CRAWLING BACK TO YOU (NOVA VERSÃO)

Capítulo 3 (NOVO)

''I think were meant to be but we did it wrong.'' – desconhecido.

Matthew

Horas antes a ligação...

Quase um mês havia se passado e tudo parecia tão vazio. As festas de luxo, os bares, os shows. Los Angeles poderia ser a cidade dos sonhos, mas, não para mim. Havia milhares de pessoas desconhecidas por todas as partes ao meu redor, e por alguma razão por mais que tivesse frequentado esses tipos de festas nos últimos dias não me sentia confortável, não sentia que vinha sendo eu mesmo na maior parte das vezes e aquilo era uma merda.

Virei o copo de conhaque em minha boca e me apossei de outro aproveitando o momento enquanto Will não estava ao meu lado. Ele vinha insistindo que eu largasse os meus vícios, mas, álcool e cigarros eram minhas únicas companhias verdadeiras nos últimos tempos. Nem ele nem Scott ou Ronny sabiam a tormenta que era conviver todos os dias e noites pensando em como ela estava.

Aquilo era loucura. Às vezes eu realmente achava que estava ficando louco. Katherine era como sua música clichê favorita, no momento em que você aprendia toda a maldita letra era quase impossível deixar de cantá-la. Ela havia fodido com a minha vida e aparentemente com a porcaria do coração que eu nem ao menos sabia que tinha.

Caminhei para longe da música alta que tocava pela casa, era o mais novo sucesso da banda lançado nas rádios. Nossa empresária havia insistido em dar aquela festa em sua casa para comemorar o sucesso de vendas e streamings da música, eu não aguentava mais ouvir minha própria voz no alto falante.

Fechei a porta de vidro atrás de mim em meio a uma área vazia com uma vista privilegiada para a cidade e o letreiro de Hollywood. Em uma semana lançaríamos nosso primeiro álbum, gravar todas aquelas canções sobre ela tinham sido um verdadeiro castigo a mim mesmo e imaginar que cantaria todas as noites aquelas músicas estava me consumindo. Eu havia conquistado tanto em tão pouco tempo, chegado tão longe e ainda assim não sentia nada.

Peguei um cigarro do bolso da minha camisa, e o acendi deixando que a nicotina e todas as substâncias químicas tomassem um pouco dos meus nervos.

A porta se abriu atrás de mim e tão rápido se fechou enquanto uma figura feminina se aproximou de mim, ela usava um vestido de cetim prateado colado ao corpo marcando todas suas curvas enquanto as pernas compridas dançavam em meio a uma fenda que ia até a metade de sua coxa.

- O que está fazendo aqui? – perguntei sem me voltar em sua direção.

- Eu só vim checar se o meu astro do rock preferido está sendo tratado bem – sua mão deslizou sobre o meu ombro delicadamente, mas ainda assim sinuosa.

Virei meu rosto para ela.

Beatrice sorriu, ela era a nova empresária da banda e por uma obra infeliz do destino minha ex-namorada. No passado nosso relacionamento era baseado em atração sexual e na minha falha tentativa de tentar agradar o meu pai. Ela era filha de um dos seus acionistas, vinha de boa família e tinha uma aparência memorável, mas, eu nunca realmente me apaixonei. Éramos bons apenas em brigar e fazer sexo. Ela nunca gostou da ideia de eu querer largar tudo e seguir uma carreira na música, ela dizia que todo o lance da banda era um fracasso e a única coisa que lhe importava era o patrimônio que a minha família possuía e o quanto eu poderia lhe proporcionar no futuro. Nunca pensei que nossas vidas fossem se cruzar novamente, não daquela maneira, mas, ali estávamos era surpreendente que ela tivesse se tornado empresária justamente no ramo musical, a vida era uma ironia constante.

Me perguntei onde os caras estavam com a cabeça quando decidiram assinar aquele maldito contrato antes de mim e por que diabos eu havia concordado quando eles me convenceram de que aceitar a proposta dela era nossa melhor opção.