CRAWLING BACK TO YOU (NOVA VERSÃO)

Capítulo 1 (NOVO)

''Talvez você não fosse para mim, mas no fundo eu queria que você fosse'' – Coaster (Khalid).

Matthew

Quatro semanas antes da ligação...

Quando meu irmão morreu no acidente de carro e me dei conta de que nunca mais o veria na minha vida um pedaço de mim morreu junto a ele. Busquei insanamente por maneiras de renascer a parte de mim que havia sido enterrada junto ao seu corpo e o álcool e as drogas me levaram a pior versão de mim mesmo. Quando meu avô adoeceu vi a dor da perda se arrastar em minha direção de tão perto mais uma vez que senti medo de não suportar, com isso tentei voltar a ter uma vida, mas ela não era verdadeiramente minha e mesmo longe das drogas eu não estava feliz. Meu avô faleceu. Eu já não tinha muito mais a perder e a única coisa que me restava era a música, a única coisa que parecia ser certa na minha vida embora meu pai não concordasse.

Larguei tudo, a universidade que eu não gostava, o relacionamento que eu não me encaixava mais, as opiniões do meu pai. Sempre achei que eu fosse a maior decepção da sua vida, até o dia em que depois de anos ele me procurou para conversar.

Pela primeira vez ele me perguntou com sinceridade sobre como andava todo o meu lance com a banda e me pediu desculpas por nunca ter dito o quanto se sentia orgulhoso pelo meu dom. Nunca contei a ninguém, mas, estava me sentindo como quando tinha cinco anos e aprendi as minhas primeiras notas no piano. Tão entusiasmado e feliz. Achei que estava alucinando. Agora, papai estava morto e o amor da minha vida havia quebrado meu coração e ido embora. 

Daddy was dead and took my breath / the love of my life had broken my heart and gone/ I can't feel enough, again

Daddy was dead and took my breath / the love of my life had broken my heart and gone/ I can't feel enough, again

Daddy was dead and took my breath / the love of my life had broken my heart and gone/ I can't feel enough, again

Já tinha perdido as contas de quantas vezes rabisquei aqueles versos em uma folha.

Porra.

Seu nome e seu rosto soavam como uma memória distante e dolorosa dentro do meu peito. Eu estava cansado de perder pessoas, a dor nunca tinha sido tão dolorosa quanto agora.

Eu estava usando drogas de novo. Sozinho e perdido, apenas esperando o momento da minha própria morte. Sinceramente as vezes eu desejava que fosse rápido porque eu não suportava nem mais um segundo na terra, preferia que me jogassem no inferno. Qualquer coisa que me fizesse esquecer o vazio que havia no meu peito e Katherine.

Barulhos seguidos de batidas na porta soaram em meio ao gigantesco hall de entrada da casa que eu comprado a duas semanas depois de vender minha casa para Peter pelo simples fato de que eu não suportava nem ao menos olhar para as paredes daquele lugar, tudo me lembrava sua irmã.

As batidas continuaram e eu me perguntei quem diabos me perturbava àquela hora sem nem ao menos ter interfonado na maldita campainha.

- Abra a porcaria da porta Matt, sabemos que você está aí cassete – gritou a voz grave e rouca do meu amigo, Scott irritado.

Caminhei mesmo sem força alguma de vontade e abri a porcaria da porta.

Do outro lado não estava apenas Scott como Will e Ronny também, com suas caras sérias, irritadas e ao mesmo tempo preocupadas. Odiava seus olhares de decepção, mas eu estava anestesiado o suficiente para sentir qualquer coisa de verdade naquele momento, o tranquilizante que tinha tomado algumas horas atrás ainda estava fazendo seu devido efeito no meu organismo.