''Sometimes home can be another person.'' – d.j
Matthew
- Cassete, o que você está fazendo a essa hora acordado? – resmungou Scott com a voz embargada de sono ainda deitado na cama a minha frente.
- Bom dia para você também – ergui a xicara de café puro que estava ao meu lado no balcão.
Na noite passada tínhamos tido problemas com as reservas do quarto de hotel que ficaríamos depois do show em Boston e acabamos tendo que dividir um quarto juntos enquanto Will e Ronan estavam em outro. O espaço não era ruim, tinha duas camas de casal gigantescas, uma cozinha compacta com um balcão com dois bancos, banheiro e felizmente a porta aparentava não fazer barulho já que eu nem ao menos sabia a que horas Scott tinha chegado ali.
Depois do show ele e os rapazes decidiram ir a um clube noturno famoso da cidade e eu voltei para o hotel sozinho porque queria ligar para Katherine antes de dormir e saber como ela estava. Fazia três semanas desde a última vez que nos vimos e eu já estava com saudades, talvez eu arrumasse um jeito de escapar de novo da minha agenda de shows para vê-la mesmo que isso significasse uma morte eminente provocada por Beatrice Clark. Ela não sabia o porquê eu havia voltado para San Diego a três semanas atrás só para passar um dia e então pegar um voo as presas para Washington afim de chegar a tempo em um dos nossos shows na cidade. Beatrice me questionou e eu disse que precisava visitar a minha família ou minha mãe enlouqueceria com a minha ausência continua, mas todos sabíamos que aquela parte não era verdade. Minha mãe já estava acostumada a anos em me ver distante e claro que eu não estava mentindo quando disse que precisava visitar a minha família, porque Katherine era parte da minha família e naquele dia levei ela até a casa da minha avó para contar a notícia sobre a gravidez. Todos pareciam excitados pela chegada do nosso garotinho embora eu tenha levado uma bronca da minha avó por não ter contado antes. Eles amavam Katherine tanto quanto eu e agora eu estava planejando contar ao mundo que ela era a mulher da minha vida.
- Que horas são? – perguntou Scott tirando a cabeça de baixo dos lençóis.
- Oito da manhã – respondi.
- E a que horas é o nosso próximo voo?
- Daqui umas seis horas mais o menos – olhei no relógio do notebook a minha frente.
- Ótimo – ele se levantou aparentando estar um pouco tonto enquanto tentava adaptar sua visão a luz.
Scott caminhou até onde eu estava colocando a camiseta que havia largada no chão de volta ao seu corpo. Se abaixou no balcão e abriu o frigobar retirando de dentro uma pequena garrafa de whisky e a despejou dentro da xicara junto ao café que tinha restado na garrafa que eu tinha pedido ao serviço de quarto a algumas horas atrás.
- Você vai realmente beber whisky a essa hora? – o encarei.
- Eu não reclamo quando te vejo fumar aqueles malditos cigarros mentolados cheios de câncer quando você acorda – ele se sentou ao meu lado.
- Sabe seu whisky cheira a overdose e isso é tão ruim quanto câncer.
- Então nós dois morreremos – ele sorriu bem-humorado levando a xícara a boca.
- Então talvez nós deveríamos parar com isso – sugeri.
Scott soltou uma risada divertida como se tivesse acabado de ouvir uma piada.
- Você está falando sério?
- Sim, digo, eu não acho que Katherine goste quando eu fumo e eu vou ser pai agora não acho que seja bom para o bebê – respondi pensativo.
- Caralho, você realmente tomou um chá de buceta – Scott me encarou com as sobrancelhas erguidas como se estivesse assustado.
- Cala a boca Scott – bufei.
Scott soltou uma gargalhada.
- Então o que você tanto procura nesse computador? – ele perguntou curioso.
- Um bebê precisa de um quarto para dormir, certo? – voltei minha atenção para a tela a minha frente.
- Ok. Você está realmente empolgado com essa história de ser pai, não é?
- Eu só estou tentando planejar pela primeira vez em toda a minha vida um futuro real – e sim eu estava empolgado com a ideia de ser pai por mais que no início tivesse me pego desprevenido e até mesmo me assustado um pouco.
- Certo, então me deixe te ajudar com isso – Scott sorriu arrastando o notebook para si e começou a digitar coisas no teclado e entrar em sites que eu desconhecia.
Ele virou a tela na minha direção com o perfil de uma arquiteta especializada em decoração infantil.
- Você deveria contratá-la, ela é realmente boa – ele comentou.
- De onde você a conhece?
- Bem, ela trabalhou com o meu pai por tempo na construtora quando ele decidiu construir aquele hotel com espaço para crianças – ele fez uma careta engraçada como se rejeitasse aquela ideia – Eu meio que participei da obra.
- Às vezes eu me esqueço que você conseguiu se formar em alguma coisa – brinquei, mas, eu realmente me esquecia a todo tempo que Scott tinha feito engenharia civil.
- Muito engraçado – ele olhou para mim com um sorriso sarcástico – De qualquer maneira, se quiser eu posso conseguir o contato e sei que você não liga para dinheiro, mas, podemos conseguir um bom preço.
- Ótimo – sorri entusiasmado com a ideia.
Eu estava no aeroporto sentado uma poltrona da sala de espera para embarque enquanto visualizava fotos de Katherine comigo na tela do meu notebook. Tudo em que conseguia pensar era nela. Seu cheiro, seu sorriso, sua voz. Estava louco para poder contar a ela sobre o quarto, mas, queria lhe fazer surpresa, além do mais o projeto poderia levar algum tempo. Queria voltar naquele mesmo instante para San Diego e ficar ao lado dela e do nosso filho que nem ao menos tinha nascido, mas, tinha aquele show em Boston para fazer.
Deus, queria poder trazê-la até ali.
- Essa é sua namorada? – uma voz feminina soou ao meu lado.
Uma senhora de cabelos grisalhos e pele morena estava sentada ao meu lado, eu nem ao menos tinha notado ela ali.
- Sim – assenti a pergunta dela.
- Ela é muito bonita – a senhora comentou com um sorriso sincero me fazendo sorrir de volta.
- Eu sei e mal sabe ela que eu quero que ela seja a mãe de todos os meus filhos – pensei em voz alta sem perceber fazendo a senhora ao meu lado conter uma risadinha.
Não muito longe dali ouvi alguém chamar pelo meu nome e não demorou muito para que Beatrice estivesse a minha frente gritando sobre eu ter sumido e correr o risco de perder o nosso voo. Me levantei às pressas enquanto ela resmungava e me despedi da senhora ao meu lado.
- Você deveria propor ela em casamento caso não tenha feito isso ainda – a senhora comentou antes que eu saísse da sala.
Eu confesso que não tinha pensado naquilo até aquele exato momento quando admiti que queria que ela fosse a mãe de todos os meus filhos. Sorri para a senhora em agradecimento pelo seu conselho gratuito e então me deparei com Beatrice me encarando intrigada.
- O que ela quis dizer com aquilo? – ela perguntou enquanto caminhávamos lado a lado – Você nem ao menos está saindo com alguém.
- Na verdade eu estou, se lembra daquela garçonete do bar na nossa cidade. Ela foi minha ex-namorada e agora nós estamos juntos de novo – despejei todas as informações nela sem me importar com o que aquilo causaria – Ela está gravida o que significa que vou ser pai, isso não é uma notícia emocionante?
Sorri para ela que não parecia nem um pouco contente com aquilo.
- Você está de brincadeira com a minha cara? – ela me encarou deixando seu olhar de repulsa escancarado.
- Não – respondi por fim a deixando sozinha e me juntei a Will e Ronan a minha frente.
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CRAWLING BACK TO YOU (NOVA VERSÃO)
Romance|LIVRO 2| Matthew Becker quase sempre havia sido visto como um rock star sedutor que não media esforços para conquistar as mulheres que desejava sem jamais se apaixonar por elas, mas isso foi antes de conhecer a mulher que fez seu coração acelerar e...