo ele sendo dramático, sério, gostei

E agradeçam a @forstylnson por me lembrar lá no pvzin que não é tão pvzin assim, de atualizar 😂

Take My Hand [Jelena] Onde histórias criam vida. Descubra agora